Categoria: Notícias

Notícias são fundamentais para se contextualizar diante do Brasil e do mundo. Acompanhe os principais acontecimentos relacionados às Ciências Sociais do Brasil e do Mundo. Conhecer bem a realidade na qual está inserido é fundamental para o sociólogo ou socióloga ter um bom ponto de partida para contextualizar suas pesquisas e teorias.

Relacionar os conteúdos aprendidos com os eventos históricos do país e do mundo fortalecem o aprendizado e fomenta mais interesse para aprender a pensar sociologicamente. Relacionar com outras áreas do conhecimento Também potencializa a experiência de aprendizado.

Para o professor de sociologia posicionar-se é importante. Não de uma maneira cegamente militante, mas de uma forma crítica e flexível. Primeiro porque o posicionamento é uma forma honesta de mostrar aos alunos que o professor tem suas preferências e isso deve ser considerado pelo público para um filtro mais adequado. Segundo porque posicionar-se problematiza pontos de vista e fomentam um debate que enriquece e enaltece os envolvidos. Vamos às notícias!

  • Nota da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) sobre pesquisa

    Nota da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) sobre pesquisa

    Sociedade Brasileira de Sociologia

    Nota da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) sobre a notícia da pesquisa que relaciona a piora do desempenho de estudantes no ENEM em matemática com a obrigatoriedade do ensino de sociologia e filosofia no Ensino Médio. 

    Sociedade Brasileira de Sociologia

    A Folha de São Paulo veiculou uma notícia, dia 16 de abril de 2018, acerca de uma pesquisa a respeito do desempenho de estudantes em matemática no Exame Nacional do Ensino Médio-ENEM, comparando períodos divididos segundo o critério de implantação da lei que obrigava o ensino de Filosofia e de Sociologia nas três séries/etapas do Ensino Médio (2008). A única variável apresentada pela reportagem baseada na referida pesquisa é como foi o desempenho dos estudantes em matemática e outros componentes curriculares antes e depois de 2012. Segundo o jornal os autores da pesquisa são os economistas, Thais Waideman Niquito e Adolfo Sachsida, e a mesma será publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O título da matéria já adianta uma possível correlação, mas de forma conclusiva, “Filosofia e sociologia obrigatórias derrubam notas em matemática”.  Uma correlação que poderia ser apresentada como hipótese a ser explorada, aprofundada em pesquisas qualitativas. As correlações a partir de dados de desempenho em larga escala servem muito mais para levantar problemas e hipóteses do que conclusões, uma vez que os dados existentes não permitem afirmações e conclusões para além do que eles dizem. Nesse caso, da correlação entre desempenho em matemática e obrigatoriedade do ensino de filosofia e sociologia, ficaram de fora correlações fundamentais, como: as condições das escolas, o número de aulas de cada componente curricular (disciplinas) desde o Ensino Fundamental, o número de aulas de matemática, de sociologia, de filosofia antes e depois da referida lei, a formação de professores de matemática, a quantidade de professores (suficiente/insuficiente/falta ou não de professores), as redes e as mantenedoras, privadas, públicas, municipais, federais e estaduais, os programas de ajuda a permanência dos estudantes nas escolas, o número de participantes do ENEM nesses períodos (se era o mesmo em 2009, 2012, 2014), entre outros.

     

