Tag: Eixo- Movimentos sociais/ cidadania/ democracia e políticas públicas

Eixo- Movimentos sociais/ cidadania/ democracia e políticas públicas

Em resumo, podemos entender a cidadania como toda prática que envolve reivindicação, interesse pela coletividade, organização de associações, luta pela qualidade de vida, seja na família, no bairro, no trabalho, ou na escola. Ela implica um aprendizado contínuo, uma mudança de conduta diante da sociedade de consumo que coloca o indivíduo como competidor pelos bens da produção capitalista.
 Mas é preciso não confundir a cidadania com as soluções individualistas estimuladas pelo próprio sistema de competição hoje vigente: ou seja, o indivíduo que prefere pagar por sua segurança em um condomínio fechado ou contratando “polícia” particular, não exigindo que o poder público forneça a segurança de ir e vir no espaço urbano, não está exercendo sua cidadania.

E um dos grandes problemas para o exercício da cidadania em nossa sociedade é exatamente o individualismo incentivado pela sociedade de consumo e pelo neoliberalismo. Ao nos preocuparmos apenas com nós mesmos, ao abandonar a defesa da coletividade, estamos enfraquecendo a cidadania em nosso país, assim como nossos próprios direitos

  • Experiência docente: Simulando o Senado Federal na escola e discutindo o PL Escola sem Partido

    Experiência docente: Simulando o Senado Federal na escola e discutindo o PL Escola sem Partido

    Senado Federal em Sala de aula ou Como abordar o projeto Escola Sem Partido nas aulas de Sociologia

    Por Suélen Pinheiro Freire Acosta

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    Suélen Pinheiro Freire Acosta. Licenciada em Ciências Sociais na Unisinos – RS. Mestranda PROSUC CAPES na Unisinos. Professora de Sociologia na Escola SESI de Ensino Médio Montenegro

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    O estudo da divisão dos poderes no Estado Democrático, bem como sobre as funções das instituições democráticas, é parte dos conteúdos programáticos da Sociologia escolar. Mais do que a leitura de textos teóricos, documentários e exercícios escritos, a simulação prática destes espaços pode ser um meio diferenciado e inovador no aprendizado de tais questões; além do caráter lúdico e descontraído que colaboram com o processo de ensino-aprendizagem. De modo geral, debates densos, complexos e intensos fazem parte do cotidiano das aulas de Sociologia. O Projeto de Lei (PL) Escola sem Partido não poderia ficar de fora dos assuntos postos em discussão na escola. Contudo, cenário de silenciamento de professores e caça as “ideologias” tornou tal debate ainda mais difícil- e necessário.

    Algumas universidades brasileiras, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS Mundi), organizam atividades para estudantes de Ensino Médio com simulações dos comitês de debate da ONU. Na edição de 2018 do UFRGS Mundi houve também a formação do comitê de comunicação, responsável pela cobertura de todo o evento, e simulação do Senado Federal para alunos e professores (em espaços separados). A simulação do Senado para os professores debateu o Projeto de Lei Escola Sem Partido (n° 193/2016).

    A prática da simulação do Senado em sala de aula foi realizada após participação de grupo de estudantes e professores no UFRGS Mundi 2018, voltada para o segundo ano do Ensino Médio, envolvendo os componentes da área de Ciências Humanas, e desenvolvidas em dupla docência. A pauta da simulação na escola foi o Projeto de Lei Escola Sem Partido (n° 193/2016).

    Anteriormente, as aulas de Sociologia foram dedicadas ao preparo dos alunos para tal atividade, em sequencia a trabalhos e pesquisas que discutiam a temática da educação no Brasil e o modelo de educação ideal do ponto de vista dos estudantes. Além dos materiais disponibilizados pela organização do UFRGS Mundi, na aula anterior a simulação do Senado foi realizada a distribuição dos partidos políticos participantes e os estudantes puderam pesquisar sobre os mesmos, sua história, principais membros e projetos. Foi realizada pesquisa e leitura também sobre o PL em debate. Em alguns casos, houve interesse em representar de modo caricato algum politico brasileiro, o que foi permitido desde que não contrariasse o bom funcionamento da prática e as normas da mesma.

    Após a atividade, foi realizado debate na turma de forma que cada estudante pôde posicionar-se pessoalmente quanto ao PL. Dessa forma, os estudantes puderam estudar sobre como se organiza o Senado Federal brasileiro e como são propostos e votados os Projetos de Lei. Puderam ainda discutir sobre o conceito de democracia – tanto na prática da simulação como na análise do PL em questão – e diferentes modelos de educação. A participação em eventos como este fica como sugestão para ampliar as possibilidades de formação e discussão dos estudantes, construção de autonomia e protagonismo frente à questões políticas de ampla complexidade. Tanto a simulação em sala de aula, como a participação nesse tipo de atividade nas universidades, pode englobar outros componentes curriculares, inclusive para além da área das Ciências Humanas.

