Tag: Pesquisa

  • hipótese de pesquisa: noções fundamentais

    hipótese de pesquisa: noções fundamentais

    Uma hipótese de pesquisa é uma pedra angular no processo de investigação científica. Ela serve como um guia para direcionar a pesquisa e fornece uma base sólida para a coleta e análise de dados. No entanto, entender a verdadeira natureza de uma hipótese de pesquisa requer uma análise aprofundada.

    A Importância da Curiosidade e da Dúvida

    O processo de formulação de uma hipótese de pesquisa começa com a curiosidade e a dúvida. É aí que a jornada da pesquisa se inicia. A curiosidade é o ímpeto que leva os pesquisadores a explorar um tópico em primeiro lugar. Eles querem entender algo melhor, descobrir respostas para perguntas não respondidas e avançar o conhecimento existente.

    A dúvida desempenha um papel crucial, pois é a consciência de que não sabemos tudo e que existem lacunas em nosso entendimento. A dúvida nos leva a questionar o que já foi estabelecido e nos motiva a buscar respostas. Dessa forma, a curiosidade e a dúvida se entrelaçam para criar o impulso para a pesquisa.

    A Diferença Entre Lampejos, Premissas e Hipóteses de Pesquisa

    Muitas vezes, as pessoas confundem lampejos, premissas e hipóteses de pesquisa. Um lampejo é uma ideia repentina e brilhante que surge sem esforço consciente. Pode ser uma intuição ou uma revelação momentânea. No entanto, um lampejo, por si só, não é uma hipótese de pesquisa. É o ponto de partida, a centelha que inspira a investigação.

    As premissas são crenças iniciais, suposições ou concepções sobre um tópico. Elas são a base a partir da qual a pesquisa começa, mas também não são hipóteses de pesquisa. As premissas podem ser subjetivas e muitas vezes refletem o conhecimento prévio do pesquisador sobre o assunto.

    Uma hipótese de pesquisa, por outro lado, é uma afirmação específica que pode ser testada por meio de métodos empíricos. É uma resposta educada a uma pergunta de pesquisa e reflete a expectativa do pesquisador em relação ao resultado da pesquisa. Diferentemente das premissas, uma hipótese de pesquisa deve ser clara, mensurável e passível de verificação.

    O Processo do Insight ou Lampejo

    O insight, ou lampejo, desempenha um papel importante no processo de formulação de uma hipótese de pesquisa. É a súbita compreensão de uma perspectiva anteriormente não reconhecida em um tópico. O insight geralmente surge após uma imersão profunda em um assunto, seja por observação, experiência prática ou leituras extensas.

    No entanto, é importante notar que um insight não deve ser imediatamente considerado como uma hipótese de pesquisa. Embora possa ser um ponto de partida valioso, um insight inicial é mais uma descoberta pessoal do que uma afirmação que possa ser objetivamente testada.

    A tentação de adotar um insight como uma hipótese de pesquisa é compreensível, mas isso pode ser problemático. Quando estamos motivados por um insight, tendemos a buscar evidências que o confirmem, ignorando informações que possam contradizê-lo. Além disso, insights são frequentemente gerados pela experiência prática e podem não necessitar de pesquisa adicional para serem validados.

    A Hipótese de Pesquisa Adequada

    Uma hipótese de pesquisa adequada é uma afirmação testável que define a relação entre variáveis específicas. Ela deve ser formulada de maneira clara e precisa, para que possa ser submetida a testes empíricos. Uma hipótese de pesquisa geralmente inclui três componentes principais:

    1. Variáveis independentes e dependentes: A hipótese deve indicar quais variáveis o pesquisador está investigando. A variável independente é aquela que é manipulada ou alterada, enquanto a variável dependente é a que é afetada ou medida como resultado dessa manipulação.
    2. Predição ou relação: A hipótese deve afirmar uma relação específica entre as variáveis independentes e dependentes. Isso implica uma predição sobre como uma variável afeta a outra.
    3. Clareza e testabilidade: A hipótese deve ser formulada de maneira clara, para que possa ser testada por meio de métodos de pesquisa. Deve ser possível coletar dados que confirmem ou refutem a hipótese.

