Google sala de aula ou Google Classroom: Tutorial passo-a-passo.
Por Roniel Sampaio Silva
O que é o o Google Classroom?
É uma plataforma para aprendizado, também chamado de AVA, Ambiente Virtual de aprendizado. Por meio desse aplicativo/website é possível gerenciar turmas, receber e corrigir trabalhos, lançar notas, enviar recados e muito mais.
O que é necessário para utilizar a plataforma?
É necessário ter uma conta Google, acesso a um computador ou dispositivo móvel e também acesso à internet.
Como utilizar?
Um professor que deseja utilizar a ferramente primeiramente precisa logar com sua conta Google ou criar uma.
2- Clique no símbolo de “+” para adicionar uma turma.
3- Se você tem pretensões de utilizar a ferramente de forma institucional, poderá cadastrar a escola. Como estamos apenas conhecendo a plataforma, marque os termos e clique em “continuar”.
4- Digite dos dois primeiros campos do formulário e clique em criar.
5- Pronto. Sua turma está criada. Você é o professor e tutor da turma e agora é necessário adicionar os estudantes.
6- Observe que a turma dispõe de um código de acesso. Informe aos seus estudantes para que eles ingressem na turma. Eles devem, por meio do aplicativo de dispositivo móvel ou do site, ingressar na turma.
7- Assim que seus alunos ingressarem na turma por meio do código eles ficarão visíveis na aba “pessoas.
8- Se por algum motivo o código de acesso não for mais válido, você pode redefini-lo. Ao acessar a turma, clique no símbolo da engrenagem para ter acesso as configurações.
8- Mude o código de acesso para um novo e divulgue este código.
Entendendo o básico do aplicativo. O Google Classroom é bem simples porque dispõe de apenas três abas. 1- Mural, 2- Atividades, 3- Pessoas. A aba “mural” é para recados entre a turma em si e o professor. A aba “atividades” é para envio, recebimento e correção de atividade. Já a aba “pessoas” diz respeito aos integrantes da turma.
Criando uma atividade
A plataforma dispõe de atividades de vários tipos. Cada uma delas tem por objetivo avaliar um aspecto diferente da aprendizagem.
Tarefa diz respeito a uma atividade cuja a resposta é dissertativa e pode ser redigida de forma mais elaborada, utilizando um texto com formatação, por exemplo. Neste caso é possível enviar um documento de texto formatado como anexo.
Tarefa com teste é uma atividade cuja resposta é uma série de alternativas para múltipla escolha.
Pegunta é uma atividade cuja resposta é apenas um comentário simples e sem formatação.
Material diz respeito a materiais didáticos para estudo, como slides de apresentação.
Reutilizar postagem é possível replicar atividades já postadas em outra turma anteriormente.
Tópico devem ser cadastrados para relacionar as atividades à determinados assuntos.
9- Vamos começar criando uma atividade uma “tarefa”, o primeiro item.
10- Informe os detalhes da tarefa.
11- Ao descer a barra de rolagem, você poderá configurar o valor da nota (0 a 100), prazo de envio e tópico da tarefa. Assim que postada, os alunos serão notificados para responder e deverão responder no prazo estabelecido.
12- Ao abrir o aplicativo, os alunos deverão navegar a aba “tarefas” e acessar a atividade postada.
13- Pronto, basta agora anexar a atividade feita e clicar em “marcar como concluído” para que o professor veja que você terminou de responder a tarefa.
Como corrigir as atividades e atribuir nota
14- Navegue para atividade, analise a tarefa enviada e atribua a nota. Para que o estudante tenha acesso a nota dele não esqueça de marcar “Devolver”.
15- Como inserir material de aula?
Uma das formas mais fáceis é ir em Mural e fazer uma postagem normal. Porém você deve selecionar a opção upload conforme a imagem abaixo:
Comente como foi a sua experiência de utilizar sua plataforma, quais foram as dificuldades e os resultados.
No vídeo desta semana do canal Dialogando, iremos apresentar a explicação feita pela Professora de Antropologia da Universidade Federal de Alagoas Fernanda Rechenberg sobre o que é Antropologia Urbana? Se você pensa que os estudos antropológicos estudam somente povos afastados dos ambientes urbanos irá perceber nesse vídeo que os antropólogos possuem uma relevante contribuição para refletir os fenômenos sociais relativos a vida urbana. A professora Fernanda Rechenberg salienta também a aproximação da Antropologia Urbana com a Sociologia de Simmel e da escola de Chicago.
Pontos que serão abordados no vídeo sobre Antropologia Urbana:
A definição de Antropologia Urbana. Quais são as temáticas estudas por esse subcampo? A aproximação e diferenças com a Sociologia. Conheça a participante do vídeo
Fernanda Rechenberg
Professora Adjunta de Antropologia na Universidade Federal de Alagoas. Possui graduação em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2004) e mestrado e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007 e 2012). Tem experiência nas áreas de Antropologia e Fotografia, atuando principalmente nos seguintes temas: antropologia visual e sonora, fotografia, museus e acervos, memória coletiva, antropologia urbana, meio ambiente e cotidiano. Foi diretora do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore entre os anos de 2014 e 2016. É pesquisadora do Laboratório Antropologia Visual em Alagoas (AVAL) e do Laboratório da Cidade e do Contemporâneo (LACC), ambos da Universidade Federal de Alagoas. É mãe de dois filhos e esteve em licença maternidade no período de abril a outubro de 2015. Currículo Lattes da professora AQUI
Vídeo entrevista:
Conheça mais o Dialogando:
Dialogando é um canal do YouTube que visa divulgar os conteúdos das Ciências Sociais. O mesmo é gerenciado por Caio dos Santos Tavares, Graduado em Ciências Sociais (ICS-UFAL) e mestrando em Sociologia (ICS-UFAL). Trata-se de um conjunto de vídeos produzidos ao longo de 2019 e que será disponibilizado com acesso aberto. O projeto envolveu 40 pessoas e contou com o apoio do Blog Café com Sociologia e do curso de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Objetivos do canal
Oportunizar um ponto de aproximação entre a corpo docente e os discentes do ICS-UFAL com a Educação Básica, tornando os conhecimentos das Ciências Sociais acessíveis. Esperamos que seja um acervo de vídeos que venha a contribuir com professores de Sociologia, alunos do ensino médio e demais interessados nos temas tratados.