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    Referência

    UFRGS Mundi 2018. Disponível em: https://www.ufrgs.br/ufrgsmundi/Acesso em 21/01/2019

  • Texto inédito (e incrível) do grande Milton Santos no qual trata de “como é ser negro no Brasil”

    Texto inédito (e incrível) do grande Milton Santos no qual trata de “como é ser negro no Brasil”

    Como é ser negro no Brasil* (texto inédito)

    ban biografia

     

    Por Milton Santos
    Eu tive a sorte de ser negro em pelo menos quatro continentes e em cada um desses é diferente ser negro e; é diferente ser negro no Brasil. Evidente que a história de cada um de nós tem uma papel haver com a maneira como cada um de nós agimos como indivíduo, mas a maneira como a sociedade se organiza que dá as condições objetivas para que a situação possa ser tratada analiticamente permitindo o consequente, um posterior tratamento político. Porque a política para ser eficaz depende de uma atividade acadêmica… acadêmica eficaz! A política funciona assim! A questão negra não escapa a essa condição. Ela é complicada porque os negros sempre foram tratados de forma muito ambígua . Essa ambiguidade com que essa questão foi sempre tratada é o fato de que o brasileiro tem enorme dificuldade de exprimir o que ele realmente pensa da questão. 
    O professor Florestan Fernandes e o professor Otavio Ianni, escreveram ambos que os Brasileiros, de um modo geral, não têm vergonha de ser racista, mas têm vergonha de se dizer que são racistas. E acho que isso é algo permanente das relações inter-étnicas no Brasil e que traz uma dificuldade de aproximação da questão e da análise, inclusive dos próprios negros, que podem se deixar possuir por uma forma de reação puramente emocional diante da questão, dentro do problema, quando é necessário buscar, analisar, a condição do negro dentro da formação social brasileira. Porque a política não se faz no mundo, não é no mundo que dita as regras da política que se faz em cada país. E não é o outro continente. Não é o olhar para a África que vai ajudar na produção de uma política brasileira para o negro, nem um olhar para os Estados Unidos que vai também permitir essa produção de uma política. É o estudo do negro dentro da sociedade brasileira. É evidente que esse estudo passa pela categoria que se chama “formação socioeconômica”, a qual eu modifiquei propondo a categoria de “formação socioespacial”, porque eu creio que o território tem um papel muito grande na compreensão do que é uma nação.
    A formação socioeconômica ela tem relações com todo o mundo. É evidente que o porte africano no Brasil ele vai ter um papel na compreensão com o que se passa no Brasil, como o aporte europeu e hoje o aporte estadunidense. Mas isso resulta numa produção que se chama “o Brasil”. É nele que eu quero estar como brasileiro integral! É nele que devemos estar, todos, independente da nossas origens étnicas, como brasileiros integrais, sem servos olhados vesgamente em função de nossa, repito, origem étnica. Por conseguinte esse tipo de aproximação que eu privilegio naquilo que eu faço, e faço pouco porque não sou um especialista da questão negra. Eu sou apenas um negro a mais no Brasil que tem uma experiência de ser negro, mas que não sou especialista da questão negra. O meu trabalho, como todo mundo sabe, é outro, eu me especializei em outra coisa, é a minha história, mas não sou indiferente a essa questão, longe disto. Creio que as contribuições teóricas que por ventura tenha elaborado para o entendimento da sociedade possa ser de alguma valia no tratamento da questão do negro no Brasil; que não será resolvido se os negros forem sozinhos na luta. A luta dos negros só pode ter eficácia se envolver todos os brasileiros, inclusive os negros, mas não só os negros. Não cabe aos negros, aliás, fazer essa luta. Essa luta tem que ser feita sobretudo por todos. Creio que essa etapa seguinte, a de reclamar de todos que participem; e não só em um dia ou uma semana. Eu não tenho simpatia por treze de maio e nem semana do mês de novembro, porque tenho uma enorme dificuldade em aceitar que o país celebre