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Pesquisa apresenta e problematiza o perfil do professor de Sociologia brasileiro após 10 anos de reintrodução da disciplina

Em livro publicado em 2019, “O ensino de Sociologia no Brasil, vol.1”, organizado pelo profº. Cristiano das Neves Bodart, traz um capítulo de sua autoria, em colaboração com o professor Roniel Sampaio-Silva, no qual é apresentado e discutido o perfil do professor de Sociologia brasileiro.

Os autores partem dos seguintes questionamentos:

Passados dez (10) anos, qual o perfil do professor que vem ministrando aulas de Sociologias no Ensino Médio brasileiro, já que os dados não são animadores quanto a formação de professores habilitados para ministrar essa disciplina?

Intitulado “Quem leciona sociologia após 10 anos de presença no ensino médio brasileiro?” o texto traz dados atualizados, dentre eles, muitos extraídos dos microdados do censo escolar.

A seguir alguns dados  e trechos presentes no texto, o qual que pode ser baixado gratuitamente AQUI.

 

[…] Notamos uma predominância de professores de Sociologia brancos. Se compararmos o percentual de professores em geral do Ensino Médio, notaremos que ela é bem menor, uma vez que esse percentual é de 46,5% (MEC/INEP, 2017). Considerando também que o percentual de brancos na composição da população brasileira é de 44,2% de brancos, notamos que a representatividade desse grupo é relativamente menor entre os professores de Sociologia. […]

 

 

[…] O baixo percentual de professores de Sociologia que atuam nas redes de ensino federal e municipal se justifica por serem nelas reduzidos os números de instituições que ofertam o Ensino Médio onde a disciplina se faz presente no currículo escolar. […]

 

[…] Nos chama atenção para a participação de professores que atuam no Ensino Fundamental com a disciplina de Sociologia (2,5%), uma vez que a disciplina é obrigatória apenas no Ensino Médio. Dentre as experiências que temos notícias de que a Sociologia é ensinada na segunda etapa do Ensino Fundamental está o município de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul (POSSAMAI; KERN; ROSSATO; 2016). […]

 

 

[…] Dentre os “outros” destacados na tabela 5 estão as duas formações mais comuns entre os que lecionam Sociologia: os licenciados em História (19,7%) e licenciados em Pedagogia (13,9%) (MEC/INEP, 2017). Em outros termos, existem mais pedagogos e professores de História lecionando Sociologia do que profissionais habilitados na área. […]

 

 

[…] Dentre os professores de Sociologia, habilitados ou não, que atuam nas redes públicas, 55,9% são concursados. Esse percentual está abaixo da média dos professores de todas as disciplinas do Ensino Médio, que é de 68,1%. Observando a tabela 7 nota-se que o menor percentual de professores de Sociologia da rede pública concursado/efetivo encontra-se na Região Centro-Oeste (41,4%). O maior percentual está no Norte (66,2%), acompanhando as tendências referentes aos demais professores do Ensino Médio. Se o contrato temporário docente é apontando como uma condição de precarização e colocado à margem das decisões que envolvem a educação (MARQUES, 2006; NOVAES, 2010), os professores de Sociologia estão em situação pior do que a média dos professores do Ensino Médio. A falta de estabilidade na carreira docente dos professores contratados certamente tem impactos negativos sobre sua atuação e sua saúde psíquica. O problema, como indicou Gomes (2017) é que o trabalho temporário deixou de ser ter um caráter provisório e emergencial, num contexto de recomposição das condições de acumulação do capital pela crise estrutural do capitalismo, para se tornar uma política de Estado permanente. […]

 

 

Leia o texto na íntegra AQUI

 

Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

1 Comment

  1. Putz… A grande maioria não é formada na área. Da até pra entender porque tem tanto preconceito com a disciplina e porque a literacia sociológica é tão baixa.

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