    Exemplos de Hipóteses de Pesquisa

    Para ilustrar o processo de formulação de uma hipótese de pesquisa, consideremos alguns exemplos:

    1. Exemplo 1: Variável independente: Exposição a anúncios de televisão; Variável dependente: Compra de produtos. Hipótese: “A exposição frequente a anúncios de televisão aumenta a probabilidade de compra de produtos anunciados.”
    2. Exemplo 2: Variável independente: Horas de estudo; Variável dependente: Desempenho acadêmico. Hipótese: “Estudantes que passam mais horas estudando tendem a ter um melhor desempenho acadêmico.”
    3. Exemplo 3: Variável independente: Exercício físico; Variável dependente: Saúde cardíaca. Hipótese: “A prática regular de exercício físico está positivamente associada à saúde cardíaca.”

    A Hipótese de Pesquisa no Contexto Acadêmico

    Em um contexto acadêmico, a formulação de hipóteses de pesquisa é particularmente relevante em projetos de pós-graduação, como dissertações de mestrado ou teses de doutorado. Nestes projetos, uma hipótese de pesquisa bem construída é essencial para guiar a pesquisa e contribuir para o conhecimento existente.

    A pesquisa acadêmica muitas vezes começa com uma revisão da literatura, na qual o pesquisador examina estudos anteriores e identifica lacunas no conhecimento. Com base nessa revisão, a

  • Perfil e motivação dos manifestantes defensores da educação pública – M30

    Perfil e motivação dos manifestantes defensores da educação pública – M30

    Perfil dos manifestantes defensores da Educação Pública – MACEIÓ-AL (26/05/19)

    APRESENTAÇÃO – Baixe o relatório com os gráficos e tabelas AQUI

    A pesquisa foi realizada no dia 30 de maio de 2019 e teve por objetivo identificar o perfil e motivações dos manifestantes contrários ao governo Bolsonaro presentes no ato ocorrido no dia 30 de maio de 2019 a partir da Praça Centenária, na capital do estado de Alagoas, Maceió. A pesquisa foi realizada sob a coordenação do professor do Programa de Mestrado em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas, Dr. Cristiano das Neves Bodart.

    A importância deste surveyestá em caracterizar o perfil e as percepções dos manifestantes, o que contribui para entendermos os sujeitos que vêm participando ativamente no jogo democrático que se dá na esfera pública. Como outro survey semelhante foi aplicado no dia 26 de maio, em ato pró-Bolsonaro (baixe aqui), a parti dos dados aqui apresentados é possível realizar comparações entre ambas as performances públicas, o perfil e as posições políticas dos seus envolvidos.

    O surveycontou com a participação de 8 pesquisadores que foram divididos pelo espaço ocupado pelos manifestantes, o que possibilitou incluir na amostra aqueles que estavam nos espaços mais e menos adensados do ato. O questionário foi aplicado, por meio de amostragem aleatória, a 182 manifestantes visando estabelecer perfis e regularidades de suas motivações por meio da generalização estatística. Apenas os manifestantes presentes na concentração foram abordados e inclusos na pesquisa. Os questionários foram aplicados entre 13h30mim. e 16h.

    IMG 4952As questões presentes no formulário estão divididas em dois blocos: perfil do manifestantes e diagnóstico quanto a posições políticas e motivações  da participação no ato. Na primeira parte do questionário, buscar-se estabelecer, estatisticamente, a distribuição dos manifestantes por gênero; faixa etária; estado civil; renda per capta familiar; ocupação profissional principal; escolaridade; cor e; religião. No segundo bloco, que constituirá da parte mais extensa do questionário, objetivou-se identificar as opiniões com respeito a temas políticos e sociais, assim como observar a principal motivação de estar participando do ato.

    No segundo bloco, foram abordadas questões como: experiência em atos de rua; razão principal de estar participando do ato; fonte de informação referente a divulgação do ato; participação em grupos e associações civis; interesse por política; frequência e veículos de busca por informações; posicionamento, confiança  e grau de satisfação em relação a democracia; posicionamento frente a eventual intervenção militar; posicionamento em relação a cotas em universidades, contingenciamentos nos recursos destinados a essas instituições, facilitação do porte de armas, redução da maioridade penal e; confiança nas instituições democráticas (Senado, Câmara Federal e o Supremo Tribunal Federal). Foi, ainda, perguntado se o manifestante estava ali por coerção ou se era um ato baseado em escolha pessoal.