    Como nós da Sociedade Brasileira de Sociologia não tivemos acesso à pesquisa na íntegra, pode ser que os pesquisadores tenham explicado isso e outros fatores correlatos no relatório. Nesse caso a reportagem da Folha de São Paulo é falha porque não mostra os detalhes da pesquisa. No caso da investigação não ter dado conta das outras variáveis temos um problema grave de manipulação de cortes, períodos, variáveis e métodos de análise que recortam dados que visam corroborar com suas posições na disputa do currículo, sacrificando o rigor da investigação e negligenciando o limite dos dados analisados.  Um dado importante sobre o ENEM é a sua não obrigatoriedade, ou seja, os estudantes decidem se prestarão ou não esse exame que foi modificando seus objetivos desde sua criação em 1998. Inicialmente, tinha o objetivo de avaliar o Ensino Médio, mas não de maneira censitária ou obrigando os estudantes a realizarem as provas. A adesão ao exame foi crescendo, começou com 157 mil inscritos, em 1998 alcançando 1,6 milhão em 2001. Em 2004, ocorreu uma importante mudança, quando o Governo Federal atrelou a concessão de bolsas do Programa Universidade Para Todos (PROUNI) à realização do ENEM. Em 2009, uma importante mudança na estrutura das provas foi realizada. As provas que eram feitas em um dia, com 63 questões interdisciplinares, passou a ser elaborada em quatro áreas de conhecimentos, sendo aplicado em dois dias. Cada dia com provas de 90 questões.  Note-se que essas mudanças podem ter afetado o desempenho dos estudantes, basta pensarmos no formato. O que significa responder 63 questões em um dia e 180 questões, divididas em 90 para cada dia de prova?  Outro dado importante é que essa prova passou a ser aceita como exame de acesso de ingresso nas universidades federais, privadas e algumas estaduais. Aumentando o número de inscritos e de realizadores do ENEM, que atingiu seu ápice em 2014, com 8.721.946 inscrições confirmadas. Como ignorar tal fato? O número crescente de realizadores do Exame? A diversificação dos estudantes e das escolas no Brasil? A mudança da estrutura da prova? Os estudos sobre o ensino de matemática no Brasil?  Quanto cresceu a adesão dos estudantes das escolas analisadas na referida pesquisa ao ENEM, de 2009 a 2012? Aumentou ou diminuiu?  Interrogamos os pesquisadores citados e a própria reportagem da Folha de São Paulo sobre a ausência desses dados tão importantes para pensarmos os resultados de desempenho dos estudantes ao longo desse período e como tudo isso pode ajudar a levantar hipóteses sobre o desempenho nas provas das áreas de conhecimento, sendo a matemática uma área e um componente, diferente das outras áreas que agrupam mais de um componente curricular, como Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Linguagens e Códigos.  Quais foram os critérios e as justificativas para isolar dois componentes curriculares da área de ciências humanas e correlacionar com o único componente curricular da área de matemática? Foi pesquisado o número de aulas de cada componente curricular nas escolas? Foi feita alguma pesquisa qualitativa de aferição da hipótese levantada a partir dos dados do ENEM? Como validar o critério “Obrigatoriedade das disciplinas Filosofia e Sociologia” para diminuição ou piora do desempenho em matemática de estudantes de escolas com baixo IDEB sem correlacionar com outras variáveis como os dados do próprio IDEB dessas escolas? Condições das escolas? Formação dos professores do componente em questão, matemática? Quantidade de aulas semanais de cada componente curricular comparado? Escolaridade dos pais dos estudantes? Se os estudantes são trabalhadores? Se precisam conciliar trabalho e escola? Sem o teste da hipótese nula, instrumento aplicado nas pesquisas que correlacionam variáveis, como apresentar uma correlação exploratória de forma conclusiva, ou, como conclusão? Esse tipo de comportamento limitador da objetividade da pesquisa demonstra pouco apreço aos critérios da matemática e da estatística como áreas de conhecimento e desrespeito à ciência sociologia. Demonstra, ainda, pouco respeito ao campo da sociologia e da filosofia do currículo que tem acúmulo de conhecimento sobre a organização do ensino nas escolas e sobre os exames em larga escala. Ressaltamos que há pesquisas sobre o ensino de sociologia que demonstram a relevância dos conhecimentos dessa ciência na formação dos estudantes e de suas contribuições para a consolidação de conceitos de outras disciplinas/componentes curriculares. Há no campo do ensino da sociologia, da filosofia e da própria matemática estudos, pesquisas e reflexões que também foram ignorados para a relação estabelecida entre desempenho em uma disciplina por influência de outras disciplinas.  Lamentamos esse tipo de reportagem e aguardaremos a publicação da pesquisa na íntegra, para continuarmos o diálogo e não cometermos injustiças com os economistas apontados como responsáveis pela investigação no âmbito do IPEA.