uma semana, celebre um dia e os resto dos 357 dias se descuide da questão. Eu creio que é importante que haja esses dias no sentido de mobilização. Só que a mobilização não é obrigatoriamente aquilo que produz a consciência. Com frequência a mobilização cria um elã emocional e o que permite uma luta continuada é a produção da consciência que não pode ser, digamos, obtida em um dia, treze de maio, uma semana, semana da consciência negra, por que não é questão de consciência negra, é questão de consciência nacional; o negro sabe perfeitamente a sua situação. É por isso que eu me recuso a vir em reuniões como essa, ou quando me convidam na imprensa ou na televisão, a ficar choramingando, “ah nós somos assim, somos acolá, nós estamos em baixo”. Todo mundo sabe disso, então vamos usar o tempo para outro tipo de preocupação.
    Inclusive como estava dizendo a um colega da Bahia, da gloriosa universidade da Bahia, onde eu foi aluno de meu filho, que para mim é uma grande satisfação intelectual e moral, que a questão passa por aí, da questão do negro brasileiro, porque assim que me intitulo, eu sou um negro brasileiro, não quero ser outra coisa se não um negro brasileiro, mas quero ser um brasileiro integral. A luta que tem que ser feita passa por criar uma consciência nacional e não, digamos, nos limitarmos a uma produção de uma consciência negra, porque os negros já estão cansados de saber qual é sua condição na sociedade. Para isso é necessário preparar outro discurso.
    Eu estou muito mal satisfeitos com maior parte dos discursos dos movimentos negros porque são repetitivo esses discursos, são pobres e não são mobilizadores realmente, exceto para choramingas. De que adianta continuar dizendo que os negros ganham menos no mercado de trabalho? Muito pouco! Todo mundo já sabe disso. Com pequenas variações é a mesma coisa sempre. De que adianta sair dizendo que há um preconceito aberto ou larvar? Todo mundo sabem disse, inclusive aqueles que comentem sabem que estão fazendo preconceito; muitos não sabem. Ai entra o papel de outro discurso, que é o discurso da conscientização a partir de novas palavras de ordem. Por exemplo, peço desculpa por falar de mim mesmo, mas quando nessa entrevista que tive o prazer de dá ao Roberto D’Abila que me perguntou a respeito do ressentimento dos negros em relação a sociedade branca. Eu disse, não, ao contrário, são os brancos que têm o ressentimento com relação os negros que conseguem acender socialmente, que já era um ensaio de produzir um outro discurso. Eu não vou aceitar discutir que os negro tem ressentimento por uma maneira muito simples: porque o nosso ressentimento, se existe, ele não é eficaz, ele não tem poder. O ressentimento que tem eficácia é do que tem poder. Então quando eu falo que é o branco que tem ressentimento, e tem, em relação ao negro que triunfa, não digo o branco em geral, mas um bonito grupo de pessoas brancas . É para exatamente reverter o discurso. É um exemplo de, como creio, que haveria que trabalhar nessa coisa do discurso que acho muito importante, inclusive para a recriação daquilo que repetem com muita frequência, a questão da autoestima. A autoestima ela pode ser parcialmente enfrentada a partir de outro discurso também. É isso, por isso, que não perdoo ao governo federal, e aos governos estaduais, que não põem seu recursos jornalísticos a disposição da produção do discurso da autoestima, o que não custaria muito, mas que tem que ver com as condições de nosso tempo, que tem que ser analisada e se propor outra coisa.
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    *Palestra proferida pelo professor Milton Santos e transcrita por Cristiano das Neves Bodart a partir de um audio que guardava desde a época que cursava a graduação. Infelizmente não sabemos onde foi proferida essa palestra.
    Publicado originalmente em 29 de fevereiro de 2016 às 15:20
    Como citar esse texto:
    SANTOS, Milton. Ser negro no Brasil. Palestra transcrita por Cristiano das Neves Bodart. Blog Café com Sociologia. 2016. Disponível em: <linkdapostagemaqui>. Acessado em: dia mês e ano.
  • O que é cidadania?