    Finalmente, destacamos que a estruturação e realização desta pesquisa têm objetivos essencialmente científicos. O surveyparte do interesse do grupo de pesquisa coordenado pelo professor Cristiano das Neves Bodart e não foi contratado por nenhuma organização política ou partido político, nem tampouco está alinhado política ou ideologicamente a nenhum grupo em particular. Trata-se de uma pesquisa sem financiamento público ou privado, sendo viabilizada exclusivamente pelo trabalho voluntário da equipe.

    Maceió, 31 de maio de 2019.

     

    EQUIPE REALIZADORA DA PESQUISA

    Coordenador:

    Cristiano Bodartdoutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do Programa de Mestrado em Sociologia da UFAL.

    Pesquisadores:

    Edisangela Santos, Graduada em Comunicação Social com habilitação para Relações Públicas. Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

    Elizandra Cristina Rodrigues da Silva, Graduanda em Pedagogia. Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

    Fabio dos Santos, Graduado em Ciências Sociais. Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

    Gabriela Vilela Palmeira Ferreira,Graduada em Jornalismo. Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

    Grace Martins,Graduanda em Ciências Sociais. Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

    Caio dos Santos Tavares,Graduando em Ciências Sociais. Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

    José Luciano Martins da Silva,Graduando em Ciências Sociais. Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

     

    Sem Título 1 1

     

     

  • O que é pesquisa?

    O que é pesquisa?

    O que é pesquisa? pesquisa é uma forma de compreensão sistemática da realidade que pode ser de várias formas de conhecimentos e paradigmas. A pesquisa é uma atividade sistemática e organizada que busca obter novos conhecimentos ou aprimorar os já existentes. Ela é realizada com o objetivo de responder a uma pergunta ou solucionar um problema específico, através da coleta e análise de dados.

    Segundo Rudio (1985), este é um processo que envolve a identificação de um problema, a definição do objetivo da pesquisa, a escolha da metodologia adequada, a coleta de dados, a análise dos resultados e a elaboração de conclusões. Ele afirma que a pesquisa científica é um método sistemático e organizado para a construção do conhecimento, que utiliza técnicas específicas para a coleta e análise de dados.

    Popper (2004) afirma que a pesquisa científica é baseada na teoria da falseabilidade, ou seja, as teorias científicas devem ser testadas e comprovadas ou refutadas através de evidências empíricas. Para ele, a pesquisa científica é um processo contínuo de tentativa e erro, em que as teorias são constantemente revisadas e aprimoradas a partir de novas evidências.

    Schwartzman (2002) destaca a importância da pesquisa científica para o interesse público, afirmando que ela pode contribuir para a solução de problemas sociais, políticos e econômicos. Ele defende que a pesquisa científica deve estar voltada para a busca do bem comum, e que os pesquisadores devem estar comprometidos com a divulgação de seus resultados para a sociedade.

    Existem diversos tipos de abordagem, como a exploratória, descritiva, explicativa, aplicada, entre outras. Cada tipo tem objetivos e métodos específicos, que são definidos de acordo com a natureza do problema a ser investigado.

    Elas pode ser realizada de forma qualitativa ou quantitativa. As do tipo quantitativa tem como objetivo a obtenção de dados numéricos, que podem ser analisados estatisticamente. Já as do tipo qualitativa busca compreender a complexidade do fenômeno estudado, por meio da coleta de dados mais subjetivos, como opiniões, comportamentos e experiências.

    Segundo Schwartzman (2002), a abordagem qualitativa é uma abordagem que se baseia na compreensão do significado que as pessoas atribuem aos fenômenos estudados. Ela tem como objetivo a compreensão em profundidade dos comportamentos, atitudes e percepções das pessoas, a partir da coleta de dados em situações naturais.