     

     

    Comitê de Ensino Médio da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS).

    16 de abril de 2018

  • Nota da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais em relação à BNCC

    Nota da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais em relação à BNCC

    Base Nacional Comum Curricular

    O MEC encaminhou ao Conselho Nacional de Educação (CNE), no dia 3 de abril, a terceira e pretensamente última versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio. Só então professores, estudantes, pesquisadores e a sociedade em geral tiveram acesso ao documento que propõe especificar as “aprendizagens essenciais e indispensáveis” para os estudantes do ensino médio em todo o país. A falta de transparência no processo de elaboração do documento, por si, torna questionável sua legitimidade.

    Desde 2015 a Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS) acompanha com preocupação as mudanças propostas pelo governo federal para a última etapa da educação básica. A Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio são dois elementos estreitamente ligados a um projeto de educação para a juventude que está na contramão do que vem sendo proposto pelas organizações de professores, pesquisadores e estudantes interessados nos rumos das mudanças. Assim como outras entidades e setores da sociedade, a ABECS reivindica o direito de participar da discussão sobre a BNCC do Ensino Médio e conclama o Conselho Nacional de Educação a exercer o seu papel de promover o debate verdadeiramente público sobre a proposta e não apenas referendar a proposição recebida do Ministério da Educação. A Reforma do Ensino Médio e a BNCC apresentada pelo MEC descaracterizam a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96) e inviabilizam a execução do Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024).

    Cabe lembrar que a Reforma do Ensino Médio foi apresentada de modo aligeirado e de cima para baixo através de medida provisória nº746/2016, desrespeitando os debates já realizados entre governo federal e sociedade civil. Convertida posteriormente em Lei 13.415/17, ela propõe a flexibilização dos currículos e a autonomia dos sistemas de ensino quanto aos chamados “itinerários formativos” que seriam oferecidos. Esses documentos deixaram em aberto quais seriam os componentes curriculares e objetivos de seu ensino, aguardando tais definições da BNCC. No entanto, a proposta apresentada nessa semana ao CNE, detalha apenas os conteúdos para o ensino de Língua Portuguesa e Matemática, únicas disciplinas consideradas obrigatórias pela Lei 13.415/17.

    A prioridade dada à Língua Portuguesa e Matemática parece desconsiderar que a leitura, a escrita e o cálculo tem desdobramentos específicos nas diferentes disciplinas e, ainda, que as diferentes áreas de conhecimentos reúnem disciplinas bastante distintas entre si. Os conhecimentos curriculares das demais disciplinas não podem ser aglutinados em conteúdos gerais de uma área sem incorrer em generalização e pasteurização grosseira e incompatível com uma formação de qualidade para os estudantes, sobretudo quando se considera a possível redução da carga horária dedicada a esses estudos. Nessa concepção genérica dos conhecimentos, eles não aparecem como resultado de métodos e processos de trabalho específicos que diferenciam a abordagem de cada uma das diferentes ciências e campos de produção de conhecimento. A História, a Geografia, a Filosofia e Sociologia (que enquanto disciplina escolar englobatambémos conhecimentos da Antropologia e da Ciência Política), mesmo quando se dedicam ao estudo dos mesmos objetos, o fazem com diferentes objetivos, métodos e perspectivas interpretativas. É de extrema importância que as pessoas responsáveis por seu ensino sejam formadas naquelas disciplinas, compreendam e possam praticar seus métodos, para assim construir conhecimento com estudantes na escola básica.

    Contrariando sua ideia fundamental de Base Comum, essa proposta provoca a descontinuidade entre Ensino Fundamental e Médio e deixa totalmente a cargo dos estados, municípios e setor privado a oferta de itinerários formativos. Sua organização por meio de áreas de conhecimento torna indefinido o aporte teórico-epistemológico que caracterizará cada uma dessas grandes áreas. Qual será a formação necessária para dar conta dos conteúdos e “competências” das Ciências Humanas? Quem fará as escolhas? Sabemos que a maioria das escolas não teria condições de ofertar todos os itinerários. Quem selecionaria os itinerários oferecidos e com quais critérios?

