Notícias são fundamentais para se contextualizar diante do Brasil e do mundo. Acompanhe os principais acontecimentos relacionados às Ciências Sociais do Brasil e do Mundo. Conhecer bem a realidade na qual está inserido é fundamental para o sociólogo ou socióloga ter um bom ponto de partida para contextualizar suas pesquisas e teorias.
Relacionar os conteúdos aprendidos com os eventos históricos do país e do mundo fortalecem o aprendizado e fomenta mais interesse para aprender a pensar sociologicamente. Relacionar com outras áreas do conhecimento Também potencializa a experiência de aprendizado.
Para o professor de sociologia posicionar-se é importante. Não de uma maneira cegamente militante, mas de uma forma crítica e flexível. Primeiro porque o posicionamento é uma forma honesta de mostrar aos alunos que o professor tem suas preferências e isso deve ser considerado pelo público para um filtro mais adequado. Segundo porque posicionar-se problematiza pontos de vista e fomentam um debate que enriquece e enaltece os envolvidos. Vamos às notícias!
Organizada por Antonio Alberto Brunetta (UFSC), Cristiano das Neves Bodart (UFAL) e Marcelo Pinheiro Cigales (UnB), a obra traz contribuições de 82 autores/as de 49 instituições de ensino básico e superior das cinco Regiões brasileiras. Ao todo são 85 verbetes selecionados pelos organizadores que tomaram como critério de escolha suas presenças e interfaces com as pesquisas do subcampo do ensino de Sociologia.
O contexto
O contexto de produção da obra é marcado por uma recente ampliação da pesquisa acadêmica em torno da Sociologia escolar e sua presença no ensino médio, esta tendo ocorrido por força da Lei 11.684, de 2008, embora tivesse já presente em documentos e normativas de todos os estados, inclusive muitos já ofertando a disciplina (BODART; AZEVEDO; TAVARES, 2020). Contudo, a despeito dessa presença, a Reforma do Ensino Médio (2017) trouxe novos riscos de exclusão da disciplina, tendo demandado a mobilização de grupos organizados, como a Associação Brasileira do Ensino de Ciências Sociais (ABECS) (BODART; PEREIRA, 2017), apoiadora desta obra.
Onde comprar a versão física com preço acessível
Reconhecendo que uma obra como esta não pode se perder entre milhares de arquivos que baixamos na internet, optamos por disponibilizar também para aquisição física (vale muito a pena ter a versão física). Assim, o “Dicionário do ensino de Sociologia” está sendo vendido sem obtenção de lucro por parte da editora, dos autores ou organizadores da obra, o que torna seu valor bem abaixo de outras obras com as mesmas dimensões físicas e intelectuais. O que seria o lucro da editora foi convertido em redução do valor (de 72,00 reais para 43,90).
A obra pode ser adquirida nas seguintes livrarias (observe que há valores distintos para o frete):
Amazon (AQUI) – Geralmente tem o frente mais barato
A obra está sendo disponibilizada no Blog Café com Sociologia de forma gratuita. Pedimos apenas que não repassem o pdf baixado para outras pessoas, devendo cada interessado baixar diretamente no site. Assim, pedimos que divulgue o link e não o pdf. Tal solicitação visa a contabilização do números de interessados na obra, informação importante para definições de futuros projetos como este, inclusive a publicação de um possível volume 2. Contamos com a colaboração.
A obra foi pensada a fim de sistematizar o que vem sendo pesquisado e colaborar para a formação de futuros professores, bem como colaborar para na visibilidade do tema e a maior qualificação da Sociologia escolar ofertada no ensino médio brasileiro. O Dicionário do Ensino de Sociologia é um instrumento de consulta acadêmica e escolar que pode ser acessado pela comunidade interessada nesse campo de conhecimento, veja em sua versão pdf ou física.
Estrutura dos verbetes
Em geral, os verbetes apresentam uma breve conceituação do tema que faz interface com o ensino de Sociologia para, depois, apresentar um balanço do que vem sendo pesquisado sobre o tema no subcampo do ensino de Sociologia. A terceira parte dos verbetes destinam-se a apontar alguns rumos para futuras pesquisas. As referências bibliográficas são listadas ao fim da obra, juntamente com lista dos documentos citados e índice remissivo.
O lançamento
O lançamento da obra ocorreu no dia 20 de julho no Canal do Youtube do Café com Sociologia (https://www.youtube.com/watch?v=PG1OvZkbHUw), tendo tido uma audiência ao vivo de cerca de 370 pessoas e 1.600 visualizações no vídeo em 24 horas. O lançamento contou com a participação de três autores (Ileizi Fiorelli Silva, Maria Valéria Barbosa e Luiz Fernandes de Oliveira), além dos organizadores da obra.
BRUNETTA, Antonio Alberto; BODART, Cristiano das Neves; CIGALES, Marcelo Pinheiro. Dicionário do ensino de Sociologia. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2020.
O curso de Ciências Sociais (veja sobre a História dos cursos AQUI) tem por característica propiciar o conhecimento das configurações e funcionamentos da sociedade. Para tanto, estuda-se diversas teorias (de múltiplas correntes), conceitos e pesquisas de cunho empírico que instrumentalizam o futuro professor e/ou sociólogo a olhar a realidade de forma crítica e compreende-la a partir do método científico, sendo capaz de explicar os fenômenos sociais em suas complexidades. Certamente quem cursar Ciências Sociais nunca mais olhará para a sociedade da mesma forma!
Breve história:
O curso de Ciências Sociais foi ofertado pela primeira vez no Brasil em 1934, na Universidade de São Paulo. Na época os cursos de Ciências Sociais estavam organizados no formato 3+1, ou seja, aos estudantes que optavam pela licenciatura cursavam 3 anos de disciplinas teóricas e no último ano frequentavam disciplinas pedagógicas. No findar dos 4 anos o estudante obtinha os graus de bacharel e licenciado em Ciências Sociais.
Tabela 1 – Primeiros cursos de Ciências Sociais ofertados no Brasil
Fonte: BODART; TORRES, 2018.
Atualmente os cursos de graus de bacharel e licenciado são cursos distintos, ambos com 3 ou 4 anos de duração. O curso de licenciatura forma professores de Sociologia e o bacharel sociólogos (ver mais sobre a história do curso AQUI e AQUI).
Fonte: BODART; TORRES, 2018.
Como se observa na figura 1, o número de cursos de Ciências Sociais se expandiu significativamente, sobretudo a partir da reintrodução da Sociologia como disciplina obrigatória no Ensino Médio.
Algumas instituições vêm ofertando o curso de licenciatura em “Sociologia”. O termo é impreciso, uma vez que ainda que o nome da disciplina presente no Ensino Médio seja “Sociologia”, as aulas abarcam às Ciências Sociais (as três grandes áreas).
Graus (tipos):
Há dois tipos (graus) de cursos de Ciências Sociais: bacharelado e licenciatura. Ambos geralmente tem duração de quatro anos, abarcando basicamente 3 grandes áreas: Antropologia, Sociologia e Ciência Política.
O curso de Ciências Sociais é eminentemente acadêmico e tem como base de desenvolvimento a leitura, a escrita e o debate. Ao longo do curso o aluno terá acesso a textos teóricos das três grandes áreas, além de Economia, História, Filosofia, Geografia, etc.
Oferta (2017):
Segundo o site do MEC, em 2017, eram 98 cursos ofertados por instituições privadas e 153 cursos por instituições públicas. Desses 30 são ofertados na modalidade à distância. Dos cursos ofertados, 63,4% são licenciaturas e 36,5% bacharelados.
Fonte: BODART; TORRES, 2018.
Observa-se que a oferta anual de vagas gira em torno de 3 mil, distribuídas em 251 cursos espalhados pelo Brasil.
Algumas possibilidades de atuação:
Para o licenciado: lecionar as disciplinas de Ciências Sociais no Ensino Básico e cursos preparatórios, atuar em fundações e organizações não governamentais (ONGs) e em programas (públicos e privados) educacionais voltados aos mais diversos grupos sociais. Atualmente há escassez de professores de Sociologia (formados) no Ensino Médio.
Para o bacharel: atuar em organizações não governamentais (ONGs), em setores públicos como pesquisadores (de diversas áreas), como gestores de projetos sociais, assistente político, com pesquisas de opinião, em programas sociais e de defesa à grupos sociais e atuar como consultor nas áreas de Sociologia, Ciência Política e Antropologia.