    Para Godoy (1995), a pesquisa qualitativa é uma abordagem que se utiliza de dados não quantitativos, que permitem compreender a complexidade do fenômeno estudado. Ela é baseada na observação e na descrição dos fenômenos, sem a utilização de métodos estatísticos. A pesquisa qualitativa é importante porque permite a obtenção de dados que não podem ser mensurados numericamente, como as emoções, os valores e as crenças.

    A escolha entre a pesquisa qualitativa e quantitativa deve levar em consideração o objetivo da pesquisa e a natureza do problema a ser investigado. É importante que o pesquisador escolha a abordagem mais adequada para o seu objeto de estudo. Se ele quer ter uma noção geral, ampla e numérica, esta deve ser quantitativa. Entretanto, se o pesquisador quiser uma visão detalhada e aprofundada de aspectos imponderáveis, ela deve ser qualitativa.

    Outra característica importante da pesquisa é que ela deve seguir um processo sistemático e organizado, a fim de alcançar seus objetivos de maneira eficiente e confiável. Segundo Rudio (1985), um projeto de pesquisa científica deve seguir as seguintes etapas: definição do problema, elaboração da hipótese, estabelecimento dos objetivos, determinação da metodologia, coleta e análise de dados, conclusão e apresentação dos resultados. Cada etapa é fundamental para garantir a qualidade e a validade da pesquisa, desde a definição do problema até a apresentação dos resultados finais.

    Por fim, é importante destacar que a pesquisa é fundamental para o avanço do conhecimento em diversas áreas do saber, além de ser essencial para o desenvolvimento de tecnologias e inovações que podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo. Por isso, é importante que a ela seja valorizada e incentivada em todas as áreas do conhecimento.

     

    Referências bibliográficas:

    RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 33. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985.

    POPPER, Karl R. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Editora Cultrix, 2004.

    SCHWARTZMAN, Simon. A pesquisa científica e o interesse público. Revista Brasileira de Inovação, v. 1, n. 2, p. 361-395, 2002.

  • O que é pesquisa qualitativa?

    O que é pesquisa qualitativa?

    O que é pesquisa qualitativa? É uma abordagem metodológica que visa compreender o significado das experiências e interações sociais dos indivíduos, em vez de medir ou quantificar seus comportamentos ou atitudes. Essa abordagem se baseia na perspectiva de que a realidade social é construída pelos indivíduos em suas interações e que, portanto, a pesquisa deve considerar a subjetividade dos participantes e o contexto em que vivem.

    Maria Cecília de Souza Minayo, em seu livro “O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde”, destaca que esse tipo de pesquisa é uma abordagem ampla e diversificada, que inclui diversas técnicas e métodos para coleta, análise e interpretação de dados. Segundo a autora, essa abordagem se baseia em três princípios fundamentais: a natureza subjetiva do objeto de estudo, a complexidade da realidade social e a importância da reflexividade do pesquisador.

    Mario Cardano, em seu livro “Manual de pesquisa qualitativa”, destaca que esse tipo de pesquisa é uma abordagem que privilegia a qualidade da informação e a compreensão profunda dos fenômenos sociais. O autor destaca que essa abordagem se baseia na análise interpretativa dos dados, em vez de sua mensuração quantitativa. Segundo Cardano, a pesquisa qualitativa é útil para estudar questões complexas e multidimensionais, que não podem ser compreendidas apenas por meio de dados numéricos.

    Arilda Schmidt Godoy, em seu artigo “Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais”, destaca quetal forma de pesquisa é caracterizada por uma grande diversidade de técnicas e métodos, que incluem desde entrevistas em profundidade até a observação participante. Segundo a autora, essa abordagem tem como objetivo compreender a perspectiva dos indivíduos sobre os fenômenos sociais, em vez de medir ou quantificar suas respostas.

    Entre os principais métodos utilizados na pesquisa qualitativa, destacam-se a entrevista em profundidade, a observação participante, a análise de documentos e a análise de narrativas. A entrevista em profundidade consiste em uma conversa direta entre o pesquisador e o participante, com o objetivo de explorar suas percepções, experiências e opiniões sobre determinado tema. A observação participante, por sua vez, consiste em um processo de imersão do pesquisador no contexto social em que se situa o objeto de estudo, com o objetivo de compreender as dinâmicas sociais e culturais envolvidas.