    O que é cidadania?

    cidadania

    Em síntese, podemos entender o conceito de cidadania como um conjunto de ações reivindicatórias cujo direcionamento é voltado para interesse da coletividade. É uma prática que busca melhorar a convivência, qualidade de vida e harmonizar a relação das pessoas que vivem na cidade, por isso a associação do termo com cidadania. Ela implica num aprendizado e aperfeiçoamento progressivo das práticas sociais para além das relações de consumos naturalizadas na sociedade capitalista.

     

    Grosso modo, o termo “cidadania” remete ao sujeito que vive na cidade e compartilha parte da sua vida pessoal no espaço público. Originalmente, “cidadania” nos remete à vida na polis gregaDo latim, o termo tem origem na palavra civita, espécie de coletivo de cidadãos os quais formam o estado, o governo ou pátriaO conceito mais comum de cidadania diz respeito a sujeito que “cumpre seus deveres e luta pelos seus direitos”. O objetivo desse texto é discutir as limitações desse último conceito.
    Se cidadão é o indivíduo que mora na polis ele precisa ser reconhecido como tal. Na antiga Atenas, por exemplo, o cidadão era um adjetivo extremamente restritivo, cujo conjunto englobava homens livres, maiores de dezoito anos e nascidos em Atenas. Na contemporaneidade, cidadão diz respeito ao individuo que é reconhecido formalmente pelo Estado; tão somente pelo registro de nascimento.
    consumismo
    Porém é preciso ter cuidado para não confundir este conceito com as soluções individualistas propagadas pelo próprio sistema de competição hoje vigente: ou seja, o indivíduo que prefere pagar pela própria segurança em um condomínio fechado ou contratando segurança particular, não exigindo que o poder público exerça seu papel de legítimo detentor do poder policial e da segurança pública.

    E um dos grandes problemas para o exercício cidadão em nossa sociedade é exatamente o individualismo incentivado pela sociedade de consumo e pelo neoliberalismo. Ao nos preocuparmos apenas com nós mesmos, ao abandonar a defesa da coletividade, estamos enfraquecendo a cidadania em nosso país, assim como nossos próprios direitos.

     

     

     

    Referência

    SILVA, Maciel Henrique; SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de conceitos históricos. Editora Contexto, 2010. p. 50.
  • Cidadania em cordel: sugestão para a aula

    Cidadania em cordel: sugestão para a aula

    Cidadania é o conjunto de direitos e deveres que uma pessoa possui como membro de uma sociedade. É o conjunto de direitos políticos, econômicos e sociais garantidos por um Estado a seus cidadãos, bem como as responsabilidades e deveres que os cidadãos têm em relação ao Estado e à sociedade. Tal conceito não é apenas um conjunto de direitos, mas também inclui responsabilidades e deveres. Por exemplo, os cidadãos têm o dever de respeitar as leis e as instituições do Estado, bem como o dever de participar ativamente da vida política e da tomada de decisões coletivas. Além disso, os cidadãos têm o dever de contribuir para a sociedade, seja através do trabalho, do voluntariado ou de outras formas.

    A cidadania também envolve o exercício dos direitos políticos, como o direito ao voto e a participação nas eleições. Os cidadãos também têm o direito de acesso à justiça e à proteção dos seus direitos fundamentais, bem como o direito à liberdade de expressão e de reunião pacífica.

    Além disso, a cidadania inclui o acesso a serviços públicos essenciais, como educação, saúde e segurança, bem como o direito a condições de vida dignas e ao acesso a oportunidades econômicas.

    A cidadania é um conceito fundamental em qualquer sociedade democrática, pois garante a igualdade de direitos e oportunidades a todos os membros da sociedade, independentemente de sua origem, raça, gênero ou orientação sexual. No entanto, infelizmente, ainda existem muitas barreiras que impedem a plena realização da cidadania para muitas pessoas em todo o mundo, incluindo discriminação, pobreza e exclusão social.

    É importante lembrar que a cidadania é algo que deve ser constantemente defendido e protegido. É responsabilidade de todos os cidadãos participar ativamente da vida política e da tomada de decisões coletivas, bem como lutar por mudanças positivas na sociedade e pelo respeito aos direitos e deveres de todos os membros da sociedade.

    Trazemos nesta postagem um cordel da professora-poeta alagoana Marlene Ramos. O cordel é uma manifestação cultural de origem portuguesa e que se desenvolveu na Região Nordeste, embora tenha se espalhado por todo o país. Sua publicização mais recorrente são os pequenos livros (livretos) com capas de xilogravura que ficam pendurados em barbantes ou cordas, e daí o seu nome “cordel”. Os cordéis podem ser ótimos instrumentos didáticos, seja como:

    1. Leitura preliminar do conteúdo que será abordado na aula:
    2. Síntese conclusiva do conteúdo estudado na aula;
    3. Material inspiração à produção autoral dos alunos;
    4. Objeto de análise da cultura nordestina.

    Segue apresentamos a produção de Marlene Ramos e, por fim, uma sugestão de uso em sala de aula:

    CIDADANIA

    Por Marlene Ramos

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    Marlene Ramos

    Peço licença a todos

    Que estão aqui presentes,

    O que vou falar agora

    Vai deixar todos contentes.

    O assunto aqui tratado

    É da cidadania, minha gente.

     

    Cidadania é uma palavra,

    Falada por muita gente,

    Mas, que muitos não sabem

    Seu sentido verdadeiramente.

    Cidadania é o direito

    De viver decentemente.