Disciplinas estudadas no curso:
O curso de estrutura principalmente em torno das disciplinas de Sociologia, Antropologia, Ciência Política e áreas afins. Você pode conferirAQUIa grade curricular de um curso de bacharelado em Ciências Sociais ou AQUI a grade de um curso de licenciatura em Ciências Sociais.
Por Julia Polessa Maçaira, Anita Handfas e Ana Paula Carvalho
A I Olimpíada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro foi uma iniciativa do Laboratório de Ensino de Sociologia da Faculdade de Educação da UFRJ (LabES/UFRJ), em conjunto com a Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais, através de sua unidade Regional ABECS-RJ. Trata-se de um Projeto de extensão da UFRJ que teve como principal objetivo congregar os colégios públicos e privados do estado do Rio de Janeiro em torno de atividades lúdicas e didáticas concernentes ao ensino de sociologia na educação básica. A Olimpíada, pioneira no Brasil, foi organizada em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de janeiro (PUC-Rio), o Colégio Estadual André Maurois e o CEFET Celso Suckow.
Vídeo da I Olimpíadas de Sociologia
Créditos do vídeo:
Diretor e roteirista do vídeo: Emílio Domingos
Diretor, fotógrafo, roteirista e editor do vídeo: Felipe David Rodrigues
Atividades
Como atividade de extensão, a I Olimpíada contou com a participação ativa de alunos do curso de licenciatura em Ciências Sociais, do curso de Pedagogia e de Direção Teatral da UFRJ que atuaram como extensionistas em todas as etapas do projeto. As etapas foram as seguintes:
Lançamento do edital de convocação – o edital foi um documento de chamada das escolas públicas e privadas interessadas em participar da Olimpíada. Nele estavam explícitas as regras de participação e as condições de inscrição das equipes.
Seleção dos estudantes extensionistas – foi aberta uma chamada de inscrição para os estudantes interessados em integrar o projeto de extensão. Foram selecionados 25 estudantes.
Reuniões preparatórias – foram oito encontros em que estiveram presentes estudantes e professores, tendo como meta a definição, planejamento e organização da Olimpíada. Nessas reuniões foram definidos, elaborados e aprendidos os jogos que compuseram a Olimpíada.
Realização da Olimpíada – professores e extensionistas atuaram na preparação da Colégio para receber o evento, na recepção dos participantes, na condução dos jogos e na premiação.
Financiamento
A olimpíada foi financiada por contribuições voluntárias recebidas por meio de um website de financiamento coletivo (total de R$ 3.250,00), doações da comissão organizadora (R$ 2.000,00) e da Sociedade Brasileira de Sociologia (R$ 1.500,00). Esse montante foi utilizado para custear a impressão das cartas, peças e demais materiais necessários aos jogos; confecção de camisetas, crachás, souvenires (botons, adesivos e canecas); troféus e medalhas; filmagem e edição de um vídeo documentário registrando o evento.
Participantes
Inscreveram-se 57 equipes de 16 municípios do estado do Rio de Janeiro, a saber:Angra dos Reis, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Engenheiro Paulo de Frontin, Itaboraí, Magé, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Petrópolis, Queimados, Resende, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Seropédica e Volta Redonda, totalizando cerca de 500 estudantes e professores interessados. A inscrição era gratuita.
Após o fechamento das inscrições dos colégios interessados, foi realizado um sorteio para definição dos colégios participantes da I Olimpíada. Foram sorteadas 28 equipes, cada qual composta por até 3 professores, responsável pela equipe composta por um mínimo de 6 e um máximo de 8 estudantes.
No dia do evento, compareceram 26 equipes, totalizando 230 participantes. A comissão organizadora contava com 50 pessoas.
A Olimpíada de Sociologia foi realizada no dia 08 de outubro de 2019, no Colégio Estadual Antônio Prado Junior, localizado na Rua Mariz e Barros, 273, no bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, das 14h às 17h30. O credenciamento das equipes teve início às 12h. Logo após a cerimônia de abertura da I Olimpíada, as equipes foram encaminhadas para as salas onde foram realizados os jogos.
Metodologia
A equipe de coordenação e organização do projeto optou por uma Olimpíada composta por três jogos, cada qual representando uma das áreas disciplinares das ciências sociais, a saber: um jogo de sociologia – “Lutas Simbólicas”, um jogo de antropologia – “Quiz Antropológico”, e um jogo de ciência política – “República em Jogo”. Informações sobre cada um dos jogos e seus respectivos autores foram disponibilizadas nos materiais de divulgação da Olimpíada. Os integrantes de cada equipe foram divididos em três duplas, cada uma competindo em um dos jogos. Dessa forma, todas as equipes jogaram todos os jogos. Ao final de cada partida do jogo foram somados os pontos que, em seguida, foram adicionados ao cômputo geral, indicando os vencedores.
Todas as equipes foram premiadas com livros e medalhas. Além disso, troféus foram conferidos para o 1º, 2º e 3º lugares. Registramos que houve empate nos 1º e 2º lugares. A premiação contou com a participação de alguns cientistas sociais: a professora Helena Bomeny, representando a Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS); o professor Marcelo Burgos, representando a PUC-Rio; o professor Fernando Rabossi (UFRJ), representando a Associação Brasileira de Antropologia (ABA); o cientista social e deputado estadual Flávio Serafini, representando a comissão de educação da ALERJ; e a professora Anita Handfas, representando o LabES UFRJ. Na cerimônia de premiação, a professora de sociologia Bruna Lucila leu uma carta-manifesto de autoria do Fórum de Professores de Sociologia e Filosofia do Rio de Janeiro, reivindicando a permanência da disciplina com, pelo menos, dois tempos semanais em cada uma das séries do ensino médio, defesa em consonância com os objetivos da realização dessa olimpíada.
Breve balanço
A I Olimpíada de Sociologia do estado do Rio de Janeiro se constituiu em um projeto de extensão de muito sucesso, por diversos motivos observados. Na UFRJ, ela serviu não só para mostrar o potencial da disciplina escolar sociologia entre estudantes e professores dos cursos de Ciências Sociais da UFRJ (bacharelado e licenciatura), mas também como formação didática e pedagógica dos estudantes extensionistas. Entre as instituições parceiras, a I Olimpíada mostrou a importância do intercâmbio institucional no sentido de promover ações conjuntas em defesa da sociologia na educação básica. Nas escolas públicas e privadas, ela serviu para fazer uma ampla mobilização de toda a comunidade escolar em torno da importância da sociologia na formação dos estudantes do ensino médio.
O entusiasmo e a alegria das equipes participantes da I Olimpíada atestam a relevância desse projeto de extensão. O resultado positivo leva também a pensar sobre as possibilidades de realizar outras edições com esse mesmo espírito de colaboração entre instituições, reflexão sobre metodologias de ensino e envolvimento da comunidade escolar.
Comissão organizadora da I olimpíada de sociologia do Rio de Janeiro:
Julia Polessa Maçaira (UFRJ/ ABECS RJ)
Gustavo Cravo de Azevedo (UFRJ/ Puc-Rio/ ABECS RJ)
Ana Paula Soares Carvalho (Puc Rio / ABECS RJ)
Thiago de Jesus Esteves (CEFET RJ / ABECS RJ)
João Paulo Cabrera ( C.E. André Maurois/ ABECS RJ)
Realização:
Unidade Regional do Rio de Janeiro da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS-RJ)
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes – LabES UFRJ
Colégio Estadual Antônio Prado Júnior – CEAPJ
Apoio:
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET-RJ
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio
Colégio Estadual André Maurois – CEAM
A I Olimpíada não seria possível sem a participação dos alunos extensionistas da UFRJ e da PUC-Rio que atuaram como monitores voluntários:
Passados dez (10) anos, qual o perfil do professor que vem ministrando aulas de Sociologias no Ensino Médio brasileiro, já que os dados não são animadores quanto a formação de professores habilitados para ministrar essa disciplina?