Semanalmente são disponibilizados novos vídeos no canal, no You Tube.
Este projeto conta com o apoio da Universidade Federal de Alagoas e do Blog Café com Sociologia.
Livro: A utopia urbana: Um estudo de antropologia social Autor: Gilberto Velho Ano: 1989
O que trata: A obra é considerada a primeira tentativa de aplicação do método antropológico em um ambiente urbano. O antropólogo realizou diversas pesquisas em um famoso bairro localizado na cidade do Rio de Janeiro – RJ chamado de Copacabana. Neste bairro repleto de vários prédios é descrito por Gilberto Velho como vivem os moradores de um prédio que estavam realizando um sonho em morar neste bairro. O autor mostra com sutileza cada detalhe da rotina desses moradores e mostra os motivos que levou a nutrirem esse desejo e como isso impacta em suas vidas. Assim, devido a esse pioneirismo Gilberto Velho é considerado um importante antropólogo nos estudos sobre as cidades. Além dessa obra o autor chegou a escrever as seguintes obras: Antropologia Urbana: Cultura e sociedade no Brasil e em Portugal (1999), Pesquisas urbanas: Desafios do trabalho antropológico (2003), Um antropólogo na cidade: Ensaios de antropologia urbana.
Precisamos dialogar sobre a Pesquisa acerca do Ensino de Sociologia!
Cristiano das Neves Bodart é doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Baseando-nos em Freire (2019) partimos do pressuposto que dialogar demanda, ao menos, dois atores sociais. Não se trata de um monólogo, onde alguém fala e outro(s) escuta(m); demanda ouvir e falar como(s) outro(s). Aliás, falar nem sempre envolve diálogo.
Dialogar sobre o ensino de Sociologia exige dos envolvidos interações e trocas, seja entre pesquisadores[2]e pesquisados, pesquisadores e orientandos ou entre pesquisadores e seus pares. Na pesquisa sobre o ensino de Sociologia, que envolve pesquisador(a)s e pesquisado(a)s, importa não objetivar o(a) pesquisado(a), tornando-o(a) uma “coisa”. Ao contrário, é importante tomá-lo(a) por co-autor(a) na produção do conhecimento. É em diálogo com esse(a) co-autor(a) – falando com ele(a) e ouvindo-o(a) – que o conhecimento das práticas sociais e seus sentidos se originam. Assim, desvelam-se as práticas do ensino de Sociologia com suas riquezas de sentidos percebidos e compartilhados dialogicamente com todos os envolvidos.
Qual o sentido de pesquisar o ensino de Sociologia se isso não gerar mudanças qualitativas na vida cotidiana que se desenrola na (e a partir da) escola? Em termos freirianos (2019), qual seria o sentido de uma pesquisa que não identifique situações-limites que potencialize a concretização do inédito viável[3]? Chamamos atenção para o fato de que muitas vezes os atores sociais pesquisados (educadores-educandos, discentes etc.) só dispõem dos momentos da pesquisa para dialogar com o(a) pesquisador(a). Muito provavelmente os atores sociais pesquisados não estarão a ler a tese produzida ou o artigo científico publicado em periódico QualisA1, assim como dificilmente marcarão presença nos auditóricos dos congressos acadêmicos de Sociologia ou de Educação ondes as pesquisas são apresentadas. Se não houver diálogo durante o ato de pesquisar, privamos os atores sociais envolvidos do conhecimento que co-produzimos no subcampo de pesquisa do ensino de Sociologia. Sem diálogo tendemos a ouvir nossas próprias vozes e limitamos os “resultados” de nossas pesquisas às nossas visões de mundo. Por isso, importa dialogar sobre o ensino de Sociologia no momento da prática da pesquisa. Como sinalizou Freire (1977, p. 65) “a intersubjetividade ou a intercomunicação é a característica primordial deste mundo cultural e histórico. […] Pela intersubjetividade, se estabelece a comunicação entre os sujeitos a propósito do objeto”; por isso, advogamos que pensar o ensino de Sociologia como objeto de pesquisa se mostrará mais produtivo na medida que a intersubjetividade entre pesquisadore(a)s e pesquisado(a)s for estebelecida.
Dialogando saímos do nosso “mundo acadêmico” e adentramos em outros existentes, assim como apresentamos esse nosso mundo aos de fora. Dialogando fazemos com que o conhecimento acadêmico produzido no campo fique no campo; ao menos parte dele. Não vejo melhor maneira de aproximar a universidade do(a)s educadores(a)s da escola básica e de seus discentes. Portanto, precisamos dialogar sobre o ensino de Sociologia!
Precisamos dialogar no Ensino de Sociologia!
Convém repetir: dialogar demanda, ao menos, dois atores sociais. Não se trata de um monólogo, onde alguém fala e outro(s) escuta(m); demanda ouvir e falar como(s) outro(s). Aliás, falar nem sempre envolve diálogo.
