O que é Família?[1]: Conceito de família na perspectiva da Sociologia
Anderson Vicente da Silva[2]
O texto tem o objetivo apresentar a definição do termo família sob o ponto de vista sociológico. Assim, a família é uma unidade social básica constituída por um conjunto de pessoas relacionadas entre si por laços de sangue, casamento, aliança ou adoção, que compartilham da atribuição primária de reprodução e de cuidador dos membros mais novos e mais velhos do grupo; convivendo, em geral, no mesmo ambiente físico (casa, apartamento, barraca, etc.), por um período não estipulado. A família também deve ser compreendida como um conjunto de regras e padrões de comportamentos, que podem sofrer mudanças (COSTA, 2009). Para que a família se constitua enquanto grupo social é necessário levar em consideração duas características importantes: 1) a formação de vínculos de parentesco por laços de sangue, por casamento ou adoção; e 2) o estabelecimento de posições de autoridade dos seus membros, bem como a existência de uma autoridade no grupo.
No pensamento popular e na definição de alguns dicionários, a família é um grupo formado por pai, mãe e filhos, mas para a Sociologia esse grupo se define como família nuclear. Quando a família é formada por pais e seus filhos, avós, tias ou tios ligados por laços consanguíneos, habitando a mesma residência, chamamos de família estendida (SCHAEFER, 2016). Há também a família composta, que se forma quando homens e mulheres casados e com filhos se divorciam (separam-se) e se casam novamente, constituindo nova família com os filhos da família anterior ou tendo outros (LAKATOS; MARCONI, 2009).
Para a Sociologia, a família pode ser compreendida e definida do ponto de vista das relações estabelecidas pelo casamento. Embora, o casamento tenha diversas representações, em várias culturas, o número de cônjuges permitidos determina o tipo de família (monogâmica ou poligâmica) em que os membros passam a pertencer, contribuindo para “criar novas relações e direitos recíprocos entre os cônjuges e entre cada um deles e os parentes do outro” (LAKATOS; MARCONI, 2009, p. 174).
Conceituar o termo família contribui para evidencia-la como uma instituição social importante na organização e estabilidade social. O grupo familiar deve favorecer a satisfação das necessidades de seus membros, “tais como apoio financeiro, alimentação e vestuário, proteção e socialização das crianças ou apoio emocional entre os cônjuges” (AMARO, 2014, p. 05). Destacam-se também algumas outras funções da instituição familiar, tais como, reprodução, proteção, socialização, regulação do comportamento sexual, afeto/companhia e transmissão do status social. Tais contribuições são reflexos direto das transformações histórico-culturais.
Referências Bibliográficas
AMARO, Fausto. Sociologia da família. 1.ed. Lisboa: Pactor, 2004.
COSTA, Lívia Fialho. Notas sobre formas contemporâneas de vida familiar e seus impactos na educação dos filhos. In: NASCIMENTO, Antonio Dias; HETKOWSKI, Tânia Maria. (Org.) Educação e contemporaneidade: pesquisas científicas e tecnológicas. Salvador: EDUFBA, 2009, pp. 356-371.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia Geral. 7. ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009.
SCHAEFER, Richard T. Fundamentos de sociologia. 6. ed. Porto Alegre: AMGH Editora Ltda., 2016.
SILVA, Anderson Vicente da. O que é família? In: BODART, Cristiano das Neves. Conceitos e categorias do Ensino de Sociologia, vol.1. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021. pp. 89-94
Como citar este texto:
SILVA, Anderson Vicente da. O que é família. Blog Café com Sociologia. mar. 2021. Disponível em:< https://cafecomsociologia.com/o-que-e-familia/>
Notas
[1] Texto derivado de “O que é Família?”, publicado em “Conceitos e categorias do ensino de Sociologia” (2021).
[2] Doutor em Antropologia pela UFPE e Professor Adjunto de Metodologia de Ensino em Ciências Sociais da Universidade de Pernambuco.
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