    A fragmentação dos currículos proposta na Reforma do Ensino Médio desconsidera também a importância das diferentes áreas de conhecimento na formação plena da população. A BNCC reforça tal fragmentação. No que toca às Ciências Sociais, ressaltamos seu papel em diversos cursos de ensino superior, nas áreas deeconomia, da saúde, da educação, do direto, do serviço social, entre outros, o que atesta sua importância tanto para que o estudante compreenda o papel social de sua profissão e área de atuação quanto para compreender as dinâmicas da vida social e das relações entre os diferentes grupos que compõem a sociedade.

    Além de não especificar os componentes curriculares a que os jovens terão direito, tornando arbitrária a interpretação e adequação à BNCC e dando liberdade ampla paraorganizar os 40% do currículo do Ensino Médio correspondentes aos itinerários formativos, a reforma proposta cria um fosso entre as ofertas nas escolas das diferentes regiões do país e entre o ensino público e privado. Esta autonomia não seria um problema se houvesse alguma garantia de participação das comunidades escolares e dos principais atores envolvidos na construção de currículos. Ao contrário, vemos que a iniciativa privada ocupa um espaço cada vez maior na discussão dos rumos da educação pública e no direcionamento das políticas públicas de educação para atender às necessidades do mercado de trabalho. Os setores privados não se compreendem responsáveis pela formação de trabalhadores para o mercado e desejam transferir ao Estado essa atribuição, ou também vender ao Estado, por meio das ditas parcerias, a formação técnica profissional que lhes pareça conveniente para demarcar as diferenças entre elite e trabalhadores.

    A organização curricular por competências, que ignora as especificidades de cada ciência, sem construir uma interdisciplinaridade efetiva, define este modelo de ensino assentado na noção de eficiência no contexto de trabalho e provoca um retrocesso em relação aos conhecimentos já desenvolvidos no país a respeito dos processos educativos. Não deixamos de notar a contradição implicada em um documento que, por um lado, afirma como competências essenciais a promoção do respeito ao outro e dos direitos humanos, a valorização da diversidade e ausência de preconceitos e a colaboração na construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva e, por outro, exclui a obrigatoriedade de uma disciplina que é, no currículo do Ensino Médio, responsável por trazer aos estudantes ferramentas essenciais à compreensão objetiva e cientificamente embasada dessas questões, tais como os conceitos de alteridade, identidade, raça, etnia, diversidade cultural, gênero, estratificação social, desigualdade social, classe social, cidadania, participação política, poder, dominação, entre outros.

    A Sociologia possibilita uma ampliação da leitura de mundo dos estudantes, oferece à juventude a possibilidade de localizar-se na estrutura social e assim reconhecer-se como parte de um todo muito mais amplo pelo qual cada um é responsável. O espaço de reflexão e interpretação da realidade, proporcionado pela disciplina, contribui de maneira significativa para que estudantes possam identificar processos e relações sociais dos quais fazem parte, e para interpretar as mudanças e os desafios colocados à sociedade contemporânea. Da mesma forma, cada uma das demais disciplinas que deixam de ser obrigatórias com a reforma proposta tem uma contribuição e um papel específico na formação dos estudantes, que não podem ser considerados dispensáveis, nem intercambiáveis.

    A BNCC não corrige os problemas que já foram amplamente identificados no debate público acerca da Reforma do Ensino Médio. A não-obrigatoriedade da oferta de todos os itinerários formativos amplia as desigualdades entre ensino privado e público e sinaliza para a mercantilização da produção de indicadores da qualidade da educação. As possibilidades abertas pela Lei 13.415/17, de ofertar parte da carga horária obrigatória em “parcerias” com o setor privado e por meio do ensino à distância, atenderão a um grande nicho de mercado que aguarda para absorver as demandas das escolas de ensino público no país que não terão condições de se adequar às imposições do mercado, configurando-se como um modelo excludente.