[…] Notamos uma predominância de professores de Sociologia brancos. Se compararmos o percentual de professores em geral do Ensino Médio, notaremos que ela é bem menor, uma vez que esse percentual é de 46,5% (MEC/INEP, 2017). Considerando também que o percentual de brancos na composição da população brasileira é de 44,2% de brancos, notamos que a representatividade desse grupo é relativamente menor entre os professores de Sociologia. […]
[…] O baixo percentual de professores de Sociologia que atuam nas redes de ensino federal e municipal se justifica por serem nelas reduzidos os números de instituições que ofertam o Ensino Médio onde a disciplina se faz presente no currículo escolar. […]
[…] Nos chama atenção para a participação de professores que atuam no Ensino Fundamental com a disciplina de Sociologia (2,5%), uma vez que a disciplina é obrigatória apenas no Ensino Médio. Dentre as experiências que temos notícias de que a Sociologia é ensinada na segunda etapa do Ensino Fundamental está o município de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul (POSSAMAI; KERN; ROSSATO; 2016). […]
[…] Dentre os “outros” destacados na tabela 5 estão as duas formações mais comuns entre os que lecionam Sociologia: os licenciados em História (19,7%) e licenciados em Pedagogia (13,9%) (MEC/INEP, 2017). Em outros termos, existem mais pedagogos e professores de História lecionando Sociologia do que profissionais habilitados na área. […]
[…] Dentre os professores de Sociologia, habilitados ou não, que atuam nas redes públicas, 55,9% são concursados. Esse percentual está abaixo da média dos professores de todas as disciplinas do Ensino Médio, que é de 68,1%. Observando a tabela 7 nota-se que o menor percentual de professores de Sociologia da rede pública concursado/efetivo encontra-se na Região Centro-Oeste (41,4%). O maior percentual está no Norte (66,2%), acompanhando as tendências referentes aos demais professores do Ensino Médio. Se o contrato temporário docente é apontando como uma condição de precarização e colocado à margem das decisões que envolvem a educação (MARQUES, 2006; NOVAES, 2010), os professores de Sociologia estão em situação pior do que a média dos professores do Ensino Médio. A falta de estabilidade na carreira docente dos professores contratados certamente tem impactos negativos sobre sua atuação e sua saúde psíquica. O problema, como indicou Gomes (2017) é que o trabalho temporário deixou de ser ter um caráter provisório e emergencial, num contexto de recomposição das condições de acumulação do capital pela crise estrutural do capitalismo, para se tornar uma política de Estado permanente. […]
Os movimentos sociais, enquanto objeto empírico, têm alimentado um debate constante no campo das Ciências Sociais, estimulando e promovendo o desenvolvimento de múltiplas perspectivas teóricas e focos de atenção diversos. Buscaremos aqui apresentar, de forma introdutória, as teorias que se destacaram, sendo elas: a Teoria Marxista dos Movimentos Sociais, a Teoria das Massas (TM), a Teoria da Mobilização dos Recursos (TMR), a Teoria dos Processos Políticos (TPP) e a Teoria dos Novos Movimentos Sociais (TNMS).
As análises marxistas
Origem: Remontam ao século XIX e possuem sua origem na sociologia clássica de Karl Marx e Friedrich Engels e se desenvolveu a partir de diversos autores conhecidos como marxistas.
Principais características: 1) abordagem de viés estruturalista, ou seja, o movimento surge como resultado de determinado contexto industrial ou econômico que possui impacto nas formas de divisão do trabalho e organização dos operários, 2) no âmbito dos processos associativos está ancorada na categoria classe (em si, e para ai) e, 3) nas abordagens que focam no papel da liderança, a destacam como intelectuais orgânicos que são responsáveis pelo direcionamento e construção ideológica da mobilização.
Os movimentos sociais são entendidos como ações coletivas de uma classe social explorada que busca: 1) melhores condições de trabalho, de salários e de vida e; 2) eclodir uma revolução, a tomada do poder a fim de implantar uma ditadura do proletariado a fim de suplantar o Capitalismo.
Teoria das Massas
Origem: Desenvolvida entre aos anos de 1940 e 1960, sobretudo por influência das grandes manifestações públicas do nazismo e do fascismo.
Principais características: 1) marcada fortemente pelo positivismo e, em particular, pela sociologia organicista de Durkheim e; 2) a grande preocupação dos teóricos estava em entender o comportamento das massas sob uma análise da Psicologia Social, sendo elas tidas como perigosas e, portanto, combatidas e; 3) a preocupação era entender os movimentos não democráticos, o processo de alienação das massas e a perda de controle e influência das elites culturais.
Os movimentos sociais são entendidos como patologias sociais, desajustamentos causados pelas disfunções da modernidade. Assim, os movimentos sociais são tidos como movimentos desviantes e irracionais compostos por indivíduos marginalizados.
Teoria da Mobilização dos Recursos
Origem: Surge do contexto de transformações políticas ocorridas na sociedade norte-americana nos anos 1960. Sua origem se relaciona diretamente a rejeição da ênfase que a Teoria das Massas dava aos sentimentos e ressentimentos dos grupos coletivos, assim como o approach eminentemente psicossocial dos clássicos, centrado nas condições de privação material e cultural dos indivíduos.
Principais características: 1) preocupação em entender o papel da burocracia na organização dos movimentos sociais; 2) os estudos focam nos recursos disponíveis aos movimentos sociais, sendo eles humanos, financeiros e de infraestrutura; 3) foco no papel das lideranças, sobretudo em sua capacidade de mobilizar e trocar bens num mercado de barganhas, as quais são entendidas a partir de uma visão exclusivamente economicista, num processo em que todos os atores agiam racionalmente, segundo cálculos de custos e benefícios, lógica emprestada da Teoria da Escolha Racional e a Teoria do Utilitarismo e; 4) as ações coletivas são explicadas a partir de uma visão comportamentalista organizacional.
Os movimentos sociais são entendidos como grupos de interesses, vistos como organizações e analisados sob a ótica da burocracia de uma instituição, tendo recebido fortes influências da Sociologia weberiana.
Teoria dos Processos Políticos
Origem: Se desenvolve nos anos de 1970 como crítica ao utilitarismo e ao individualismo metodológico da Teoria da Mobilização dos Recursos
Principais características: 1) trazer para o centro do debate elementos político-culturais e simbólicos, os quais passam a ser entendidos como importantes para atrair novos membros, mobilizar o apoio de variados públicos, constranger as opções de controle social de seus oponentes e tentar direcionar as políticas públicas e as ações do Estado; 2) preocupação em observar as dimensões externas das lutas dos movimentos que são tidas como relevantes para a competição por poder; 3) ideias, símbolos e palavras-chave são observados como importantes na construção da identidade dos movimentos sociais e sua mobilização; 4) foco nos processos sociais de longa e média duração e; 5) ênfase nas estruturas das oportunidades e restrições políticas.
Os movimentos sociais são entendidos um ator político de mudança social, esta entendida como uma ação reformista e não revolucionária.
Teoria dos Novos Movimentos Sociais
Origem: surgiu como arcabouço explicativo para os movimentos sociais transclassistas, ou seja, composto por sujeitos pertencentes a diferentes classes sociais, ou ainda a movimentos por demandas pós-materiais, tais a qualidade do ar, a igualdade de gênero e a luta pela paz.
Principais características: 1) foca nas identidades coletivas e, portanto, apresentando uma visão culturalista dos movimentos sociais; 2) o reconhecimento e o autoreconhecimento são elementos fundamentais para entender a ação coletiva e; 3) observação de que as demandas dos movimentos sociais não são apenas materiais.
Os movimentos sociais são entendidos como atores sociais marcados pelo reconhecimento identitário que buscam melhores condições de vida, envolvendo ganhos materiais e não materiais, tais como respeito aos diferentes, preservação do meio ambiente, etc.
O nordestino Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira, mais conhecido como Chico de Oliveira, nasceu na cidade do Recife no dia 07 de novembro de 1933. Filho dos católicos José Santana de Oliveira, comerciante, e Jovina Cavalcanti de Oliveira, dona-de-casa, teve dez irmãos, sendo o sexto filho do casal (MENDES, 2015). Seu nome é resultado de inspiração religiosa, mais especificamente no santo São Francisco de Assis. Oliveira foi católico até seus 16 dezesseis anos, quando ingressou na universidade (OLIVEIRA, 2007).
Chico de Oliveira começou a trabalhar junto ao seu pai aos 14 anos, desempenhando a função de ajudante na farmácia da família que se localizava na região Porto do Recife. Devido à crise nas importações, causada pela II Guerra Mundial, o negócio da família foi à falência (OLIVEIRA, 2007).
