Por Cristiano Bodart
A título de provocação e sem pretensões explicativas, lanço algumas questões com o objetivo fomentar a reflexão… um fitness intelectual.
Olhando os passos do Brasil pelo “retrovisor” penso que Marx e Engels, se defendessem a ideia da Dialética da História em programa de doutoramento no Brasil, poderiam ter algumas indagações e refutações ameaçadoras pelos avaliadores em sua banca.
O argumentado de que uma tese em face de uma antítese gera uma síntese em t
erra brasilis parece ser de difícil aplicação. Diria que em uma tese em face de uma antítese geraria, talvez, não uma síntese, mas uma metástese. Parece que o que surge das antíteses em terra brasilis é sempre um “novo” com raízes do velho (se é que dá para chamar isso de novo). Por isso que a obra “Raízes do Brasil”, de Sérgio de Holanda, explica tão bem muitos fenômenos sociais atuais.
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Metástese: surgimento de”nova” célula composta das características da célula original |
De posse do “retrovisor” olhando as ressurreições, a “independência”, “a abertura democrática” é difícil vermos uma síntese, uma nova realidade, uma revolução… vemos readequações da tese e, em alguns casos, seu fortalecimento.
O fim da escravidão não acabou com a exploração pré-capitalista, antes consolidou o capitalismo sob novos formatos exploratórios. A independência do Brasil não foi um ato de quebra dos grilhões, antes um deslocamento de cela. A proclamação da República, longe de uma revolução, promoveu condições para que o coronelismo se perpetuasse. A “revolução” burguesa, foi antes de tudo, uma “revolução conservadora” (se é que dá para juntar esses dois termos como substantivo e adjetivo).
Olhando para um passado quase presente, vemos as manifestações de junho e julho de 2013 pelo país à fora. Mais uma vez a síntese parece não ter vindo… mais uma metástese? Marx e Engels seriam aprovados na banca? Quais refutações seriam apresentadas? Fiquei, no mínimo, curioso…
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