    A análise de documentos, por sua vez, consiste na análise de registros escritos ou audiovisuais, como jornais, revistas, livros, filmes e documentários, com o objetivo de compreender a perspectiva dos autores sobre determinado tema. A análise de narrativas, por fim, consiste na análise de histórias, relatos e narrativas dos participantes, com o objetivo de compreender as representações sociais e culturais envolvidas em determinado fenômeno.

    A pesquisa qualitativa apresenta diversas vantagens em relação à pesquisa quantitativa. Uma das principais vantagens é a possibilidade de compreender a perspectiva dos indivíduos e seus respectivos aspectos imponderáveis. Dessa forma, a pesquisa qualitativa é uma abordagem que pode ser utilizada em diversas áreas do conhecimento, tais como: sociologia, antropologia, psicologia, educação, enfermagem, entre outras. Além disso, ela se apresenta como uma alternativa importante para o estudo de fenômenos complexos e de difícil mensuração quantitativa.

    Por fim, é importante destacar que a pesquisa qualitativa não é a única abordagem possível para a produção de conhecimento científico, mas sim uma das várias formas de se fazer pesquisa. Cada abordagem tem suas características próprias e pode ser mais adequada para determinados tipos de questionamentos e objetivos de pesquisa. Assim, é importante que o pesquisador esteja familiarizado com as diferentes abordagens e saiba escolher a mais adequada para o seu estudo.

    Sugestão de atividade:

    Uma possível atividade para os estudantes do ensino médio seria a elaboração de um projeto de pesquisa utilizando a abordagem qualitativa. O objetivo seria desenvolver uma pesquisa em que os estudantes possam aplicar as técnicas de coleta de dados, tais como entrevistas, observação participante e análise de documentos. É importante que a pesquisa tenha um tema de interesse dos estudantes e que esteja relacionado com alguma problemática social, de modo a estimular a reflexão e o engajamento dos estudantes com a pesquisa.

    Referências bibliográficas:

    GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de empresas, v. 35, p. 20-29, 1995.

    MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. In: O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 1992. p. 269-269.

    CARDANO, Mario. Manual de pesquisa qualitativa. A contribuição da teoria da argumentação. Tradução: Elisabeth da Rosa Conill. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2017.

  • Como fazer um artigo científico – Dicas preciosas

    Como fazer um artigo científico – Dicas preciosas

    Como fazer um artigo científico? O artigo é fruto de uma pesquisa científica e traz uma série de regas e organizações. Um artigo científico é um documento formal que apresenta os resultados de uma pesquisa original conduzida por cientistas ou acadêmicos. É a forma mais comum de comunicação na comunidade científica e é publicado em revistas especializadas.A estrutura de um artigo científico geralmente segue um formato padronizado. Ele começa com um título que resume o conteúdo e o objetivo do estudo. Em seguida, há um resumo conciso, que oferece uma visão geral dos principais aspectos do estudo, incluindo o problema de pesquisa, os métodos utilizados, os resultados obtidos e as conclusões tiradas.

    A introdução é a seção inicial do artigo, na qual é estabelecido o contexto da pesquisa e é justificada a relevância do tema. Geralmente, é nessa parte que o problema de pesquisa é definido, destacando a lacuna que o estudo pretende preencher no conhecimento existente.

    A revisão da literatura é uma seção em que são apresentados os estudos anteriores relevantes sobre o assunto em questão. Essa revisão serve para contextualizar o estudo atual, demonstrar o estado atual do conhecimento e identificar a contribuição única que a pesquisa atual busca fazer.

    A metodologia descreve detalhadamente os métodos e procedimentos utilizados no estudo. Isso inclui informações sobre o desenho do estudo, a coleta de dados, a análise estatística e as técnicas empregadas. A seção de resultados apresenta os principais achados da pesquisa, muitas vezes por meio de tabelas, gráficos ou figuras, acompanhados de análises estatísticas.

    A discussão é a parte em que os resultados são interpretados, comparados com estudos anteriores e analisadas as implicações teóricas e práticas dos achados. Também são mencionadas as limitações do estudo e sugeridas direções para pesquisas futuras.

