Método Aba: Alguns apontamentos

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O método ABA, nome para Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma abordagem terapêutica amplamente utilizada no tratamento de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), porém não tem apenas esta única finalidade. Essa metodologia baseia-se nos princípios da análise do comportamento, que se concentra na compreensão das interações entre o ambiente e o comportamento humano. A ABA busca identificar padrões de comportamento, analisá-los em contextos específicos e implementar intervenções para promover mudanças positivas e significativas no comportamento do indivíduo.

A ABA foi inicialmente desenvolvida por B.F. Skinner e seus colaboradores, e sua aplicação no contexto do autismo começou a ganhar destaque nas décadas de 1960 e 1970. Segundo Skinner, o comportamento humano é moldado por suas consequências, ou seja, as reações do ambiente em resposta a determinadas ações. Essa premissa forma a base da ABA, que busca modificar comportamentos problemáticos por meio de estratégias de reforço positivo, modelagem e análise funcional.

Um estudo recente de Nascimento et al. (2023) explora as possíveis contribuições dos métodos TEACCH, ABA e PECS para a avaliação pedagógica de estudantes com TEA. Embora a discussão se concentre no contexto pedagógico, as considerações sobre o Método ABA podem ser estendidas a outras áreas de aplicação. A ABA é frequentemente implementada por terapeutas comportamentais, que trabalham de forma individualizada com o objetivo de desenvolver habilidades sociais, comunicativas e adaptativas nos indivíduos com TEA.

Uma das principais características do método ABA é a análise funcional do comportamento. Essa abordagem envolve a identificação das causas subjacentes a um comportamento específico. Segundo Cooper, Heron e Heward (2007), a análise funcional busca responder a perguntas como: “Por que um indivíduo está se engajando nesse comportamento?” e “Quais fatores ambientais estão influenciando esse comportamento?”. Ao entender as motivações por trás dos comportamentos problemáticos, os terapeutas podem desenvolver estratégias de intervenção mais eficazes e direcionadas.

Outro aspecto fundamental do método ABA é o uso de reforço positivo. Como discutido por Lovaas (1987), um dos pioneiros na aplicação da ABA ao autismo, o reforço positivo envolve a concessão de recompensas ou incentivos quando um comportamento desejado ocorre. Isso fortalece a probabilidade de que o comportamento se repita no futuro. A ABA também enfatiza a generalização, ou seja, a capacidade do indivíduo de aplicar as habilidades aprendidas em diferentes contextos e situações.

A individualização é um princípio essencial da ABA. Cada intervenção é adaptada às necessidades e características únicas do indivíduo com TEA. Isso envolve a coleta de dados detalhados sobre o comportamento do indivíduo, permitindo uma análise precisa e a tomada de decisões informadas sobre as estratégias a serem implementadas. A avaliação contínua do progresso é fundamental para ajustar as intervenções conforme necessário.

Em resumo, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma abordagem terapêutica que se baseia nos princípios da análise do comportamento para promover mudanças positivas e significativas no comportamento de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Através da análise funcional, reforço positivo e individualização, a ABA busca desenvolver habilidades sociais, comunicativas e adaptativas, contribuindo para uma melhoria na qualidade de vida desses indivíduos.

Referências:

  • Cooper, J. O., Heron, T. E., & Heward, W. L. (2007). Applied Behavior Analysis. Pearson.
  • Lovaas, O. I. (1987). Behavioral treatment and normal educational and intellectual functioning in young autistic children. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 55(1), 3-9.
  • Nascimento, C. V., et al. (2023). Os métodos TEACCH, ABA e PECS e as possíveis contribuições para a avaliação pedagógica de estudantes com transtorno do espectro autista.

Roniel Sampaio Silva

Mestre em Educação e Graduado em Ciências Sociais. Professor do Programa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus Campo Maior. Dedica-se a pesquisas sobre condições de trabalho docente e desenvolve projetos relacionados ao desenvolvimento de tecnologias.

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