No ensino de Sociologia, no chão da escola ou da universidade, não podemos adotar práticas depositárias de conhecimento. Em se tratando de ensino-aprendizagem, como disseram Freire e Shor (1986, p. 14) “o diálogo sela o ato de aprender, que nunca é individual”. Nosso(a)s discentes precisam ter “direito à palavra”, de expressar-se, de relatar os mundos como os enxergam. Como destacou Freire (2019, p.108-109), “não é no silêncio que os homens se fazem, mas nas palavras, no trabalho, na ação-reflexão […] o diálogo se impõe como caminho pelo qual os homens ganham significação enquanto homens”. Não podemos olvidar que o(a)s nosso(a)s discentes têm seus mundos, ainda que possamos – e devemos – apresentar-lhes outros possíveis.
É sabido que o mundo do(a) professor(a) e o mundo dos discentes são diferentes; às vezes distantes. Em se tratando de conhecimento, o saber do “homem e da mulher simples” difere no saber do “homem e da mulher culta”. Recorrentemente usamos, respectivamente, as expressões “senso comum”[4]e “conhecimento científico” para diferenciar esses saberes; muitas vezes com pretenções equivocadamente hierarquizantes. Os saberes não devem ser estratificados. Tratar nossos discentes como dotados de saberes inferiores (ou desprovidos de saber) pouco ajudará no processo de ensino-aprendizagem. Importa ampliar os saberes dos discentes para que tenham liberdade; para não serem subjulgados e viverem plenamente nos mundos que desejarem. Não é uma questão de romper com o “senso comum” dos estudantes, mas superá-lo, dotando-os de condições para “jogar” em pé de igualdade com os demais homens e mulheres, sobretudo com aqueles que possam tentar inferiorizá-los, coisificá-los ou dominá-los. O ensino de Sociologia realizado em diálogo visa fomentar o empoderamento, o que se dá com o respeito e reconhecimento das potencialidades de cada discente. Nenhum ensino depositário é respeitoso e reconhecedor das virtudes do outro. Na relação dialógica acessamos o universo temático (ou a temática significativa) dos homens (FREIRE, 2019) e dele tomamos os temas geradores[5]do processo de ensino-aprendizagem, este tornar-se-á mais significativo.
Entendemos que o diálogo é como uma ponte que liga mundos. Considere que uma ponte – o diálogo – tem, ao menos, duas pontas cujas direções são de mão dupla. Por meio do diálogo o(a) professor(a) deve conhecer o mundo de seus discentes (sobretudo suas situações-limites), assim como conduzi-los ao outro lado; à outra ponta possível (ao inédito viável). Estamos falando em usar essa ponte em sua dupla direção. Embora pareça um mero jogo de palavra, inferimos que quem ensina sempre aprende e é aprendendo que se ensina. No diálogo possibilitamos a co-autoria do conhecimento produzido, dando-lhe mais sentido por torná-lo nosso. Assim, o ensino de Sociologia deixa de ser um colonizar o pensar do outro, o que seria, em alguma medida, uma espécie de invasão cultural. A prática de ensino-aprendizado enquanto diálogo se configura como o encontro dos homens para ser mais, como preconizava Freire (2019).
[1] Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e do centro de Educação da Universiade Federal de Alagoas (UFAL). E-mail:[email protected]
[2] Importa destacar que em geral o(a) pesquisador(a) é também educador-educando (FREIRE, 2019), atuando no ensino superior. Usamos o termo composto “educador-educando” cunhado por Freire (2019) por considerar que a docência dá-se no processo de ensino-aprendizagem, ou seja, se ensina aprendendo e se aprende ensinando.
[3] Grosso modo, inédito viável seria, para Freire (2015, p.50), “a superação desta percepção fatalista por outra, crítica, capaz de divisar mais além destas situações [de situações-limites]”. Ou ainda, “a materialização historicamente possível do sonho almejado. É uma proposta prática de superação, pelo menos em parte, dos aspectos opressores percebidos no processo de conhecimento que toma como ponto de partida a análise crítica da realidade” (FREITAS, 2005, p. 6).
[4] Importa chamar atenção para o fato de que nem todo o saber que recorrentemente é denominado de senso comum é mágico ou ingênuo, sobretudo em contexto de popularização dos saberes científicos, o que vem ocorrendo de diversas maneiras, tais como por meio de programas de jornais, manifestações artísticas e redes sociais.
[5] Por “temas geradores” compreendemos como sendo temas extraídos dialogicamente do universo temáticos dos educandos em forma de problematização, existindo neles, produto da relação deles com o mundo e que “brotam” justamente do mundo vivido dos homens. (FREIRE, 2019).
Referências
FREIRE, Paulo. Cartas à Guiné-Bissau: registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia😮 cotidiano do professor. Trad. Adriana Lopes. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 15. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 71º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2019.
FREITAS, Ana L. S. Prefácio. In: FREIRE, Paulo (Org.). Pedagogia dos sonhos possíveis. São Paulo: Paz e Terra, 2014. p. 39-45.
COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO
BODART, Cristiano das Neves. Precisamos dialogar sobre o (e no) ensino de Sociologia.Revista Cadernos da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais. CABECS, Rio de Janeiro, v.4, n. 1, p.05-15, 2020.
Cristiano Bodart é doutor em Sociologia (USP), professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e vinculado ao Centro de Educação (CEDU-UFAL).
Liberdade de imprensa
A liberdade de imprensa é elemento fundamental para o aprofundamento democrático. Sem ela os desmandos políticos imperam livremente, assim como o conhecimento das ações dos homens públicos fica limitado. Ocupar um cargo público, seja ele efetivo, contratado, comissionado ou eletivo é assumir – a priori – uma responsabilidade com a coisa pública; essa que é da conta de todos, inclusive da minha e da sua.