Chico de Oliveira cursou Ciências Sociais entre os anos de 1952 e 1956 na Faculdade de Filosofia da Universidade do Recife, hoje Universidade Federal de Pernambuco. Em entrevista a Ruy Braga, afirmou: “Fiz um curso de Ciências Sociais na minha universidade que não me deu muita sociologia, mas me deu o socialismo, o que foi uma troca extremamente proveitosa para mim”. Foi justamente o socialismo que guiou sua trajetória de militante e intelectual. Destacou Schwarcz (1992) que “em várias ocasiões Chico acertou na análise quase sozinho, sustentando posições e argumentos contrários à voz corrente na esquerda”. A formação com “pouca sociologia” estava inserida em um contexto marcado por um curso onde,
[…] praticamente, todos ou quase todos os professores de Ciências Sociais e Econômicas da UR [Universidade do Recife] não passavam de egressos da Faculdade de Direito que, em termos de Sociologia e Economia, se aproveitaram de poucas disciplinas um tanto quanto desprestigiadas em Direito e de um certo autodidatismo quase que inteiramente conduzido pelas suas nomeações como catedráticos interinos, quando da incorporação daquelas especialidades à UR (PERRUCI, 1986, p. 513).
A despeito da formação intelectual – tida por ele como deficiente – , foi no curso de Ciências Sociais que Chico de Oliveira teve sua primeira experiência em movimentos coletivos, ingressando em um pequeno grupo estudantil, o Movimento Socialista Estudantil de Pernambuco, de origem católica (MENDES, 2015).
Trabalhou como bancário dos 14 aos 21 anos, tendo atuado como técnico do Banco do Nordeste. Cursando, na época, a graduação, acreditava que pouco ou nada se poderia com um diploma de Ciências Sociais da Faculdade do Recife.
Estava no 3º ano de Ciências Sociais e morava com meus pais. Estudava e trabalhava no Banco do Nordeste. Fui bancário dos 14 aos 21 [anos]. Quando entrei no Banco do Nordeste me dei por satisfeito. Parecia uma carreira sólida. Tínhamos seis horas de trabalho, do meio-dia às 18 horas. Estudava à noite e lia o que dava pela manhã. Não era dramático estudar e trabalhar. Dava para conciliar. Na época, meu futuro não era claro para mim.O que poderia fazer com o diploma de sociólogo no Recife? (grifo nosso)[1]
Aos 21 anos de idade, Francisco de Oliveira não tinha certeza de seu futuro, sobretudo o que se poderia realizar com um diploma de Ciências Sociais. Sua trajetória responderia sua pergunta.
Suas incertezas começam a se dissipar quando, junto ao Celso Furtado, conseguiu uma vaga para atuar na Sudene (1959 – 1964). Para ele:
Foi a melhor experiência pessoal que tive. Trabalhar no olho do furacão. Porque estava no Nordeste, eram as Ligas Camponesas de um lado, o diabo-a-quatro de outro, a pressão sobre a SUDENE era violentíssima. A gente estava no meio de quatro ou cinco fogos, não era apenas um lado. Tinha a Liga Camponesa de um lado e a Igreja Católica, que era muito ativa, do outro. E um movimento estudantil muito forte. A burguesia açucareira – que estava querendo retomar o tempo perdido – foi importante, os latifundiários. O Partido Comunista era forte, com um pé atrás: desconfiava do Celso [Furtado], mas apoiava. Então era um pau só. (OLIVEIRA, 2007).
Sua entrada na Sudene deu-se, em grande medida, pelo currículo que possuía: graduado em Ciências Sociais, com experiência em órgãos de desenvolvimento regional, e com cursos de especialização em economia ofertado pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL). Ali, Chico de Oliveira começou a ver utilidade no curso de Ciências Sociais. Eram seus primeiros passos como sociólogo e começava a pensar questões importantes para o Brasil, em especial para o Nordeste. Seu encontro com Celso Furtado foi narrado por ele da seguinte maneira:
Eu pedi uma entrevista com ele [Furtado], que me recebeu. ―O que queria?. Eu disse que tinha sabido disso [da criação da SUDENE] e que estava disposto a trabalhar. ―O que você faz?―Eu faço isso e tal, fiz o curso da CEPAL, fui bem sucedido, tive notas tais e tais‖. Não se comoveu, estava impassível. […] Disse ele então: ―está bem, vai falar com José Medeiros. Era o futuro chefe de pessoal, eu estava contratado! […] Eu, besta, assim, nunca consegui emprego tão fácil (OLIVEIRA citado em PERRUSO, 2013, p. 182).
Após sua experiência na Sudene, Oliveira pensou, após breve conversa com Florestan Fernandes, em cursar o mestrado na USP, tomando por objeto de estudo essa instituição. Contudo, seu projeto se perdeu nas mãos de um amigo, Gabriel Bolaffi. Em 2012, em entrevista a Ridenti e Mendes (p. 602), reconheceu que foi melhor não ter feito a pesquisa naquele momento. Segundo ele “[…] foi melhor, vendo em retrospectiva. Eu ia fazer uma coisa muito furtadiana. Eu não tinha ainda o afastamento suficiente”. Tal projeto foi retomado anos depois, em 1977, por meio de um estudo intitulado “Elegia Para Uma Re(li)gião” (publicado como livro em 1987 pela editora Paz e Terra e reeditado em 2008 pela Boitempo), que se tornaria sua obra mais importante sobre o planejamento regional no Brasil. Nela, deixou registrado ser resultante de sua paixão:
Este trabalho foi escrito sob o signo da paixão: paixão de Orieta, do Nordeste, paixão dos operários, trabalhadores e camponeses do Nordeste. Paixão no mais amplo e estrito sentido. Paixão no sentido de Gramsci: o de colocar-se em uma posição e, mediante essa colocação e por causa dela, tentar entender uma tragédia. O processo social que se procura entender não é um objeto de investigação: é uma causa, uma paixão. Esse posicionamento causará arrepios e um dar de ombros por parte de muitos: é uma obra engajada, que não é, portanto, residência da ciência. Haveria uma multidão de argumentos teóricos para replicar, mas prefiro não seguir esse caminho. Não indaguei, pois, do surgimento da paixão: apaixonei-me apenas; e entrei na corrente, deixei o barco correr (OLIVEIRA, 2008, p. 125).
Após o golpe de 1964, ficou preso por dois meses. Só não foi torturado por conta da intervenção de um de seus irmãos, que era capitão da polícia. Posteriormente, deixou a cidade do Recife e “exilou-se” no Rio de Janeiro por um curto espaço de tempo, tendo ficado ali de forma provisória, sem emprego e fazendo bicos (RIDENTI; MENDES, 2012). Contudo, Oliveira não se afastou do pensamento de esquerda, antes passou no Rio a se reunir com um grupo coordenado por Ênio Silveira, composto majoritariamente por integrantes do Partido Comunista Brasileiro. Nesse período, escreveu um artigo para a primeira edição da Revista Civilização Brasileira, cujo escopo foi uma oposição ao regime militar e ao governo Castello Branco (RIDENTI; MENDES, 2012).
Após perder seu emprego na Sudene e ser preso, Oliveira – graças à rede que havia construído naquela instituição – buscando sua subsistência trabalhou no Chile, na Guatemala e no México, além de atuar em empresas privadas. Foi um período de muitas incertezas. Já aos 36 anos, em 1970, foi convidado para atuar no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) com Fernando Henrique Cardoso e Octavio Ianni, trabalhando ali até 1983. No Cebrap, Oliveira ficou a cargo de problematizar e pensar o planejamento regional, enquanto que Octavio Ianni o planejamento nacional (RIDENTI; MENDES, 2012). Dez anos depois, retornava para esse centro de pesquisa como presidente (1993-1995). O Cebrap teve um impacto significativo no pensamento de Oliveira, chegando a afirmar ter sido um divisor de águas em sua trajetória intelectual. Em 2012, em entrevista, afirmou a esse respeito: “Eu acho que foi a grande aquisição que tive nos anos 1970” (RIDENTI; MENDES, 2012). Em nota de rodapé, no seu ensaio “A economia brasileira: crítica a razão dualista”, assim deixou registrado:
Este ensaio foi escrito como uma tentativa de resposta às indagações de caráter interdisciplinar que se formulam ao Cebrap, acerca do processo de expansão socioeconômica do capitalismo no Brasil. Beneficia-se, dessa maneira, do peculiar clima de discussão intelectual que é apanágio do Cebrap […] (OLIVEIRA, 1972).