     

    Cidadania é direito de ter

    Ideia e poder expressá-la

    Poder votar em alguém

    Sem ninguém ameaçá-la

    É ser negro ou homossexual

    Sem ninguém discriminá-la

     

    É praticar uma religião

    Sem ser perseguido

    É poder devolver um produto,

    Estragado ou vencido

    É poder desfrutar dos direitos

    Que por nós foram conseguidos.

     

    Ser cidadão é ter

    Maior participação

    É está ciente de tudo

    Que acontece na Nação,

    Se nós agirmos assim,

    Seremos de fato cidadão.

     

    É conservar intactos

    Os bens públicos da cidade

    É tratar bem as pessoas,

    Não importando a idade.

    Se agirmos desse modo

    Seremos cidadãos de verdade.

     

    Ter cidadania é ter

    Saúde e boa educação,

    Ter emprego e também,

    Ter uma habitação,

    Usufruir dos direitos

    Que estão na constituição.

     

    Um cidadão deve ter

    Direito à segurança

    Menor deve ter lazer

    E ser tratado como criança,

    Mas, para muito brincar…

    Fica só na esperança.

     

    Cidadania é a pessoa,

    Ter liberdade de se expressar,

    Mas que a fala não venha

    Outra pessoa magoar

    É ser respeitado pelos outros

    E também os respeitar.

     

    Mas não é bem assim,

    A realidade é diferente.

    Respeito quase não existe,

    Leitura é insuficiente.

    Enquanto isso não mudar,

    Nunca poderemos falar:

    Eu sou cidadão verdadeiramente

     

     


    Dica** de como trabalhar o cordel “Cidadania”, de Marlene Ramos:

    Solicite os alunos previamente que tenham em mãos ou no celular a Constituição Federal Brasileira de 1988. 

    Distribua a turma em grupos de 3 ou 4 alunos e peça que:

    Encontre na Constituição Federal os direitos e deveres dos cidadãos brasileiros;

    Identifique dois direitos contidos na Constituição Federal de 1988 que não estão presentes no cordel;

    Com base nas garantias sociais contidas na Constituição Federal de 1988 peça que produzam uma estrofe para um cordel coletivo da turma;

    Na aula posterior, distribua as seguintes tarefas entre os dos grupos de alunos (pode ser os mesmos grupos da aula anterior):

    • Produzir um livreto gigante com papel cenário (dobrado ao meio);
    • Escreva o cordel coletivo da turma no livreto gigante;
    • Montar um varão no corredor da escola;

    Feito essas tarefas, faça uma escala de alunos para ficar no intervalo apresentando o cordel (um aluno declamando o cordel e outros alunos convidando colegas para ver e ouvir o cordel produzido). Um aluno pode antes explicar ao visitante o que é um cordel.

     

     

    Nota:

    *Formada em pedagogia pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL e especialista em Gestão Escolar  pela Faculdade São Tomás de Aquino – FACESTA.

    ** Dicas do editor do Blog Café com Sociologia, Cristiano Bodart. Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e docente da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

  • História dos direitos humanos

    História dos direitos humanos

    Direitos humanos: longo caminho

    Por Roniel Sampaio Silva

    direitos humanos
    Qual o conceito de direitos humanos? Ele foi promulgado recentemente? O que preciso para ter tais direitos?
     No bojo da discussão sobre a questão dos direitos humanos no Brasil, é interessante conhecer esse pequeno filme que conta a história da luta e da conquista destes direitos.
     
    Os direitos humanos foram promulgados há pouco mais de meio século após sucessivos episódios históricos. O primeiro personagem conhecido da história a promulgar algo próximo do que conhecemos com direitos humanos foi Ciro (539 a.C), Grande Rei persa. Após sua conquista da Babilônia Ciro baixou decreto em um cilindro de barro, declarando que todos tinha direito de escolher sua própria religião e estabeleceu tratamento igual entre as raças.   Tal episódio é referenciado no Antigo Testamento que faz referência a Ciro.
     
    O documentário abaixo mostra a definição de direitos humanos, a história e a perspectiva dos direitos humanos hoje.  O início do filme aborda o conhecimento sobre o que são direitos humanos para as pessoas, seguido de um breve desenvolvimento histórico sobre como foram constituídas as lutas em torno dos que chamamos hoje de direitos humanos. Inicialmente
     
     
     

     

     

    Referências:
    BÍBLIA, Português. A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição rev. e atualizada no Brasil. Brasília: Sociedade Bíblia do Brasil, 1969.