A liberdade de imprensa passa pela sua autonomia em relação ao Estado. Na esfera municipal a situação é ainda mais problemática. Jornais locais dotados de poucos recursos acabam virando refém das administrações públicas, uma vez que muitos dos contratos são firmados pelo gestor municipal, os quais são quase sempre a principal fonte de financiamento dos jornais.
Documentos oficiais
A Declaração de Chapultepec, de 1994, assinada em 1996 pelo ex-Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso e, em 2006, pelo então Presidente Lula, destaca que:
“Uma imprensa livre é condição fundamental para que as sociedades resolvam seus conflitos, promovam o bem-estar e protejam sua liberdade. Não deve existir nenhuma lei ou ato de poder que restrinja a liberdade de expressão ou de imprensa, seja qual for o meio de comunicação”.
De acordo com a Declaração de Chapultepec, o exercício da liberdade de expressão e de imprensa “não é uma concessão das autoridades, é um direito inalienável do povo” e que “toda pessoa tem o direito de buscar e receber informação, expressar opiniões e divulgá-las livremente. Ninguém pode restringir ou negar esses direitos”. Determina o documento que “as autoridades devem estar legalmente obrigadas a pôr à disposição dos cidadãos, de forma oportuna e equitativa, a informação gerada pelo setor público”.
Controle social
Outro problema que ameaça a democracia é a falta de um controle social sobre os recursos públicos municipais destinados à mídia local. Tais recursos não podem ficar nas mãos do gestor público, precisa ficar sob responsabilidade de um conselho deliberativo e fiscalizador, caso contrário continuará ocorrendo o que temos presenciado há anos: poder público fechando contratos apenas com jornais que teçam elogios ao gestor municipal. Ainda segundo a Declaração de Chapultepec, “os meios de comunicação e os jornalistas não devem ser objeto de discriminações ou favores em função do que escrevam ou digam”, assim tanto não fechar contrato por motivos de posições políticas diferentes ou fechar acordos devido compartilhar a mesma posição política é um ato de desagravo e fere a democracia. É urgente a criação de Conselhos de Cultura que deliberem sobre o destino dos recursos voltados aos contratos com a mídia local (jornais, rádio e TV). A resistência de criação de um conselho só evidencia os interesses de manipulação existente.
É comum a tentativa de restringir a circulação de jornais que veiculam notícias que venham em desencontro aos interesses do gestor público, seja por meio do recolhimento criminoso dos exemplares ou por tentativa de intimidação, via processo judicial. De acordo com o documento assinado pelos ex-Presidentes da República “a credibilidade da imprensa está ligada ao compromisso com a verdade, à busca de precisão, imparcialidade e equidade e à clara diferenciação entre as mensagens jornalísticas e as comerciais. A conquista desses fins e a observância desses valores éticos e profissionais não devem ser impostos. […]. Em uma sociedade livre, a opinião pública premia ou castiga”. Se a imprensa veiculam notícias mentirosas, certamente cairá no descrédito, assim como ganha dada vez mais crédito ao noticiar a realidade dos fatos, sobretudo referente a situações cujo acesso da população é limitado, como por exemplo, denúncias existentes no Ministério Público, casos de corrupção, de nepotismos e má gestão dos recursos públicos, etc. Claro que cabe os meios de comunicação abrirem espaços às pessoas públicas para esclarecimentos devidos e defesa sempre que julgarem necessário. Pena que pelas bandas tupiniquins essa prática não seja corriqueira, preferindo o caminho da censura.
Digno de nota
É importante compreender que a pessoa pública está sujeita à exposição; a ter que prestar esclarecimentos, sofrer críticas e elogios. O termo “pessoa pública” já é autoexplicativo e exposição pública é parte inseparável da posição social que se ocupa. O que não é permitido é invadir suas vidas pessoais, essas resguardadas por Lei Federal, assim como as “pessoas não públicas” não podem ser expostas sem seu consentimento prévio, sobretudo como forma de represália ou na tentativa de silenciá-la em um país cujas leis dão-lhes o direito de se expressar sobre as questões de interesse coletivo. “Nenhum meio de comunicação ou jornalista deve ser sancionado por difundir a verdade, criticar ou fazer denúncias contra o poder público.” (Declaração de Chapultepec, 1996, X).
Visando a alcançar o conceito de “pobreza” e os limites da denominada “assistência social” no pensamento do tradicional sociólogo Alemão Georg Simmel (1858-1918), recorreremos a uma das suas obras fundamentais, o livro “Les Pauvres”[2]. Ele formula um conceito de pobreza particular e recortado, aduz que os pobres são aqueles que necessitam da ajuda coletiva (Estado, corpo social), seja em forma de “dádiva”, “caridade” ou nos seus laços de dependência das políticas públicas de assistência social do Estado, recebendo esta ajuda da coletividade publicamente, ou seja, com este fato realizado e conhecido pelo homem médio. Portanto, para se constituir dentro da categoria “pobreza” seria necessário estar neste estatuto de indivíduos a serem “assistidos” pelo todo social.
Pobreza
Segue dois pequenos trechos do autor comentando sobre o conceito de “pobreza”:
Os pobres, como categoria social, não são aqueles que sofrem carências ou privações específicas, mas os que recebem assistência ou deveriam recebê-la segundo as normas sociais. […] a pobreza não pode ser definida como um estado quantitativo em si mesma. (SIMMEL, [1907], 1998, p.96-97 apud IVO, 2008, p. 171).