Chico de Oliveira levou ao Cebrap a experiência de vida socialista, marcada por atuações junto à classe operária do Recife. Para ele, seus colegas do Cebrap ainda conheciam, no início, pouco o Brasil real, embora dotados de um marxismo acadêmico de bom nível (RIDENTI; MENDES, 2012).
No Cebrap atuou como bolsista, recurso originário da Ford. Segundo ele, “o dinheiro vinha via Cândido Mendes, do Rio de Janeiro. Cândido Mendes transferia para o Cebrap. Era uma operação arriscada. A ditadura sabia” (RIDENTI; MENDES, 2012, p. 603). Sua relação com a ditadura foi bastante conflituosa. Sua prisão em 1964 não se constituiu na única repressão às suas ideias e ações. Em 1974, foi novamente preso pelos militares, acusado de participar de um grupo de leitura de “O Capital”, de Karl Max. Ficou preso por dois meses no DOI-CODI, em São Paulo, onde foi torturado.
Nos anos de 1980, engajou-se politicamente nos movimentos de base, tendo sido um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), tendo integrado a 1ª Diretoria Executiva da Fundação Wilson Pinheiro – fundação de apoio partidária instituída pelo PT em 1981, antecessora da Fundação Perseu Abramo.
Em 1980, Francisco de Oliveira entrou para o quadro de professores do curso de pós-graduação em Economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e logo depois migrou para a Universidade de São Paulo, fundando, em 1995, junto com diversos outros professores[2], o Núcleo de Estudos dos Direitos da Cidadania (NEDIC), que em 2000 passou a ser denominado Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (Cenedic) da Universidade de São Paulo (USP). Chico de Oliveira chegou a desempenhar a função de coordenador-executivo do Cenedic, permanecendo como integrante/pesquisador até sua morte.
Entre 1986 a 1990 Chico de Oliveira atuou no Comitê de Avaliação do Concurso para Dotações para Pesquisa da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa e Ciências Sociais (ANPOCS).
Chico de Oliveira atuou cerca de 24 anos como professor de Sociologia do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), onde ministrou diversas disciplinas, tais como “Estrutura de Classes”, “Estrutura de Classes e Estratificação Social”, “Introdução às Ciências Sociais” e “Classes médias e Capitalismo Contemporâneo”, destacando-se como um dos mais importantes sociólogos brasileiros e autor de vasta obra, sobressaindo “A economia da dependência imperfeita”, “Os direitos do antivalor”, “A noiva da revolução/Elegia para uma re(li)gião”, “O elo perdido”, “Crítica a razão dualista/O ornitorrinco”, “A navegação venturas: ensaios sobre Celso Furtado” “Hegemonia ao avesso” e “O avesso do avesso”.
Ainda que Chico de Oliveira tivesse trabalhado com Fernando Henrique, e suas críticas a seu pensamento eram relativamente pontuais, foi bastante incisivo nas censuras às práticas neoliberais de FHC enquanto presidente da República e sua associação aos grupos oligárquicos mais reacionários da política brasileira. Para ele, “[…] o sociólogo Fernando Henrique não podia nunca ter abdicado dos princípios que o guiavam enquanto sociólogo (OLIVEIRA, 1996, p. 14)”.
Sua divergência política também se estendeu ao ex-presidente Lula, que, segundo sua interpretação, deu continuidade ao projeto privatista de FHC. Por isso, em 2003, por acreditar que Lula dava continuidade às práticas neoliberais do seu antecessor, deixou o Partido dos Trabalhadores, filiando-se ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
No ano de 2004 teve sua obra “Crítica à razão dualista/O ornitorrinco”[3]reconhecida na categoria Ciências Humanas com o prêmio Jabuti. Em prefácio a essa obra, Schwarcz (2003) escreveu:
Ora, na esteira do próprio Marx, os argumentos de Francisco de Oliveira estão sempre mostrando que nada ocorre sem a intervenção da consciência; porém… Presente em tudo, mas enfeitiçada pelo interesse econômico, esta funciona naturalmente e sustenta o descalabro a que ela poderia se contrapor, caso crescesse e mutasse.
Segundo o próprio Chico de Oliveira, sua obra buscava revisar o modo de pensar a economia brasileira que tomou novos rumos com o processo de industrialização a partir dos anos de 1930. Oliveira denuncia a dicotomia existente entre modernidade e atraso, contudo destacando ser esta uma característica constitutiva do Brasil, uma espécie de “ornitorrinco”.
Em 2006 lhe foi concedido o título de doutor por notório saber pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (1992), consagrando o sociólogo que já marcava profundamente as Ciências Sociais brasileiras.
Em 2013, foi o homenageado do IV Curso Livre Marx-Engels, organizado pela editora Boitempo e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc). Tratava-se de uma homenagem a um sociólogo que soube o que fazer com seu diploma.
Sua última obra foi “Brasil: uma biografia não autorizada”, na qual compilou sua visão do país. Nela, deixou registrado uma descrição síntese que merece, como toda a obra, destaque:
Desde logo, eis os elementos do truncamento que alimentou a autoironia dos brasileiros, às vezes cáustica, mas baseada em fatos: uma independência urdida pelos liberais, que se fez mantendo a família real no poder e se transformou imediatamente numa regressão quase tiranicida; um segundo imperador que passou à história como sábio e não deixou palavra escrita, salvo cartas de amor um tanto pífias; uma abolição pacífica, que rói as entranhas da monarquia; uma república feita por militares conservadores, mais autocratas que o próprio imperador (OLIVEIRA, 2018).
Schwarcz escreveu, em 1992, num artigo a respeito de Chico de Oliveira afirmando que:
O marxismo aguça o senso de realidade de alguns, e embota o de outros. Chico evidentemente pertence com muito brilho ao primeiro grupo. Nunca a terminologia do período histórico anterior, nem da luta de classes, do capital ou do socialismo lhe serve para reduzir a certezas velhas as observações novas. Pelo contrário, a tônica de seu esforço está em conceber as redefinições impostas pelo processo em curso, que é preciso adivinhar e descrever. […] os meninos vendendo alho e flanela nos semáforos não são a prova do atraso do país, mas de sua forma atroz de modernização. […]Algo análogo vale para as escleroses regionais, cuja explicação não está no imobilismo dos tradicionalistas, mas na incapacidade paulista para forjar uma hegemonia modernizadora aceitável em âmbito nacional. Chico é um mestre da dialética[4].
Retomamos a pergunta de Chico de Oliveira, aos seus 21 anos de idade: o que poderia fazer com o diploma de sociólogo no Recife? Chico de Oliveira interpretou o Brasil como poucos, contribuindo com ações e reflexões impactantes. Autor da metáfora “ornitorrinco”, que faz alusão ao Brasil arcaico e moderno, tornou-se um dos mais importantes sociólogos brasileiros e um militante que em muito influenciou a esquerda nacional. O nordestino Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira entrou no rol da História da Sociologia brasileira, deixando interpretações do Brasil, destacando o caráter de sua modernização.
Chico de Oliveira faleceu numa quarta-feira, em sua residência localizada em São Paulo, em 10 de julho de 2019, aos 85 anos, vítima de pneumonia. Seu corpo, como não poderia ser diferente, foi velado no salão nobre da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH – USP), ato simbólico e digno do ilustre e grandioso sociólogo.
Referências
FOLHA DE SÃO PAULO. O sociólogo Francisco de Oliveira fala o que queria saber aos 21 anos.23/11/2009.
MENDES, Flávio da Silva. O ovo do ornitorrinco:a trajetória de Francisco de Oliveira. Tese de Doutorado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 2015.
OLIVEIRA, Francisco de. A economia Brasileira: crítica a razão dualista.Estudos Cebrap, n.2, 1972.
OLIVEIRA, Francisco de. A noiva da revolução / Elegia para uma re(li)gião. São Paulo: Boitempo, 2008.
OLIVEIRA, Francisco de. Entrevista à Chico de Oliveira. Entrevista realizada por JINKINGS,et al,. Margem Esquerda. 2007.
OLIVEIRA, Francisco de. Entrevista Chico de Oliveira. Entrevistador: Marcos Cripa. Revista Adusp. Maio de 1996.