    Finalmente, a conclusão resume os principais resultados e implicações do estudo. Além disso, sugestões são fornecidas para pesquisas futuras relacionadas ao tema.

    Todo artigo científico é baseado em referências bibliográficas, que são listadas no final do documento. Essas referências são as fontes utilizadas ao longo do texto e devem ser formatadas de acordo com um estilo de citação específico, como ABNT.

    Antes de serem publicados, os artigos científicos passam por um processo rigoroso de revisão por pares, no qual outros especialistas na área analisam e avaliam o trabalho. Essa revisão garante a qualidade, a validade e a contribuição do estudo para o avanço do conhecimento científico em determinada área.

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    Como fazer um artigo científico – Dicas preciosas
    Por Cristiano das Neves Bodart

     

    É muito comum no curso de graduação o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ser um “Artigo Científico“, isso por exigir do aluno a compreensão das etapas da pesquisa científica, sobretudo o desenvolvimento de um problema de pesquisa e sua resolutividade, tendo para isso que conhecer toda a etapa dessa método, objetivo mínimo de um curso superior.
    como fazer um artigo científico
    Se por um lado diversas instituições têm valorizado o artigo científico, por outro, este tem sido visto, pelos alunos, como um obstáculo à sua formação de graduado ou de especialista.
    Quem deseja cursar um mestrado e/ou um doutorado terá que “encarar” essa modalidade de trabalho com mais naturalidade, uma vez que o terá como rotina em seus estudos; seja lendo-os ou produzindo-os. Quem está na graduação ou na especialização está na hora de se introduzir nessa realidade.
    Frente as dúvidas mais recorrentes, produzir um vídeo abordando questões iniciais a serem consideradas ao produzir um artigo.

    Segue abaixo o vídeo:

     

  • O rito da “Chegada” em Ouro Preto

    O rito da “Chegada” em Ouro Preto

     