O que há de mais terrível na pobreza é o fato de que nela existem seres humanos cuja posição social é de pobres, e nada além de pobres. […] uma classe cuja unidade se funda numa característica puramente passiva, a saber, pela maneira singular de a sociedade reagir e se conduzir em relação a ela (SIMMEL [1907], 1998, p.101, apud IVO, 2008, p. 177).
Assistência social
O autor parte de um princípio de crítica a este processo de “assistência social”, não no sentido de ser contra a “assistência” per si, mas no de apontar todos os seus limites concretos. Segundo Simmel, a ideia de “exclusão social” não existe, pois todas as pessoas estão dentro da sociedade, até mesmo os “pobres”, eles não estão às margens, pelo fato de que fazem parte da própria engrenagem de funcionamento do sistema, portanto, apesar da condição de subalternidade, o “pobre” é incluído na sociedade por intermédio da “assistência”, mas isto não é feito por caridade ou para ajudar os pobres e nem pensando em incluí-los como verdadeiros cidadãos. Mas sim, para manter a sua dependência frente ao poder, não havendo uma reciprocidade nisto, nem participação direta destes “pobres” na condução dos processos sociais e nem mesmo na criação das iniciativas que irão lhe auxiliar e, também, esta “assistência” significa a possibilidade de frear as suas insatisfações materiais quanto as condições precárias em que vivem. Vejamos como ele expõe literalmente esta questão: “a fim de que os pobres não se tornem inimigos ativos e perigosos da sociedade, para tornar suas reduzidas energias mais produtivas e, enfim, para impedir a degeneração de sua progenitura” (SIMMEL [1907], 1998, p.47, apud IVO, 2008, P.174).
O fim da assistência é precisamente mitigar certas manifestações extremas de diferenciação social, a fim de que a estrutura possa continuar a se fundar sobre essa diferenciação. Se a assistência se fundasse sobre os interesses do pobre, em princípio, não haveria nenhum limite possível quanto à transmissão, o que conduziria à igualdade de todos. Mas, uma vez que o objetivo é o todo social […] não há qualquer razão para ajudar ao pobre senão a manutenção do status quo social […] o importante é compreender que a posição particular que os pobres assistidos ocupam não impede sua integração no Estado, como membros de uma unidade política total. Apesar de sua situação em geral tornar sua condição individual um fim externo ao ato de assistência, e, por outro lado, um objeto inerte, destituído de direitos nos objetivos gerais do Estado, […] que parecem colocar os pobres fora do Estado, eles estão ordenados de forma orgânica no interior deste (SIMMEL [1907], 1998, p.49/55, apud IVO, 2008, p. 174-175).
Entretanto, é necessário compreender os limites históricos do próprio autor, para não incorrer em anacronismos, pois ele escreveu em um contexto onde ainda começavam a surgir as propostas de sistemas de proteção social na Alemanha. O que deixa a obra desatualizada em alguns aspectos comparando com a contemporaneidade, pois, quando ele falava da “pobreza” era algo mais do que a simples falta de dinheiro/renda no sentido quantitativo, eram fatores políticos e culturais, como a falta de acesso aos espaços sociais e a perda do seu direito a voto pelo fato de ser assistido pelo Estado. Os “pobres”, em Simmel, seriam comparados aos estrangeiros da época, pela falta de uma “cidadania” propriamente dita, sem amparo civil e político. Atualmente, com o processo de universalização da categoria do “sujeito de direito” pelo capital, a abordagem em questão se reduz bastante, pois muitas das críticas feitas foram superadas com o passar do tempo, restando a discussão atual sobre a redistribuição de renda, de forma ampliada, em que o “pobre” deveria participar atuante na construção das próprias políticas públicas que venham a ser dirigidas a eles mesmos, por serem os principais interessados no tema.
Atualidade
Exemplificando, podemos pensar uma política pública como o projeto de renda básica universal, esta seria uma questão provavelmente analisada por Simmel, tanto em seus fatores positivos quanto limitantes. É possível ser ainda mais provocativo trazendo a temática para a pandemia do Covid-19. O que diria Simmel sobre o pequeno auxílio emergencial dado pelo Estado brasileiro neste momento? Política justa e criada para ajudar os “pobres”? Ou essencialmente mais uma medida de necessidade do sistema e do Estado para segurar a revolta dos “pobres” e, também, continuar circulando mercadorias? Reflexões importantes que demonstram que ainda há pontos atuais na obra de Simmel.
Bibliografia
IVO, Anete. GEORG SIMMEL E A “SOCIOLOGIA DA POBREZA”. 2008.
Notas
[1] Graduado em Direito pela Universidade Católica do Salvador. Pós-Graduando em Sociologia pela Estácio. Endereço eletrônico: [email protected].
[2]Esse texto foi traduzido do original em alemão Der Arme, que está no singular. O tradutor, Bertrand Chrokrane, considerou adequado traduzi-lo no francês na forma plural – Les Pauvres. A primeira versão foi publicada numa revista sob o título Sociologie de la Pauvrété, de 1907.
O vídeo é a continuação que apresenta uma explicação, a partir do sociólogo alemão Norbert Elias (1897 – 1990), sobre o surgimento da Sociologia (1ª parte AQUI).
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Primeiramente, importa dizer que buscamos contribuir para a compreensão das origens da Sociologia, ainda que de forma breve e introdutória. Segundo, nos propomos a provocar novas perguntas que venham a orientar futuras leituras/estudos. Adiantamos que compreender a História da Sociologia colabora para entendermos sua atual configuração. Neste vídeos você encontrará alguns aspectos importantes para o processo de compreensão dessa configuração.
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Pontos que serão abordados na segunda parte da explicação sobre o surgimento da Sociologia
• MARX, SPENCER e COMTE tinham uma mesma plataforma de pensamento?