PERRUSO, Marco de Antonio. Uma trajetória dissonante: Francisco de Oliveira, a SUDENE e o CEBRAP. Caderno CRH. Salvador, v. 26, 67, p. 179-192, Jan./Abr. 2013.
PERRUCI, Gadiel. Um projeto oligárquico-liberal de universidade. (Notas para uma História da UFPE).Cadernos de Estudos Sociais, 2, pp. 505-520. 1986.
RIDENTI, Marcelo Siqueira; MENDES, Flávio da Silva. Do dualismo ao ornitorrinco: entrevista com Francisco de Oliveira. Caderno CRH, Salvador, v. 25, 66, p. 601-622, Set./Dez. 2012.
Notas:
[1]O sociólogo Francisco de Oliveira fala o que queria saber aos 21 anos. O Estado de São Paulo, 23/11/2009.
[2]Do Departamento de Sociologia da FFLCH, os Professores Francisco de Oliveira, Maria Celia Paoli, Leonardo Mello e Silva e Vera da Silva Telles; do Departamento de Arquitetura da EESC/USP, a Professora Cibele Saliba Rizek; da Faculdade de Ciências Sociais da PUC/SP, a Professora Ana Amélia da Silva; dos Departamentos de Sociologia e de História da Unicamp, o Professor Laymert Garcia dos Santos; o Professor Carlos Alberto Bello e; e Silva Professor do Departamento de Sociologia da UNIFESP.
[3]A obra foi publicada como um ensaio, em 1972, com o título “A economia brasileira: crítica à razão dualista”, tornando-se livro no ano de 1981, lançado pela Vozes. Em 2003 foi reeditado pela Boitempo, sob o título de “Crítica à razão dualista”, sendo acrescido ao texto original o ensaio “O ornitorrinco”, também de sua autoria.
[4]Artigo-homenagem de 1992, escrito por ocasião do concurso de Francisco de Oliveira para professor titular da USP que compôs o prefácio da Obra “Crítica à razão dualista/O ornitorrinco” republicada em 2003 pela Boitempo.
ou 40 reais (com frete) via depósito bancário (ver no fim da postagem).
SUMÁRIO
Apresentação
Cristiano das Neves Bodart
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CAPÍTULO 1
A Sociologia da Educação e alguns caminhos para a pesquisa contemporânea: a escola desigual e a escola democrática
Gustavo Cravo de Azevedo, Paula Britto Agliardi e Sara Esther Dias Zarucki Tabac
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CAPÍTULO 2
Marxismo e Escola
Nildo Viana
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CAPÍTULO 3
Paulo Freire e a Sociologia Política da Educação
Thiago Ingrassia Pereira e Carine Marcon
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CAPÍTULO 4
“Programa Escola sem Partido”: reflexões sobre a cidadania e o trabalho docente
Tatiele Pereira de Souza, Beatriz Brandão e Thiago Gabriel Silva Gameiro
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CAPÍTULO 5
Preocupações didáticas em compêndios de Sociologia dos anos de 1930
Cristiano Bodart e Elizandra Rodrigues da Silva
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CAPÍTULO 6
Escola e formação docente: narrativas plurais
Joana Rower, Maria Alda de Sousa Alves e João Paulo Freitas Gomes
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CAPÍTULO 7
Ser jovem é diferente de ser aluno: uma leitura sobre escola e juventude a partir da Sociologia da Experiência
Eduarda Bonora Kern
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CAPÍTULO 8
Você deseja ser professor? Motivação e renuncia à profissão docente
Pércia Alves Silva, Andréa Giordanna Araujo e Elizabete Amorim de Almeida Melo
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Conselho científico da obra
Ana Maria Vergne, Doutorado em Estudos Sociais e Politicos da Educaçao pela Universitat Valencia, Espanha. Professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
Andréia Orsato, doutora em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPL);
Arilson Oliveira, doutor em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG);
Bruno Durães, doutor em Ciências Sociais Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor de Sociologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB);
Christian Lindberg Lopes do Nascimento, doutor em Educação Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS);
Cristiano das Neves Bodart, doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
Diana Cerdeira, doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ);
Dirceu Benincá, doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFB);
Fernanda Feijó, doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Professora da Rede Estadual de São Paulo;
Leandro Raizer, doutor e Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Luis Flávio Godinho, doutorado em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB);
Maria De Assunção Lima de Paulo, doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG);
Rodrigo Diego de Souza, doutor em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor substituto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
Thiago Esteves, doutorado em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Professor do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Campus de Nova Iguaçu;
Thiago Fidelis, doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Professor da União das Faculdades dos Grandes Lagos;
Tomás Menk, doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor Substituto da Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
Walter Matias Lima, doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
Welkson Pires da Silva (Kim Pires), doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Edital da I Olimpíada de Sociologia do estado do Rio de Janeiro
Apresentação:
A I Olimpíada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro destina-se aos docentes em exercício do magistério e aos estudantes regularmente matriculados no Ensino Médio das instituições educacionais das redes públicas e privada do território fluminense. Seu principal objetivo é promover a familiarização de estudantes do Ensino Médio com os conceitos, categorias, temáticas e autores das Ciências Sociais. Sua finalidade é contribuir para a consolidação e expansão da Sociologia como disciplina escolar, promovendo reflexões e debates acerca de estratégias lúdicas e criativas para o seu ensino. A I Olimpíada de Sociologia foi pensada como um torneio entre equipes de distintas instituições educacionais, porém estimulando as práticas colaborativas intraescolas. Com isto pretende-se chamar atenção das redes públicas e privada, dirigentes, docentes, público em geral, e principalmente dos estudantes, em sua maioria jovens, para a relevância do pensamento sociológico na atualidade.
Objetivos:
(a) Inserir a disciplina Sociologia na dinâmica das Olimpíadas Escolares;
(b) Integrar os estudantes, dirigentes, docentes de Sociologia atuantes no Estado do Rio de Janeiro;
(c) Mobilizar a comunidade escolar e acadêmica em torno da Sociologia no Ensino Médio;
(d) Apresentar e experimentar novas metodologias de ensino;
(e) Contribuir para a formação e atualização dos docentes;
(f) Popularizar a Sociologia;
(g) Familiarizar os estudantes com a linguagem sociológica.
Justificativa:
A disciplina de Sociologia foi inserida na rede estadual do Rio de Janeiro em 1989. Sua inserção nas redes públicas e privada se fortaleceu ainda mais a partir de 2008, quando se tornou obrigatória nacionalmente em todas as séries do Ensino Médio. É notório o interesse dos estudantes por essa disciplina que tão bem se comunica com seu cotidiano. Essa história merece ser celebrada, sendo esse o intuito da I Olimpíada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro. Ela visa valorizar e fortalecer ainda mais a presença da Sociologia no Ensino Médio. As atividades da I Olimpíada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro pretendem incentivar os docentes atuantes na Educação Básica a terem contato com novas metodologias de ensino, buscando também estimular o caráter cooperativo entre as equipes participantes. Reforçamos o esforço integrativo da iniciativa, almejando reunir docentes e estudantes. O principal objetivo é chamar atenção para a qualidade e a relevância da oferta da disciplina no Ensino Médio no Estado do Rio de Janeiro.
4.Regras de Participação:
4.1. A inscrição das equipes deverá ser feita necessariamente por um docente responsável. Cada instituição de ensino poderá inscrever somente uma (1) equipe, tendo pelo menos um (1) docente responsável.
4.2. Os docentes interessados em participar com equipes de estudantes devem estar em efetivo exercício do magistério na disciplina Sociologia em uma das instituições de ensino das redes públicas e/ou privada do Estado do Rio de Janeiro.
4.3. Os estudantes devem estar regularmente matriculados no Ensino Médio ofertado por uma das instituições de ensino das redes públicas ou privada do estado do Rio de Janeiro.
4.4. Cada equipe poderá ser formada por no mínimo sete (7) e no máximo onze (11) participantes. Sendo até três (3) docentes e oito (8) estudantes, sendo, no mínimo, um (1) docente, seis (6) alunos titulares e até dois (2) suplentes.
4.5. As equipes poderão contar com estudantes regularmente matriculados em qualquer uma das séries do Ensino Médio (1º, 2º e/ou 3º anos).