    Por Cristiano Bodart
    Em férias, na cidade de Ouro Preto- MG, não pude deixar observar um ritual bastante rico de significados*; trata-se de uma espécie de rito de conquista. Vou chamá-lo de “chegada”, pois assim chamam tal ritual o qual diz respeito aos jovens daquela cidade.
    Dois adendos são necessários para a continuação desse relato: i) os ritos ali observados se repetem em outros grupos, embora teria sido a primeira vez que esteve tão próximo aos meus olhos e passível de serem observados por mim por um longo período; ii) não tenho a pretensão de realizar um relato antropológico exaustivo, apenas compartilhar algumas observações  e impressões iniciais em torno do rito.
    conquista
    Em companhia de minha esposa, historiadora e amante das riquezas materiais que aquela cidade proporciona aos olhos, estávamos na noite de Ouro Preto em um restaurante, precisamente ao lado de uma janela, a qual tinha vista para uma rua próxima a Praça Tiradentes, onde ocorria o “Festival de Samba de Ouro Preto”. Nessa rua havia muitos jovens bebendo, fumando, “papeando” e, principalmente, dando umas “chagadas”. A riqueza antropológica me chamou atenção de imediato e, a partir daí, fiz o convite à minha esposa para observarmos tal riqueza simbólica, cujo complemento se deu a partir de uma conversa com um dos grupos de jovens que observávamos no local. A “chegada” parece ser um rito de conquista com poucas variações ritualísticas, embora bastante complexa e merecendo um estudo mais aprofundado e atento.
    Os envolvidos no rito
    Em sua maioria, os participantes parecem possuir de 11 a 20 anos de idade e pertencente a classe social menos favorecida, embora a maioria se esforce para vestir roupas e bonés de “marca”. Em conversa com um grupo, este nos revelou que são da cidade e que a maior parte das pessoas que eles buscam se relacionar são da região. Tanto os rapazes, quanto as garotas, andam em grupos de 3 a 6 pessoas.
    A divisão dos papéis sexuais
    A divisão dos papéis sociais é bem marcada e clara nesse rito. Os garotos ficam, parados em pontos estratégicos onde esperam a passagem das meninas.  Enquanto cabe a eles ficaram parados esperando as meninas para “chegarem”. A elas cabe a tarefa de subir e descer a rua para serem abordadas pelos meninos.
    O preparo
    O ritual é bastante rico em detalhes. Os rapazes estando em locais estratégicos na rua mais afastada e ainda movimentada observam as garotas ainda a alguns metros, escolhendo uma delas pela aparência física. A escolhida será a que deverá ser conquistada. A rua escolhida é aquela onde o diálogo é possível, ainda que tendo que conversar ao pé do ouvido e quase aos gritos por conta do som auto da festa, mas que não esteja com aglomeração demasiada, a fim de permitir a observação e o deslocamento das garotas.
    A chegada propriamente dita
    Escolhida a garota, vai-se de encontro a ela interrompendo seu trajeto se colocando à sua frente. Nesse momento, pergunta se ela quer “ficar com ele”. Nessa hora, cabe a garota escusar-se por alguns instantes enquanto faz sua avaliação do rapaz, levando em conta a “azaração” (cantada) do pretendente, a roupa e sua aparência física. Se o rapaz for de seu agrado ela cede ao pedido e deixa-se beijar e recebendo um abraço apertado, tendo as mãos percorrendo parte do corpo da garota(o que eles chamam de amasso), marcado por um demorado beijo de língua.
    As garotas andam igualmente em grupos e em passos lentos, facilitando a aproximação dos rapazes. A “chegada” pode ser realizada por mais de um rapaz ao mesmo tempo, mas nunca direcionada à mesma garota. Há o respeito pela escolha prévia, segundos antes de “chegar” (ato de abordar a mulher, buscando conseguir uma ou mais beijos na boca).
    Ao “chegar na garota”, o rapaz tece elogios a garota. Diz que a estava observando e cria uma situação oportuna ao beijo. Frente à recusa inicial, ele continua a insistir. Ela continua andando enquanto ele insiste, algumas vezes obstruindo a passagem da garota ou segurando-a pelo braço (minha esposa julgou esse gesto bastante agressivo, embora o grupo tenha nos dito que as garotas nem sempre pensam dessa forma). As demais garotas do grupo continuam caminhando no mesmo ritmo, indo à frente. Essas aguardam metros à frente a fim de perguntar como foi e se beijou o rapaz. Ela aceitando ou não beija-lo, conta a façanha às suas colegas, em vantagem às demais por ter sido a escolhida dentre o grupo. Após isso, caminha-se até o fim da rua e retorna para uma nova rodada do rito. Em alguns casos onde a garota se recusa beijar o rapaz, esta é xingada por ele.
    Os desfechos possíveis:
    Podem ocorrer dois desfecho: i) o beijo encerrar o ritual ou; ii) o ritual se prorrogar por mais alguns minutos ou horas. O certo é que findado o ritual, ambos fingem que nunca se viram ou se encontraram.
    Há vínculo amoroso?
    O ritual é um ato sem compromisso amoroso ou de fidelidade. Trata-se de um ato despretensioso em relação a matrimônio ou relacionamento fixo. O rito caracteriza-se pelo seu aspecto momentâneo e que se repete muitas vezes na mesma noite e entre indivíduos diferentes.
    O status e consumo