• Os primeiros Sociólogos tinham um posicionamento que desejavam que a sociedade fosse, o que moralmente julgavam que a sociedade deveriam ser e o que profeticamente acreditavam que a sociedade realmente seria.
• Existia um lado militante dos autores? Como isso se relacionava com a forma com que faziam ciência?
Os Alemães: luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e XX (1989).
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Conheça o participante do vídeo
Caio dos Santos Tavares – Mestrando em Sociologia (UFAL). Atualmente desenvolve a sua dissertação que tem o intuito de compreender o senso prático sociológico de Fernando de Azevedo que o levou a produzir relevantes compêndios de Sociologia, mesmo não sendo formado em Ciências Sociais ou em Sociologia. Graduado em Ciências Sociais Licenciatura Plena (UFAL). Tem experiência na área de Educação e novas tecnologias, com ênfase em Ensino de Sociologia e Redes Sociais. Integra o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Ensino de Ciências Sociais do Instituto de Ciências Sociais (XINGÓ/NEPECS) e o Grupo de Pesquisa sobre o ensino de conhecimentos das Ciências Sociais (Consciências-sociais).
Dialogando é um canal do YouTube que visa divulgar conteúdos das Ciências Sociais. O mesmo é gerenciado por Caio dos Santos Tavares, Graduado em Ciências Sociais (ICS-UFAL) e mestrando em Sociologia (ICS-UFAL). Trata-se de um conjunto de vídeos produzidos ao longo de 2019 e que será disponibilizado com acesso aberto. O projeto envolveu 40 pessoas e contou com o apoio do Blog Café com Sociologia e do curso de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
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Objetivos do canal
Oportunizar um ponto de aproximação entre a corpo docente e os discentes do ICS-UFAL com a Educação Básica, tornando os conhecimentos das Ciências Sociais acessíveis. Esperamos que seja um acervo de vídeos que venha a contribuir com professores de Sociologia, alunos do ensino médio e demais interessados nos temas tratados.
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Semanalmente são disponibilizados novos vídeos no canal, no You Tube.
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Este projeto conta com o apoio da Universidade Federal de Alagoas e do Blog Café com Sociologia.
As epidemias na América colonial e seus impactos sobre a colonização indígena.
Desde os primeiros tempos na Terra, os seres humanos tiveram que lidar com inúmeros obstáculos para sua sobrevivência. Uma das principais ameças que vem colocando, há milênios, a vida de sociedades inteiras em risco não é, entretanto, algo que possa ser visto a olho nu. Moléstias dos mais variados tipos, causadas por vírus, bactérias, parasitas, fungos, entre outros micro-organismos, vem provocando, em diversos momentos da história, períodos de intenso sofrimento e mortandade.
Hoje, mais uma vez, é uma doença, causada por um vírus até então desconhecido, que tem provocado profundas transformações em várias esferas de nossas vidas. O novo coronavírus se espalhou de forma incontrolável por todo o mundo e tem levado a uma reflexão sobre o impacto que as enfermidades podem ter sobre as diversas sociedades humanas ao longo da história.
Na História da América, as doenças e epidemias estiveram presentes em variados contextos. Embora a arqueologia aponte para a existência de inúmeras moléstias na América pré-hispânica, é com a chegada dos europeus em 1492 que a situação se torna mais crítica.
Não bastassem os enfrentamentos militares, a fome, a escravização e a adoção de outras formas de trabalho compulsório, apenas para citar alguns dos motivos que provocaram um grande decréscimo das populações indígenas no século XVI, as epidemias são frequentemente apontadas pelos historiadores como uma das peças fundamentais para se compreender a vitória dos europeus no processo de Conquista da América.
Por não possuírem anticorpos em relação a diversas moléstias originárias do Velho Mundo, como sarampo, cólera, varíola, entre outras, muitos indígenas não resistiram a esses inimigos invisíveis, sucumbindo não somente à espada dos espanhóis, mas também aos germes que vinham em seus navios.
Além de contribuírem para o genocídio das populações indígenas da América, as doenças foram utilizadas, muitas vezes, para construir, no campo do discurso, imagens das populações autóctones como portadoras de corpos inferiores, mais sensíveis que os de europeus e africano.
Em suma, o programa Hora Americana é um podcast quinzenal que discute temas relativos à História das Américas.
Em tempos de #blacklivesmatter e de uma série de protestos envolvendo a questão do racismo nos Estados Unidos, se faz urgente e necessária uma profunda discussão sobre a História da participação dos negros na política norte-americana.
Reforçada no século XIX com a ampliação da produção de algodão pelos Estados do Sul para venda no mercado internacional, a escravidão esteve no centro do maior conflito armado ocorrido no interior dos Estados Unidos, a Guerra Civil ou Guerra de Secessão (1861-1865). A vitória da União nesse confronto bélico, resultou na aprovação da 13ª emenda à Constituição norte-americana, garantindo a abolição da escravidão.
Entretanto, o fim do cativeiro não resultou necessariamente em uma incorporação efetiva em termos políticos, econômicos e sociais das populações negras no período seguinte, a chamada Reconstrução.
Para evitar uma maior participação desses grupos na política norte-americana, leis segregacionistas (também conhecidas como Leis Jim Crow) foram aprovadas em diversos Estados, em especial do Sul dos Estados Unidos. Muitas das quais, revogadas somente na segunda metade do século XX com as lutas em favor dos Direitos Civis.
Embora a presença dos negros na política dos Estados Unidos tenha crescido nas últimas décadas, inclusive com a eleição recente de um presidente afro-americano, Barack Obama (2008-2016), as tensões raciais, como os eventos recentes demonstram, ainda se mantém de forma muito evidente na sociedade norte-americana.