4.6. Só poderão participar equipes inscritas conforme as regras do edital.
4.7. A Olimpíada prevê a participação de, no máximo, 16 equipes.
4.8. O deslocamento para o local da Olimpíada é de responsabilidade das equipes participantes.
4.9. A organização do evento não se responsabiliza pela alimentação dos participantes.
4.10. Não haverá limite de inscrição de equipes por professor/escola.
Inscrição:
5.1. Cabe aos docentes responsáveis pelas equipes realizarem a inscrição.
5.2. O período de inscrição vai do dia 15/07/2019 até 30/08/2019.
5.4. No credenciamento, os docentes responsáveis deverão apresentar a seguinte documentação dos membros das equipes:
5.4.1. Docentes: original e cópia do documento de identificação oficial com foto e comprovante de efetivo exercício do magistério na disciplina Sociologia na instituição de ensino indicada no ato da inscrição.
5.4.2. Estudantes: original e cópia do documento de identificação oficial com foto e cópia do comprovante de matrícula no Ensino Médio ofertado na instituição de ensino indicada no ato da inscrição.
5.4.3. Estudantes menores de 18 anos: autorização dos pais ou responsáveis legais (modelo no Anexo 1 deste edital), original e cópia do documento de identificação oficial com foto e cópia do comprovante de matrícula no Ensino Médio ofertado na instituição de ensino indicada no ato da inscrição.
5.5. A inscrição e a participação tanto dos professores como dos estudantes na I Olimpíada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro são gratuitas.
6.1. Em virtude de limitações no espaço físico do local de realização da I Olímpiada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro, serão admitidas as inscrições de 16 equipes. Caso inscrevam-se mais de 16 equipes, a Comissão Organizadora fará uma seleção.
6.2. A comissão de seleção será composta pela coordenação da Unidade Regional da ABECS-RJ e por professores e pesquisadores vinculados ao Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes (LabES) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
6.3. Os critérios de seleção das equipes devem obedecer aos seguintes princípios:
6.3.1. Priorizar a participação de escolas da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ).
6.3.2. Priorizar a maior participação possível de instituições de ensino de diferentes municípios e regiões da rede pública de ensino.
6.3.3. Caso a quantidade de equipes inscritas ultrapasse o número máximo de inscrições, será selecionada apenas uma equipe das instituições de ensino com mais de um Campi ou Unidade.
Dos Jogos da Olimpíada:
7.1. A I Olimpíada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiroacontecerá no dia 08 de outubro de 2019 das 13:00h às 18:00h no Colégio Estadual Antônio Prado Junior (CEAPJ), localizado à Rua Mariz e Barros, 273-A, bairro Praça da Bandeira, município do Rio de Janeiro.
7.2. A I Olimpíada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro será composta por três jogos simultâneos que acontecerão entre 14h e 17h. Na sequência, haverá a premiação.
7.3. Cada equipe irá se dividir em duplas para participar dos três jogos simultaneamente.
7.4. A I Olimpíada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro será composta por três jogos didático-pedagógicos: (a) “República em Jogo”; (b) “Lutas Simbólicas”; (c) “Quiz Antropológico”.
Da competição:
8.1. A I Olimpíada de Sociologiado Estado do Rio de Janeiroserá composta de 3 jogos concomitantes. Ao final, ganha a competição a equipe que tiver a maior pontuação no somatório dos jogos.
8.2. No credenciamento das equipes, o(s) docente(s) responsável(eis) deverão indicar as duplas de estudantes titulares para cada um dos três jogos, que serão disputados de maneira concomitante, em distintos espaços, no Colégio Estadual Antônio Prado Júnior. Os docentes responsáveis pelas equipes têm livre acesso aos espaços em que serão disputados os jogos da I Olimpíadade Sociologia do Estado do Rio de Janeiro.
8.3. Será admitida a presença de dirigentes, docentes, estudantes, pais e responsáveis, desde que devidamente credenciados, na condição de torcedores. Os torcedores deverão se portar seguindo os princípios de urbanidade. A Comissão Organizadora poderá deliberar, durante o evento e após a conclusão deste, pela eliminação de qualquer equipe em virtude de ocorrências envolvendo a sua torcida.
8.4. A dupla vencedora em cada um dos jogos ganhará 40 pontos; a dupla que ficar em 2º lugar ganhará 25 pontos; em 3º lugar, 10 pontos; e, em 4º lugar, 5 pontos.
8.5. Ao final das rodadas de jogos, serão contabilizados os pontos da equipe por instituição educacional. Será declarada vencedora a equipe que obtiver o maior número total de pontos.
8.6. A critério da Comissão Organizadora, poderão ser instituídas outras formas de pontuação, que deverão ser publicizadas até 24 horas antes do início da I Olímpiada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro.
Comissão Organizadora:
9.1. A Comissão Organizadora da I Olímpiada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro será composta pelos seguintes profissionais:
. Alexandre Fraga (SEEDUC RJ)
. Ana Paula Carvalho (PUC-Rio)
. Anita Handfas (LabES UFRJ)
. Gustavo Cravo (UFRJ e PUC-Rio)
. Joana da Costa Macedo (SEEDUC RJ e UFRJ)
. Julia Polessa Maçaira (LabES UFRJ)
. Lucas Nasra (PUC-Rio)
. Mario Jorge de Paiva (PUC-Rio)
. Thiago Esteves (CEFET-RJ)
9.2. Os membros da Comissão Organizadora da I Olímpiada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro não poderão participar na condição de professores responsáveis por qualquer das equipes inscritas no torneio.
Contatos:
10.1. Em caso de dúvidas e/ou recursos o contato com a comissão organizadora da I Olímpiada de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro deverá ser realizado exclusivamente pelo seguinte e-mail: <[email protected]>.
Dos Casos Omissos:
11.1. Os casos omissos neste edital serão resolvidos pela Comissão Organizadora.
Cronograma:
Inscrição
15/07/2019 a 30/08/2019
Avaliação das Inscrições
01/09/2019 a 14/09/2019
Inscrições Deferidas
15/09/2019
Recursos
16/09/2019
Resultado dos Recursos
18/09/2019
Credenciamento
08/10/2019 das 13:00h às 13:50
Jogos
08/10/2019 das 14:00 às 17:00
Apuração
08/10/2019 das 17:00h às 17:30
Premiação
08/10/2019 das 17:30 às 18:00
Realização:
Unidade Regional do Rio de Janeiro da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS-RJ)
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes – LabES UFRJ
Colégio Estadual Antônio Prado Júnior – CEAPJ
Apoio:
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET-RJ
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio
Rio de Janeiro, 24 de julho de 2019.
Coordenação da Unidade Regional ABECS do Rio de Janeiro
Eu___________________________________________________, Carteira de Identidade nº__________, orgão expedidor __________, CPF nº_____________________ responsável legal, na qualidade de __________________________________(pai, mãe ou tutor), do menor ___________________________________________________________, nascido (a) em ___ de ____________do ano de _________, AUTORIZO(AMOS) a participação na I Olimpíadas de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro,assumindo toda a responsabilidade pela presente autorização e participação do menor.
Rio de Janeiro/RJ, _______________de ______de 2019.
Conhecimento sociológico nos domínios escolares: Poder e controle na circulação de ideias sociológicas
Autoria: Alexandre Jeronimo Correia Lima Editora: Appris Ano: 2019
Formação de professores de Ciências Sociais: desafios e possibilidades Autoria: Marcel Mano e Marili Peres Junqueira (organizadores) Editora: EDUFU – Editora da Universidade Federal de Uberlândia Ano: 2018
Rumos da Sociologia na Educação Básica: ENESEB2017: reformas, resistências e experiências de ensino
Autoria: Haydée Caruso e Mário Bispo dos Santos (organizadores) Editora: Cirkula Ano: 2019
Título do livro: O ensino de Sociologia no Brasil, volume 2
Coleção: Café com Sociologia
Editora Café com Sociologia
Convidamos a V.Sa. para compor a equipe de autores do livro “O ensino de Sociologia no Brasil” organizado pelos professores Dr. Cristiano das Neves Bodart (Ufal) e Roniel Sampaio-Silva (IFPI). Trata-se de um projeto desenvolvido no âmbito da Editora Café com Sociologia, mais especificamente uma obra de cunho acadêmico que integrará a série “O ensino de Sociologia no Brasil”, sendo o volume 2.
O livro terá ISBN, assim como ficha catalográfica, comissão científica e conselho editorial composto por doutores.