     
    O documentário abaixo mostra a definição de direitos humanos, a história e a perspectiva dos direitos humanos hoje.  O início do filme aborda o conhecimento sobre o que são direitos humanos para as pessoas, seguido de um breve desenvolvimento histórico sobre como foram constituídas as lutas em torno dos que chamamos hoje de direitos humanos. Inicialmenteefinição de direitos humanos, a história e a perspectiva dos direitos humanos hoje.  O início do filme aborda o conhecimento sobre o que são direitos humanos para as pessoas, seguido de um breve desenvolvimento histórico sobre como foram constituídas as lutas em torno dos que chamamos hoje de direitos humanos. Inicialmente
  • Dica de Vídeo: Direitos dos animais

    Dica de Vídeo: Direitos dos animais

    Filme direitos humanos

    Em prol dos animais

     
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    Se o fato de haver muitas pessoas que vivem nas ruas parece ter um poder mágico de fazê-las invisíveis para nossa sociedade, o que dizer dos caninos? Muitas vezes eles estão com sede, com fome e precisam de atenção, mas não sabem dizer uma única palavra. Um olhar, um balançar de calda não é suficiente para um bicho tão insensível como o bicho homem.
    Pensando nisso dois estudantes chilenos resolveram fazer uma proposta de intervenção urbana para sensibilizar as pessoas sobre o direito dos animais.

    Particularmente gosto de utilizar este quando falo em sala sobre movimentos sociais de defesa dos animais para “quebrar o gelo” e ajudar a sensibilizar os alunos sobre os problemas da nossa sociedade. Vale a pena ver esse emocionante clipe.
     

     

    Retirado de: https://www.maisquemarca.com/blog/acoes-campanhas/dois-estudantes-chilenos-criaram-uma-forma-de-cachorros-de-rua-serem-vistos/
  • [vídeo para reflexão] Perdeu Playboy!

    [vídeo para reflexão] Perdeu Playboy!

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    Perdeu Playboy!
    “Dia 20 de novembro é dia da Consciência Negra e como forma de sintonização com essa data tão importante pro desenvolvimento moral do nosso país, lançamos um vídeo do Yuri Gabriel cuja poesia foi inspirada com depoimentos de artistas (nesse caso, Fióti e Emicida) que sofreram racismo, fora as que o próprio sentiu na própria pele. “Portas Giratórias travam quando eu entro em cena” – não é uma frase de efeito, portas travaram pra mim, mesmo quando depositei todos os meus pertences naquele compartilhamento que recolhia metais, mesmo quando que provei que não tinha nada, mesmo quando eu… Não preciso provar nada.” (HOPPALA)

     

  • [Documentário] – Herbert Marcuse, o filósofo da contestação e a Escola de Frankfurt

    [Documentário] – Herbert Marcuse, o filósofo da contestação e a Escola de Frankfurt

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    [Documentário] – Herbert Marcuse, o filósofo da contestação e a escola de Frankfurt
    Herbert Marcuse (Berlim, 19 de Julho de 1898 — Starnberg, 29 de Julho de 1979) foi um influente sociólogo e filósofo alemão naturalizado norte-americano, ligado à Escola de Frankfurt.
    Vídeo realizado por
    Profª Evie Giannini (UERJ/PPGPS)
    Orientação: Prof. Dr. Jorge Coelho Soares (UERJ/PPGPS)
    Roteiro: Profª Evie Giannini e Prof. Dr. Jorge Coelho Soares
    Distribuição Independente / Brasil – 2013
    Primeira parte:

     

    Segunda parte:

     

    Algumas obras de Herbert Marcuse editadas no Brasil


     

     

    – Reason and Revolution, 1941 (Razão e revolução, Paz e terra, RJ)
    – Eros and Civilization, 1955 (Eros e Civilização, Zahar Editores, Rio de Janeiro)
    – Soviet Marxism, 1958 (Marxismo Soviético, São Paulo, Saga, 1968)
    – One-Dimensional Man, 1964 (Ideologia da Sociedade Industrial, Editora Zahar, Rio de Janeiro)
    – Das ende der Utopie, 1967 (O fim da Utopia, Editora Civilização brasileira, RJ)
    – Psychoanalyse und Politik, 1968 (Psicoanálises y política, Ediciones, Península, Barcelona)
    – Towards a Critical Theory of Society, 1969 (Idéias sobre uma Teoria Crítica da Sociedade, Zahar Editores, RJ)
    – Counter-revolution and Revolt, 1972 (Contra-revolução e revolta, Zahar, RJ, 1973)
    – Cultura e Psicanálise (Editora Paz e Terra, 1997)

     

  • Filmes sobre cidadania: coletânea com vários títulos nacionais

    Filmes sobre cidadania: coletânea com vários títulos nacionais

    Filmes sobre cidadania para trabalhar em aulas de Sociologia e outras disciplinas do Ensino Médio.