Em suma, o programa Hora Americana é um podcast quinzenal que discute temas relativos à História das Américas.
A influência da TV é uma temática constantemente abordada em sala de aula. Abaixo reproduzo uma texto da Revista Mundo Jovem, assim como apresento uma proposta de atividade sobre o texto.
Na frente da TV
“Quando estou em casa, sozinha, sempre ligo a TV. Ela acaba com a minha solidão.
É quase uma companhia. E eu tiro proveito disso. Quando minha família está em casa e a TV está ligada, nem precisa ter assunto. Mas, sei que a influência da TV não pode substituir a presença de uma pessoa”. Assim me falou a dona de casa Lúcia Silva, de 30 anos, moradora de um bairro de Goiânia. Com um simples apertar de botão, a tela da TV ilumina um ambiente e toma o com tamanha eficiência, que acaba nos seduzindo e, não poucas vezes, nos prendendo diante dela. E prende não só as crianças ou adolescentes, mas às vezes toda a família, como revelou dona Lúcia.
Assim, a TV passa a ocupar e marcar a vida de muitas famílias.
Frente a um cotidiano tomado pela luta pela sobrevivência, nas famílias mais pobres os pais não dispõem de tempo para brincar, contar estórias, jogar bola, passear, conviver com os filhos. Muitos saem para trabalhar na madrugada e só voltam para casa tarde da noite, quando os filhos já estão dormindo.
Por outras opções e circunstâncias, os pais de famílias ricas também não têm tempo para conviver com os filhos, e assim cresce cada vez mais influência da TV .
Vemos, assim, que a família não encontra mais tempo para ficar junta, para desfrutar, “curtir” a presença uns dos outros. E quando o tempo sobra, todos param, calados, diante da televisão: “nem precisa ter assunto”… Na correria do dia-a-dia, aos poucos as crianças perdem os referenciais, quando o espaço familiar de convivência é substituído pela televisão.
Outras que já nascem nessa roda-viva, sequer chegam a adquirir referências dessa natureza.
Ninguém mais duvida de que a televisão é um veículo poderoso e em expansão.
Dentro dos meios de comunicação social, a TV perde para o rádio em termos de audiência. A cada dia, este grandioso veículo da comunicação investe mais em tecnologia e qualidade: TV a cabo, TV de alta definição, sistemas de filmagem usados no cinema transpostos para a televisão, dando cada vez mais beleza e qualidade às imagens que vemos.
Aperfeiçoa-se não apenas do ponto de vista tecnológico: veja as refinadas produções dos senados, novelas, programas científicos ou de entretenimento. A força que a televisão tem para mobilizar, encantar e informar e assim consolida-se A influência da TV.
as massas é inquestionável. Ela oportuniza diversão acessível para muitas famílias que, geográfica ou economicamente, estão isoladas.
Não podemos negar a importância da televisão. Ela tornou-se, para muitos, o único canal de acesso ao conhecimento.
Estruturada em redes, a TV integrou diferentes nações do planeta, trazendo e levando notícias. As mais diferenciadas imagens dilatam as nossas pupilas, ora por causa da beleza, ora por causa da violência. A morte e a vida causando-nos espanto e emoção.
Pela TV, a realidade mundial se aproxima de nós e entra em nossas casas, através das imagens, dos sons, das músicase dos textos falados nos diferentes programas. Assim, vamos nos inteirando de fatos desconhecidos e ampliando conhecimentos ainda em construção.
E, se não tomamos alguns cuidados, a TV acaba sendo um veículo invasor que chega sem pedir licença e vai até onde não queremos.
Não se pode subestimar a força ideológica das grandes redes de televisão, como nos chama a atenção Martín-Barbero: “A televisão não nos afeta só quando estamos olhando para ela. (…) A maior influência da televisão não se produz através do tempo material que lhe dedicamos, mas através do imaginário que ela gera e pelo qual estamos sendo penetrados”.
Atualmente, os pais não conseguem ser uma presença junto aos filhos, capaz de gerar valores. Talvez por isso fiquem tão aflitos e reclamem tanto que os filhos fiquem expostos à apologia do consumismo, da violência e a outros duvidosos valores que a TV veicula.
Portanto, apresenta-se um desafio para as famílias: como ajudar crianças e adolescentes a receberem criticamente o que a TV veicula? Como ajudá-las a ter critérios para selecionar o que assistir?
Como primeira educadora, formadora de valores, a família tem de continuar exercendo o seu papel, em qualquer contingência em que esteja inserida.
Se não assume esse papel, ela vai perdendo sua identidade formadora e, conseqüentemente, comprometendo a integridade moral e o equilíbrio afetivo das futuras gerações.
Na infância, a pessoa absorve certos valores que só a família, enquanto grupo, pode dar. Estes valores serão
determinantes para aprenderem a viver em grupo no conjunto da sociedade.
Nenhum outro grupo social ou veículo formador pode substituir o que é próprio da família.
À família cabe o papel de geradora de alguns dos “filtros” ou “óculos” pelos quais a criança, o adolescente, o jovem e o futuro adulto enxergará o mundo. Através destes “óculos” é que a pessoa distingue o bom e o ruim em tudo o que recebe, inclusive a programação da TV.
Por Rezende Bruno de Avelar, Psicopedagogo.
Fonte: Revista Mundo Jovem
ATIVIDADES (Retiradas do Programa de Sociologia da Secr. de Educação do Estado do RJ)
1- Fazer uma lista de três aspectos positivos e três aspectos negativos de tudo o que é visto na
TV. Esses elementos infl uenciam o nosso jeito de ser?