Leia todo o documento para obter as informações necessárias referente a participação, eixos temáticos, investimento, cronogramas etc.
EIXOS TEMÁTICOS:
Os textos submetidos deverão encaixar-se em um dos quatro eixos do livro, os quais são:
Eixo 1 –A sociologia escolar como objeto de pesquisa: visa contribuir com análises e reflexões sobre o subcampo do ensino de Sociologia, tais como estudos bibliométricos, discussões em torno da produção de pesquisas em periódicos e anais de eventos acadêmicos e livros. Enquadra neste eixo estudos que se voltam para a análise da comunidade científica que se dedica ao tema, bem como discussões entorno de uso de teorias, métodos e técnicas de pesquisas nos estudos do tema.
Eixo 2 –Pensando as potencialidades do ensino de Sociologia: visa aprofundar as discussões entorno do objetivos e propósitos do ensino de Sociologia no Ensino Básico. Enquadra neste eixo pesquisas que discutam impactos do ensino de Sociologia sobre os alunos e instituições.
Eixo 3 – Sociologia escolar: conteúdo e currículo: contempla reflexões entorno dos conteúdos ensinados nas escolas, bem como o lugar da Sociologia no currículo, destacando o valor dado a disciplina pelos alunos, professores e/ou a comunidade escolar.
Eixo 4 – Experiências pedagógicas no ensino de Sociologia: O eixo abarca relatos de experiências docentes no ensino de Sociologia, com ênfase em experiências executadas e que tenha gerado bons resultados no ensino-aprendizagem dos alunos.
ORIENTAÇÕES GERAIS:
Os capítulos poderão ser produzidos em coautoria (até 3 autores). Os textos não poderão ter menos do que 12 páginas e mais dos que 20 páginas, incluindo as referências. Serão selecionados entre 6 a 10 textos para compor a obra. Todos os textos serão avaliados por uma comissão científica constituída por doutores.
PRAZO DE SUBMISSÃO: até 02/06/2019
2.1 ORIENTAÇÕES DE ENVIO/Submissão
A submissão deve ser realizada exclusivamente por meio do formulário disponível AQUI
2.2 CRITÉRIOS PARA A PARTICIPAÇÃO
Ao menos um dos autores do capítulo deve possuir titulação mínima de mestre ou ter publicado ao menos dois artigos sobre o tema “ensino de Sociologia” em periódicos científicos. Cada autor pode submeter apenas uma proposta, mesmo que em coautoria. Os textos devem ser inéditos.
2.3 FINANCIAMENTO COLETIVO:
Cada autor financiará no mínimo seis (6) exemplares do livro, no valor total de 150 reais (custo de 20 reais por exemplar), mais 20 reais de frete (total de 170 reais). Com isso, o autor terá direito a 4 exemplares (pois dois serão doados aos pareceristas como agradecimento ao serviço prestado – cada capítulo será avaliado por dois colaboradores), assim como o direito de adquirir mais exemplares no valor de 25 reais.
A Editora Café com Sociologia financiará os demais exemplares (cerca de 200 exemplares), os quais estará vendendo no Blog Café com Sociologia.
A forma de pagamento se dará uma semana antes do livro ser enviado à gráfica por meio de transferência ou depósito bancário.
O autor desejando comercializar seus exemplares adquiridos, o preço deverá ser de 30 reais cada.
3. CRONOGRAMA – 2019(previsão):
Até 02 de jun.
Recebimento das propostas
Até 15 de jun.
Resultado preliminar da seleção dos textos
Até 20 de jul.
Avaliação da comissão científica para indicações de ajustes e parecer final
22 de jul.
Resultado final e indicações de ajustes (se necessário)
Até 02 de ago.
Envio, pelo autor, da versão final do capítulo com os ajustes necessários
30 de ago.
Diagramação da obra – Pagamento da cota parte
05 de set.
Aprovação da diagramação
10 de set.
Envio para a gráfica
20 de out.
Finalização da obra e envio dos exemplares aos autores
4. NORMAS PARA O CAPÍTULO:
Os trabalhos deverão ser apresentados em formato de capítulos, com observância das seguintes regras:
a) Texto de 10 (dez) a 20 (vinte) páginas, incluindo as referências. TÍTULO 1 – Use fonte 12 em negrito, em caixa alta. SUBTÍTULO 1 – Use fonte 12 em negrito;
b) Tipo de Fonte: Times New Roman;
c) Tamanho da fonte: 12;
d) Espaço: 1,5 cm entre as linhas do texto;
e) As margens do documento devem ter 3 cm na parte superior e esquerda e 2 cm na direita e na parte inferior;
f) Nome do/a(s) autor/a(es) logo abaixo do título;
g) Fazer um resumo que deve conter de 250 a 700 caracteres, com espaço simples, fonte 12, seguido de 3 (três) a 5 (cinco) palavras-chave – servirá de base para o organizador do livro na apresentação do mesmo;
h) Citações, a partir de 3 linhas com espaçamento simples, recuo à esquerda de 4 cm com fonte tamanho 10;
i) Referências no final do texto em ordem alfabética de sobrenome dos autores (ver normas da ABNT);
j) Para notas de rodapé, usar fonte Times New Romantamanho 10;
k) Para figuras/imagens/tabelas/gráficos/quadros e similares, o títulos deve estar na parte superior com fonte 10, assim como os conteúdos das tabelas, quadros, gráficos e similares. Estas deverão ser preparadas para serem impressas em P&B. Não insira imagens de baixa qualidade. Procure manter uma qualidade razoável, que torne as imagens facilmente visualizáveis e imprimíveis. Caso as imagens sejam produzidas por terceiros, é obrigatório que seja preenchida o termo autorização de uso. Caso utilize imagens retiradas da internet, selecione apenas as que possuam direitos de uso marcado para reutilização, citando abaixo a fonte e o caminho (link) para acessá-la;
l) Uma breve biografia do/a autor/a, incluindo a instituição de vínculo deve ser inserida no final do capítulo, após as referências bibliográficas (na obra essas informações comporão uma biografia dos autores que será inserida no final do livro);
m) O/a autor/a deverá indicar o eixo ao qual pertence o seu artigo de modo a facilitar a organização do livro que será por eixos temáticos;
n) É fundamental que antes de submeter o texto, o mesmo passe por uma revisão gramatical e ortográfica – esse serviço é de responsabilidade dos autores;
o) o arquivo submetido deve estar obrigatoriamente em formato word.
5. ESPECIFICAÇÕES DO LIVRO:
Tamanho:Aproximadamente 180 pp.
Formato:14 x 21cm (A5).
Capa: Triplex, 4 x 0 cores, brilho.
Orelhas: 8 cm.
Miolo: Papel Offset ou Pólen 80g 1 x 1 cores impresso. Brochurado.
Tiragem: 300 exemplares, os quais serão vendidos no Blog Café com Sociologia no valor de 30 reais o exemplar.
6. DIVULGAÇÃO DO LIVRO:
A obra será divulgada no Blog Café com Sociologia[1] e fanpage desse blog. Cada autor será responsável pela venda ou doação de seus exemplares, bem como atividade de lançamento em suas instituições ou eventos. A editora Café com Sociologia disponibilizará em seu site (para venda) alguns exemplares custeado pela editora. Após constatado que o livro está esgotado (quando os autores não mais possuir exemplares), o mesmo poderá ser transformado em E-book e disponibilizado no Blog Café com Sociologia e no site da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS)[2] para ser baixado gratuitamente.
Mais informações:
Tratar diretamente com os organizadores pelos e-mails:
Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Centro de Educação dessa mesma instituição. Editor do Blog Café com Sociologia, editor gerente dos Cadernos da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (CABECS), da Revista Latitude e da Revista Café com Sociologia. Atualmente é vice-presidente da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS).
Roniel Sampaio-Silva,
Mestre em Educação Pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Professor do Instituto Federal do Piauí (IFPI). Editor do blog Café com Sociologia. Integrante da Comissão de Comunicação da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS). Membro do conselho editorial da Revista Café com Sociologia.
Cassiane da C. Ramos Marchiori Bodart
Editora Executiva – Editora Café com Sociologia
Editora Café com Sociologia
Prefixo Editorial: 80282
CNPJ: 32.792.172/0001-31
Rua Manoel Fernandes da Silva, n. 23, Quadra E, Tabuleiro dos Martins