     

    À Margem do Lixo

    Gênero: Documentário
    Ano de Lançamento: 2008Sinopse: O documentário acompanha a rotina dos catadores de papel e materiais recicláveis na cidade de São Paulo. Transitando pela cidade, o filme mostra a articulação política da categoria, especialmente em torno do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), e a importância deles na preservação do meio ambiente.
    Trailer

     

    Boca no Lixo

    Gênero: Documentário
    Ano de Lançamento: 2007
    Sinopse: Um recorte sobre a questão do lixo na visão daqueles que trabalham diretamente com este subproduto da humanidade. Varredores de rua e coletores de lixo domiciliar abrem suas bocas para falar sobre o trabalho de limpeza urbana que executam e sobre a problemática do lixo, na qual estão diretamente inseridos.Assista!

     

     

    Corumbiara

    Gênero: Documentário
    Ano de Lançamento: 2009Sinopse: Leiloada durante o governo militar, a gleba Corumbiara, no sul de Rondônia, é o cenário, em 1985, de um massacre de índios isolados. Apesar dos visíveis sinais da tentativa de apagar as evidências de sua existência, filmadas pelo documentarista Vincent Carelli, e das denúncias do indigenista da FUNAI Marcelo Santos, o caso é esquecido. Dez anos depois, o encontro de dois índios desconhecidos numa fazenda oferece a primeira oportunidade a Santos e Carelli de retomar o fio desta história, que registra muitas lacunas, mas revela aos poucos os inequívocos sinais da continuidade dos crimes contra os povos indígenas, num processo de selvagem apropriação da terra na Amazônia.Assista!

     

     

    Garapa

    Gênero: Documentário
    Ano de Lançamento: 2009Sinopse: O filme trata da questão da fome no Brasil, partindo do ponto de vista das suas vítimas, na tentativa de conscientizar a sociedade brasileira a respeito do problema.Trailer

     

    Ilha das Flores

    Gênero: Documentário
    Ano de Lançamento: 1989
    Sinopse: Considerado um dos melhores documentários em curta-metragem do cinema brasileiro, o filme fala sobre a pobreza do povo brasileiro de forma única e irônica, através da Ilha das Flores, que serve como depósito de comida que a classe média não consome e banquete para os necessitados.
    Assista!

     

    Lixo Extraordinário

    Gênero: Documentário
    Ano de Lançamento: 2009
    Sinopse: Filmado ao longo de dois anos (agosto de 2007 a maio de 2009), Lixo Extraordinário acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá, ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo inicial de retratá-los. No entanto, o trabalho com esses personagens revela a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugeridos a reimaginar suas vidas fora daquele ambiente. A equipe tem acesso a todo o processo e, no final, revela o poder transformador da arte e da alquimia do espírito humano.
    Trailer
    LotadoGênero: Documentário
    Ano de Lançamento: 2004
    Sinopse: O problema da superlotação nas penitenciárias do Rio de Janeiro, através de depoimentos de um ex-presidiário, dois ex-diretores do DESIPE, um agente penitenciário, um jornalista policial e mulheres de presos.
    Assista!

     

    O Esquecimento

    Gênero: Documentário
    Ano de Lançamento: 2008
    Sinopse: Personagens comuns das ruas, escolas, bares e hospitais de Lima, Peru, evocam a miséria e a poesia que persistem lado a lado depois de séculos de negligência e má administração de um país que só costuma frequentar as manchetes mundiais em caso de catástrofes – como terremotos ou a descoberta de covas coletivas, na esteira da guerra suja entre sucessivos governos e a guerrilha do Sendero Luminoso. A diretora Heddy Honigmann procura levantar o véu que encobre uma realidade que passa do sublime ao grotesco sem escalas, expondo a luta incansável de um povo contra o esquecimento.Trailler

     

    O Retorno

    Gênero: Documentário
    Ano de Lançamento: 2008
    Sinopse: O documentário marca a volta à direção do veterano cineasta Rodolfo Nanni, que retoma o tema de um filme anterior (O Drama das Secas – 1958), feito há 50 anos, seguindo o mesmo itinerário, no agreste e sertão nordestinos, entre os Estados de Pernambuco e Alagoas. O diretor centra seu foco na situação dos pequenos lavradores nordestinos e encontra um Brasil modificado pela introdução do Bolsa Família – programa assistencial que é mencionado em diversos depoimentos ao longo do filme.
    Trailer

     

    Quanto vale ou é por quilo?