2- Quais as maiores infl uências da TV na vida do jovem? A TV já infl uenciou você pessoalmente
em algo (roupa, calçado, comida, gíria, vocabulário, ideias, músicas, comportamento etc.)?
3- Há diferença entre narrar e analisar fatos? Normalmente as pessoas analisam ou apenas
repetem o que assistem na TV?
O fordismo, taylorismo e toytismo faz parte de estratégias de racionalização do trabalho. Esse é um processo de reorganização do trabalho com o objetivo de aumentar a eficiência e a produtividade. Ela envolve a análise dos processos de trabalho para identificar oportunidades de melhoria e a implementação de mudanças para torná-los mais eficientes.
Por Roniel Sampaio Silva
Racionalização da produção significa dizer que os processos produtivos são pensados de forma científica, em especial voltados à produtividade, eficiência e eficácia, as mais conhecidas são fordismo, taylorismo e toyotismo. Fazendo alusão a Weber, o processo a racionalização da produção é um reflexo do desencantamento do mundo. Ou seja, os processos produtivos passam a ser baseados cada vez mais na tecnologia, no cálculo, na técnica e não mais na ação tradicional ou afetiva. A primeira grande iniciativa de racionalização da produção ficou conhecida como fordismo-taylorismo a qual surgiu no início do século XX.
Taylorismo
A produção escala cada vez mais global e a necessidade de diminuição do tempo e do esforço de trabalho demandou novas estratégias de racionalização da produção para esse fim. Um dos primeiros idealizadores das estratégias de racionalização da produção foi o engenheiro norte americano Frederick Taylor (1856-1915) que passou a pensar a produção de forma científica.
O taylorismo ou administração científica, partia do pressuposto de que a divisão social do trabalho deveria ser pautada pela separação radical entre gerência e execução. Isso repercutia em grande especialização do trabalho e gerou muitos postos de trabalho.
Pensando a partir das ideias de Marx é possível dizer que houve uma ampliação da alienação uma vez que o trabalhador não mais reconhece o produto do seu trabalho como também perdeu o domínio não apenas dos meios de produção, mas também perdeu o domínio sobre como produzir.
As principais características do taylorismo são:
-Separação entre gerência e execução;
– Especialização das atividades;
– Padronização da produção;
– Remuneração por desempenho
Fordismo
Criado pelo engenheiro americano Henry Ford (1863-1947). O fordismo é uma aplicação prática do taylorismo, parte do mesmo pressuposto das ideias de Taylor e acrescenta um nome elemento: a esteira da linha de produção. Além do trabalhador perder a forma de organização do trabalho, perde também o ritmo do seu trabalho o qual é ditado pela donos dos meios de produção que controla a esteira de produção.
Outra grande inovação do fordismo é pensar o trabalhador para além da fábrica. Neste sentido, Ford defendia que o trabalhador não era um mero produtor de mercadorias, mas também um consumidor. Fato que lhe encorajava a pagar melhores salários visto que parte desse dinheiro retornaria na forma de venda de bens de consumo aos próprios operários.
As principais características do fordismo são:
– Aperfeiçoamento da linha de montagem por meio da esteira (semi-automatização);
– Produção e consumo em massa;
– Baixa exigência de qualificação profissional;
– Operário funcionava como uma peça de máquina e realizavam uma única tarefa;
-Trabalhador era visto também como consumidor;
O elo econômico e político do fordismo
O sistema de produção fordista estava em grande sintonia com o modelo de estado conhecido como Estado de Bem-estar social ou Welfare State. Enquanto a iniciativa privada funcionava sob a luz do fordismo o Estado garantia uma boa arrecadação de impostos os quais financiavam serviços públicos. Com os salários valorizados e políticas públicas fortes, a renda do trabalhador potencializava o consumo, favorecendo os capitalistas.
Com a Crise do Petróleo – entre outras nas décadas de 1970 e 1980 – o modelo fordista passou a perder espaço por não oferecer a variedade e diversidades de produtos que o mercado globalizado exigia, concomitante a isso houve aumento do setor de serviços por conta da automatização intensa da produção. Para atender a um mercado mais globalizado, exigente e segmentado foram criadas formas mais flexíveis de organização da produção, dentre as quais destaca-se o toyotismo.
Toyotismo
Essa forma de racionalização o trabalho foi criado por Taiichi Ohno (1912-1990). A principal característica do toyotismo é a flexibilização das atividades produtivas para sobreviver as crises sistêmicas do capitalismo com vistas a aperfeiçoar a qualidade, eficiência e eficácia. As principais características desse sistema são:
– Descentralização da produção;
– Articulação entre as ilhas de produção;
– Primazia pela qualidade;
– Customização das massas;
– Flexibilidade do fluxo de produção e modelos dos produtos;
– Organização da produção e entrega rápida ( no momento e na quantidade exata);
– Diminuição do desperdício;
– Número reduzido de trabalhadores;
– Funções polivalentes (multitarefas) e alta especialização;
Os sistema flexíveis de produção representaram diminuição dos custos de produção e aumentaram a variedade de produtos. Por outro lado do ponto de vista do trabalho, embora tenham tornado as tarefas mais criativas e menos, repetitivas e enfadonhas, continuou alienando o trabalhador do seu produto de trabalho. Os empregados continuaram sendo controlados não mais de forma vertical, por gerentes e supervisores; mas principalmente pelo seus próprios colegas de trabalho. Além disso, a descentralização enfraqueceu a organização dos trabalhadores visto que o poder de barganha de um sindicato vinculado a uma empresa centralizada era muito maior do que neste modelo no qual os trabalhadores ficam dispersos em varias ilhas de produção espalhadas mundo a fora.