    O conjunto das reformas educacionais, com mudanças acentuadas no Ensino Médio, aprofunda as já tão graves desigualdades educacionais do nosso país, pois fere o próprio significado do que seria uma base comum e fundamental a todos e limita o acesso dos jovens a conhecimentos importantes para que realizem as mediações necessárias diante das situações mais complexas da vida cotidiana. Melhorias na educação pública e no Ensino Médio dependem de investimentos, valorização dos professores, participação das comunidades escolares na elaboração dos currículos, garantias de aprendizagens e respeito aos estudantes como sujeitos críticos, criativos e responsáveis pela construção dos seus direitos, saberes, sonhos e potencialidades.  Não é um ensino que reproduz a exclusão, a fragmentação, o tecnicismo e os valores do mercado que irá contemplar as necessidades e expectativas de formação da juventude brasileira. Estamos certos que as proposições da BNCC precisam ser amplamente discutidas e publicizadas e a ABECS solicita urgente inclusão nesse debate e torna pública, por meio desta nota, sua contrariedade ao conteúdo e a forma do documento elaborado, bem como à Reforma do Ensino Médio em curso.

    Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS)

    Abril de 2018.

  • Baixe a Base Nacional Curricular (BNCC) do ensino médio na íntegra

    Baixe a Base Nacional Curricular (BNCC) do ensino médio na íntegra

    Base Nacional Curricular

    A versão 2018 da Base Nacional Curricular (BNCC) do ensino médio é encaminhada ao Ministério da Educação. Trata-se de uma versão quase finalizada que passará por uma avaliação do Conselho Nacional de Educação (CNE).

    (Clique aqui para baixar o PDF com a íntegra da proposta para a base curricular do ensino médio)

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    Nota: nós, editores do Blog café com Sociologia, somos contrários a forma e ao conteúdo dessa proposta, sobretudo pela obscuridade com que foi sendo construída, pelas ausências e banalização das ciências, suas especificidades, métodos e fronteiras. Lamentamos os retrocessos que a Reforma do Ensino Médio traz e seus desdobramentos, tais como a presente proposta de curricular que ignora muitos dos avanços conquistados anteriormente de forma democrática, prestando pela tolerância, inclusão e respeito ao diferente.

     

     

  • O Blog Café com Sociologia supera a marca de 10 milhões de acessos

    O Blog Café com Sociologia supera a marca de 10 milhões de acessos

    Blog de Sociologia

    Nós, editores do Blog Café com Sociologia, Roniel Sampaio e Cristiano Bodart, agradecemos aos leitores por nos acompanhar nesses quase 10 anos de blog. Este mês (março/2018) o blog superou a marca de 10 milhões de acessos, sendo uma conquista que nos deixa felizes e orgulhosos; não poderíamos deixar de compartilhar com você.

    Blog Café com SociologiaO Blog Café com Sociologia é hoje o blog de Sociologia de língua portuguesa mais acessado da internet. A fan page do blog conta atualmente com 177 mil seguidores. Ao longo desses anos se constituiu num amplo banco de textos, atividades, planos de aula, dicas pedagógicas, textos sobre a realidade social, vídeos, orientações legislativas, indicações de pesquisas científicas, livros, artigos, teses,  etc. Acreditamos ser este blog portador do maior volume de conteúdo autoral de Sociologia, sendo um auxílio à alunos e professores de Sociologia.

    Por meio de parceria com a editora Contexto realizamos dezenas de sorteios de livros. Parceria essa que continua (acompanhe a seção sorteios). Outras parcerias estão sendo costuradas (em breve daremos mais detalhes).

    Esperamos poder persistir por muitos anos na execução deste projeto e que ele possa continuar corroborando para o aperfeiçoamento do ensino de Sociologia escolar.

     

    O nosso muito obrigado!