    Gênero: Drama
    Ano de Lançamento: 2005
    Sinopse: Adaptação livre do diretor Sérgio Bianchi para o conto “Pai contra Mãe”, de Machado de Assis, Quanto Vale ou É Por Quilo? desenha um painel de duas épocas aparentemente distintas, mas, no fundo, semelhantes na manutenção de uma perversa dinâmica sócio-econômica, embalada pela corrupção impune, pela violência e pelas enormes diferenças sociais. No século XVIII, época da escravidão explícita, os capitães do mato caçavam negros para vendê-los aos senhores de terra com um único objetivo: o lucro. Nos dias atuais, o chamado Terceiro Setor explora a miséria, preenchendo a ausência do Estado em atividades assistenciais, que na verdade também são fontes de muito lucro. Com humor afinado e um elenco poucas vezes reunido pelo cinema nacional, Quanto Vale ou É Por Quilo? mostra que o tempo passa e nada muda. O Brasil é um país em permanente crise de valores.Trailer
    Quem se importa

     

    Gênero: Documentário

    Ano de Lançamento: 2012
    Sinopse: É um documentário longa metragem sobre empreendedores sociais no Brasil e ao redor do mundo. Pessoas brilhantes, que criaram, cada qual, uma organização inovadora capaz de não só mudar a sociedade ao seu redor, mas também causar impacto social suficiente para que estas ideias possam virar políticas públicas aplicadas em várias partes do mundo. Um filme que, através de cada um de seus personagens, vasculha o mundo atrás de pessoas magníficas que oferecem simples soluções para as mais graves questões que nos afetam profundamente.
    O filme conta com grandes nomes internacionais do Empreendedorismo Social como Muhammad Yunus (Nobel Paz 2006), Bill Drayton, Mary Gordon, entre outros.
    Trailer
    Rio de Janeiro Cooperativo

     

    Gênero: Documentário

    Ano de Lançamento: 2008

    Sinopse: O Rio de Janeiro é uma cidade de contrastes, riqueza e pobreza convivendo lado a lado e em conflito. Exemplo ideal da região latino americana. A cidade cresce e se moderniza na medida em que exclui e aumenta a segregação sócio-espacial. Mas é justamente dessas áreas marginalizadas que novas e interessantes propostas estão surgindo. O documentário relata sobre o desenvolvimento das cooperativas de reciclagem. Organizações voluntárias de catadores, que a partir dos resíduos da sociedade de consumo, começam a desenvolver alternativas de renda e de participação democrática.Assista!

    Tudo é Relativo

    Gênero: Documentário
    Ano de Lançamento: 2008Sinopse: A proposta da dinamarquesa Mikala Krogh é encontrar no documentário sua diferença e seu limite. O projeto da diretora é capturar a diversidade humana na perspectiva dos sentimentos considerados mais comuns, como amor, raiva, felicidade e devoção. Se, de um lado, tais emoções nos caracterizam como humanos, isso não impede que haja múltiplas formas de expressão dos afetos e dos sentimentos de acordo com diferenças étnicas e culturais. Ou seja, o que vemos em suas imagens é o perspectivismo que saberes como a antropologia foram pioneiros em demonstrar.

     

    Originalmente em moradiaecidadania.org

  • Lagartas, protestos, greves e borboletas: o que podemos aprender?

    Lagartas, protestos, greves e borboletas: o que podemos aprender?

    borboleta
    Por Roniel Sampaio Silva

     

    As lagartas são bichos pouco apreciados pelas pessoas. Elas são criaturas desajeitadas, asquerosas, horrendas, famintas – geralmente não são toleradas. Ainda que em reduzido número, é comum serem combatidas perseguidas e mortas pelos algozes da esperança, pessoas que as enxergam como ameaça. Tais pessoas não vislumbram ali uma borboleta em potencial, apenas a asquerosa, horrenda e repugnante lagarta.
    Quando as pessoas no geral – sobretudo os algozes da esperança – visualizam uma exuberante borboleta a voar, é como se a encantadora criatura voadora tivesse surgido do além, do nada, perfeita ali pairando majestosa sob o firmamento. Porém aquela criatura é resultado de um processo, resultado do sacrifício da asquerosa e repugnante lagarta.
    Com base na fábula é possível fazer analogia com os momentos de convulsão social como greves e protestos. Muitos destes momentos foram duramente repreendidos, assim como as lagartas, mas foram a partir deles que conquistamos direitos, respeito e empoderamento.
    É necessário reconhecer a importância das lagartas pra ter oportunidade de um dia apreciar a exuberância das borboletas.Como diz uma música de Accioly Neto “A lagarta rasteja até o dia em que cria asas.