Aula/Ensino Médio

Aula Ensino MédioNa academia, grosso modo, sistematizamos os conceitos, criamos uma base teórica e depois nos debruçamos sobre o objeto a ser estudado. Essa prática ocorre por entendermos que o que vem aos nossos olhos e ouvidos não são a pura realidade. O contato com o objeto ocorre sempre de forma duvidosa para que possamos nos aproximar (amparado com uma referência teórica) da realidade. Mas nossos alunos de Ensino Médio são capazes de realizar essa atividade intelectual? Certamente não! O que fazer então para que suas percepções ultrapasse o senso comum? Com base em minha experiência na docência (11 anos), sugiro uma mudança (que não é novidade, mas faz-se fundamental ser relembrada e retomada) na prática reflexiva (certamente não cabe à todos os conteúdos), a fim de atrair a atenção dos jovens à Sociologia. A proposta é inverter o caminho. Para clarear o que apresento neste post irei por parte, são elas: 1. Como inverter o caminho? 2. Por que inverte-lo? 3. Isso não compromete o saber sociológico?Como inverter o caminho do saber sociológico?R: Para tornar mais fácil a compreensão irei exemplificar. Se busco trabalhar o tema “papéis sociais”, quero, por exemplo, que no fim da aula que o educando saiba o que é papel social, como os papéis sociais são representados, qual sua importância e como se dá o conflito entre papéis sociais. Formato tradicional: explico os conceitos e depois dou os exemplos; Minha proposta: busque partir do real e depois vai pontuando o nome conceitual explicando como o conceito facilita expressar o fenômeno. Exemplo: inicie perguntando aos alunos: “quem na sala de aula já trabalhou com seu pai?” “Você o chamava de pai e ele a você de filho no horário e local de trabalho?” “Ele te tratava como filho a todo o memento ou como funcionário?” “Por que?” A partir desses questionamentos vai juntamente com os alunos (nesse formato eles se sentirão mais a vontade de participarem da aula por acharem que sabem o quanto você, uma vez que trata-se de vivencia e não de conhecimento acadêmico). Sem dar, inicialmente, nomes conceituais vai buscando descrever o fenômeno. Após desenhado o fenômeno, agora sim, apresente aos alunos os conceitos sociológicos e use da teoria para explicar aquilo que não foi possível ser explicado pelos alunos. Desta forma será possível despertar maior interesse pela aula de Sociologia.Por que inverter?R: Para partir do conhecimento do aluno e o torna-lo importante na produção da aula. Ele produzirá grande parte da aula!Isso não compromete o saber sociológico?R: Não, por que o professor estará partindo de um ponto não científico mas terminará com uma abordagem sociológica do fenômeno em estudo.
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História do Café com Sociologia

O blog foi criado por Cristiano Bodart em 27 de fevereiro de 2009. Inicialmente tratava-se de uma espécie de “espaço virtual” para guardar materiais de suas aulas. Na ocasião lecionava em uma escola de ensino público no Estado do Espírito Santo. Em 2012 o Roniel Sampaio Silva, na ocasião do seu ingresso no Instituto Federal, tornou-se administrador do blog e desde então o projeto é mantido pela dupla.

O blog é uma das referências na temática de ensino de Sociologia, sendo acessado também por leitores de outras áreas. Há vários materiais didáticos disponíveis: textos, provas, dinâmicas, podcasts, vídeos, dicas de filme e muito mais.

Em 2019 o blog já havia alcançado a marca de 9 milhões de acessos.

O trabalho do blog foi premiado e reconhecido na 7º Edição do Prêmio Professores do Brasil e conta atualmente com milhares de seguidores nas redes sociais e leitores assíduos.

Seguimos no objetivo de apresentar aos leitores um conteúdo qualificado, tornando os conhecimentos das Ciências Sociais mais acessíveis.

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