    A bebida é um elemento de status social. Notei que alguns jovens carregavam nas mãos garrafas de bebidas relativamente caras, como se tivessem carregando um troféu ou algo que lhe desse destaque dentre os demais. Outros exibiam em punho uma lata de cerveja. Notei que alguns jovens permanecerem com latas de cervejas vazias por horas, simulando estarem cheias. Houve um momento que um dos rapazes pegou uma lata no chão para simular que estava bebendo como os demais.
    As roupas e bonés de “marcas” (produtor de marcas conhecidas entre os jovens e mais caras que as demais) parecem ter um papel igualmente importante em relação ao status.Dentre as meninas, o status social em relação às amigas é atribuído a partir de dois indicadores básicos: i) quantidade de garotos que chegaram nela durante a noite; ii) beleza dos garotos que permitiu beijá-la. Garotas mais assediadas por rapazes bonitos e bem arrumados teriam mais prestígios entre as colegas.
    A conquista
    A conquista é o elementos de status social mais importante do ritual da chegada, embora outras partes dos ritual também o seja. O garoto que mais realiza o ritual (de chegar nas garotas, como dizem) detém entre os amigos status de “corajoso”, entretanto o que consegue beijar mais garotas o status de “pegador” (espécie de conquistador de sucesso).
    Os tímidos e os desinibidos
    Claro que existe rapazes mais tímidos que outros. Nesse caso, cabe ao desinibido a tarefa de “chegar” para o colega. Ele se aproxima de um grupo de meninas e pergunta se alguma delas estaria interessada em “ficar” com o colega tímido, fazendo, assim, o papel de intermediador.
    O ciclo
    O ritual se repete durante toda a noite. As garotas sobem e descem a rua passando próxima aos grupos de rapazes a fim de que estes cheguem nelas. As garotas dotadas de melhor aparência na avaliação dos rapazes são rapidamente abordadas e passam pelo ritual por diversas vezes na noite, tendo essa condições de ser mais
    seleta em suas escolhas.
    Breves apontamentos interpretativos
    O rito da “Chegada” nos elucida três aspectos marcantes em nossa sociedade: o machismo, a desejo pelo poder e o papel do consumo na definição do status social. Rituais como esse nos demonstram a faceta de nossa sociedade machista, onde a mulher é tida como objeto a ser conquistado, de ser “tomada” como troféu. Embora as mulheres tenham conquistado poder na sociedade brasileira, o rito da Chegada evidencia a permanência de sua submissão ainda presente na atualidade. No rito, cabe a mulher ser agente passiva. Ser possuía, ser “pegada” (como se referem os rapazes ao conquistá-las). Embora a mulher tenha condições de recusar o beijo, a insistência, às vezes agressiva  é marca de nossa realidade. Igualmente notamos o machismo quando a garota se recusa o beijo, sendo esta algumas vezes xingada pelo rapaz. Nota-se que a liberdade da mulher em escolher é ainda, no rito, algo frágil.
    O sentimento de dominação é bastante presente no rito; ora observável na busca por conquistar a mulher, ora na ostentação de roupas e bonés de marcas mais caras. A bebida, como inculca nossa mídia, é tida como símbolo de masculinidade e poder entre os rapazes. A prática de obstruir a trajetória das garotas, assim como segurá-las pelo braço deixa-nos evidente que o macho se coloca em situação de dominador, enquanto que caberia à fêmea ser dominada, ainda que podendo se escusar do pretendente.
    As roupas e bonés de marcas caras se manifestam como o desejo de incluir-se no grupo e conquistar status social perante ele. O consumo é igualmente um potencializador do respeito do outro, o que eles chamam de “moral”. Ter moral com os amigos é destacar-se e isso é possível via consumo e dominação, não muito diferente do restante dos grupos sociais ocidentais.
    O rito da “Chegada”, a princípio nos trás estranheza pelas características que apresentam, mas sob uma perspectiva que busque familiaridades notaremos que sua essência está presente em grande parte de nossos rituais ocidentalizados.
    A noite já dava lugar a madrugada e estávamos ainda ali, conversando com um dos grupos observados. Esses nos apresentavam as conquistas como se fossem troféus.
    *Tal ritual merece um estudo mais atento e exaustivo. Nesse relato apresentei apenas as impressões que me foram possíveis de realizar a partir de uma observação de algumas horas e uma conversa com poucos indivíduos. Fica aí a sugestão de pesquisa.
  • Forma fácil de calcular amostras para pesquisas quantitativas

    Forma fácil de calcular amostras para pesquisas quantitativas

    Pesquisa quantitativa: calcular amostra

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    É muito comum alunos de graduação – e até graduados e pós-graduados – da área de Humanas terem pavor de Estatística. Geralmente o pavor está associado ao fato de ter escolhido um curso de Humanas justamente para correr dos cálculos. O problema é que isso nem sempre é possível, sobretudo na hora de produzir o trabalho monográfico, uma dissertação ou uma tese.
    Seus problemas não acabaram! Mas parte deles podem ser solucionados facilmente. Glauber Eduardo de Oliveira Santos desenvolveu um site que calcula o tamanho da amostra de acordo com o nível de confiança e erro amostral desejado AQUI. É muito simples. Basta preencher alguns dos campos solicitados.