Mikhail Bakunin [Biografia]

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Mikhail Bakunin é considerado um dos fundadores do movimento anarquista e suas ideias ainda são estudadas e debatidas até hoje. Ele acreditava na liberdade individual e na igualdade social, e defendia a criação de uma sociedade baseada na cooperação e na solidariedade. Suas obras incluem:  “A Reação na Alemanha” – 1842,  “Deus e o Estado”  – 1882, “O Império Knuto-Germânico e a Revolução Social – 1871 e “Federalismo, Socialismo e Antiteologia” – 1872.

Por Roniel Sampaio-Silva

Mikhail Bakunin nasceu em 1814 em uma família nobre russa. Ele estudou direito na Universidade de Moscou, mas logo se interessou pelas ideias revolucionárias e se juntou a um grupo de jovens radicalizados. Em 1835, foi expulso da universidade e acabou preso por suas atividades políticas.

Em 1842, Bakunin conseguiu escapar da prisão e se mudou para a França, onde se juntou ao grupo dos filósofos socialistas. Ele também começou a escrever suas primeiras obras, incluindo “Desobediência Civil” e “A reação em Alemanha”. Em 1843, ele se mudou para a Suíça e se juntou à Liga dos Comunistas, um grupo revolucionário internacional.

Em 1848, Bakunin participou ativamente da Revolução Francesa, trabalhando como correspondente para vários jornais e publicando vários artigos. Após o fracasso da revolução, ele foi preso novamente e foi condenado à prisão perpétua. Em 1857, ele conseguiu escapar da prisão e foi para a Itália, onde se juntou ao movimento dos “Internacionalistas italianos”.

Em 1864, Bakunin se juntou à Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), também conhecida como a Primeira Internacional. Ele se tornou um dos líderes mais importantes do movimento e se opôs a Karl Marx e aos marxistas. Ele acreditava que a revolução deveria ser feita pelos trabalhadores e camponeses, e não por uma pequena elite de intelectuais. Ele também defendia a anarquia, ou seja, a abolição completa do Estado e da propriedade privada.

Em 1872, Bakunin se retirou da AIT devido às diferenças políticas com Marx e seus seguidores. Ele continuou a viajar pela Europa e a participar de movimentos revolucionários, mas sua saúde começou a deteriorar. Em 1876, ele morreu em Berne, na Suíça, aos 62 anos.

Legado

Mikhail Bakunin foi um dos primeiros pensadores a se identificar como anarquista, e suas ideias foram fundamentais para o desenvolvimento do anarquismo como um movimento político. Ele acreditava que o Estado e a propriedade privada eram as principais fontes da opressão e da exploração, e que era necessário aboli-los para alcançar a verdadeira liberdade e igualdade.

Bakunin defendia a necessidade de uma revolução social para derrubar o Estado e a propriedade privada, e acreditava que essa revolução deveria ser liderada pelos trabalhadores. Ele também defendia a importância da ação direta, ou seja, ações imediatas e autônomas dos trabalhadores para alcançar seus objetivos, em vez de esperar por mudanças legislativas ou eleitorais.

Além disso, Bakunin defendia a necessidade de uma federação livre de comunidades autônomas, onde as pessoas pudessem governar-se a si mesmas e decidir suas próprias questões. Ele acreditava que essa federação seria a base para uma sociedade verdadeiramente livre e igualitária, onde não haveria governo centralizado ou hierarquias de poder.

Bakunin também foi um crítico ferrenho do marxismo e do seu conceito de ditadura do proletariado. Ele acreditava que o marxismo levaria a uma nova forma de opressão, com os trabalhadores sendo governados por um novo Estado burocrático e centralizado. Ele argumentou que o marxismo não era verdadeiramente revolucionário, pois não questionava a existência do Estado ou da propriedade privada.

Bakunin deixou uma extensa obra escrita, incluindo livros como “Deus e o Estado” e “O Império Knuto-Germânico e a Revolução Social“. Suas ideias foram influentes no anarquismo, no sindicalismo revolucionário e no movimento operário em geral. Ele é considerado um dos principais pensadores libertários do século XIX e sua influência continua até hoje.

Além disso, Bakunin foi um defensor do internacionalismo, ele acreditava que a luta dos trabalhadores deveria ser uma luta global, e que a união dos trabalhadores de todos os países era fundamental para a vitória da revolução social. Ele também defendia a importância da liberdade individual e o direito ao auto-governo, e acreditava que a liberdade individual era um pré-requisito para a liberdade coletiva.

Em sua obra, Bakunin defendeu a necessidade de um socialismo libertário, baseado em princípios de igualdade, liberdade e solidariedade. Ele argumentou que o socialismo deveria ser construído com base em princípios de cooperação voluntária, e que o poder político deveria ser devolvido às mãos dos trabalhadores. Ele também defendia a importância do movimento operário e dos sindicatos como ferramentas para a luta revolucionária.

Em resumo, Mikhail Bakunin foi um importante pensador político e ativista anarquista na Rússia e na Europa do século XIX. Suas ideias foram fundamentais para o desenvolvimento do anarquismo como um movimento político e sua influência continua até hoje. Ele defendia a necessidade de uma revolução social liderada pelos trabalhadores, baseada na ação direta e na criação de uma federação livre de comunidades autônomas, além de ser um defensor do internacionalismo e do socialismo libertário.

Roniel Sampaio Silva

Mestre em Educação e Graduado em Ciências Sociais. Professor do Programa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus Campo Maior. Dedica-se a pesquisas sobre condições de trabalho docente e desenvolve projetos relacionados ao desenvolvimento de tecnologias.

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