     

    Cristiano Bodart e Roniel Sampaio

     

     

     

  • O posicionamento político de Stephen Hawking

    O posicionamento político de Stephen Hawking

    Stephen  Hawking: o político

    Por Fernando Pureza*

     

    Morreu Stephen Hawking. Surgem elogios fúnebres na internet, falando do homem como exemplo de superação ou do cientista que nos permitiu desvendar um pouquinho mais sobre os mistérios do universo. É uma morte sentida por todos e todas, creio eu. Poucas unanimidades se consolidam no nosso imaginário nos dias de hoje.

    frase-hawkingDe minha parte, acho importante lembrar também do Hawking político: Hawking foi, nos últimos anos, um defensor incansável do sistema de saúde público britânico, alegando que sem ele talvez ele sequer tivesse conseguido ter uma vida longa e plena. Na última campanha do parlamento, abriu seu voto e chegou a fazer campanha em favor do Trabalhista Jeremy Corbyn. Segundo um de seus biógrafos, um dos maiores arrependimentos de Hawking foi não ter passado com sua cadeira de rodas sobre o pé de Margareth Thatcher. Era um militante pacifista, contra a guerra no Vietnã e contra a corrida nuclear. Se recusou a aceitar o título de Sir e criticou duramente o governo britânico por conta dos cortes orçamentários na pesquisa científica. Foi mais longe e aderiu ao boicote de artistas e intelectuais contra o Estado de Israel em 2013 em apoio à Palestina.

    De minha parte, pensando nessa homenagem a um físico, mas também a um sujeito político, queria deixar uma resposta dele ao Reddit, em 2015. Um dos jovens do fórum perguntou a ele como deveríamos lidar com um mundo em que as máquinas produzissem riqueza. A resposta do físico, contudo, foi essa:

    “Se as máquinas produzirem tudo que precisamos, tudo vai depender de como as coisas serão distribuídas. Todos podem ter uma vida de lazer conspícuo se a riqueza produzida pelas máquinas for compartilhada, ou, por outro lado, as pessoas podem acabar miseravelmente pobres se os donos dessas máquinas conseguirem promover sua luta contra a redistribuição da riqueza. E por ora, a tendência é pela segunda opção, com os impulsos tecnológicos alimentando, cada vez mais, a crescente desigualdade”.

     

    *Professor da Universidade Federal da Paraíba

  • Faculdade de sociologia: dicas para quem quer fazer o curso

    Faculdade de sociologia: dicas para quem quer fazer o curso

    O curso de sociologia ou ciências sociais é um curso de graduação/licenciatura que oferece uma formação ampla e teórica sobre a sociedade e os fenômenos sociais. Ele é oferecido por universidades e faculdades em todo o Brasil e é composto por disciplinas que abrangem diferentes aspectos da sociologia, incluindo teorias sociais, estatística social, políticas públicas, sociedade e cultura, entre outros. Geralmente, as principais disciplinas estudadas são: Sociologia, Antropologia e Ciência Política. Além de disciplinas teóricas, o curso também pode incluir estágios e atividades práticas, como pesquisas de campo e projetos de extensão, que permitem aos estudantes aplicar os conhecimentos adquiridos em situações reais. Após a conclusão do curso, os sociólogos podem atuar em áreas como pesquisa, ensino, consultoria, planejamento e gestão de políticas públicas, entre outras.

    Dicas para quem quer cursar Sociologia / Ciências Sociais

    Por Roniel Sampaio Silva

    Sociologia é uma disciplina do Ensino Médio que tem despertado o interesse de muitos estudantes que almejam seguir essa carreira profissional. Neste texto irei explicar qual o perfil do profissional formado nesta área e quais são as principais possibilidades profissionais.

    1. Sociologia faz parte das ciências sociais

    Se você pretende entrar no ramo da sociologia, provavelmente, você vai buscar uma formação em Ciências Sociais, muito embora seja possível também ser formado especificamente na graduação em sociologia. Os cursos de Ciências sociais no Brasil enfatizam três áreas: sociologia, antropologia e ciência política. Tais ciências costumam ser as áreas de concentração das pós-graduações dos professores que lecionam nesse curso.

    2. Escolha um perfil bacharelado ou licenciatura

     Se você tem certeza que quer atuar no ramo das Ciências Sociais você deve pensar numa graduação. Atualmente para essa área há duas possibilidades de graduação. A licenciatura e o bacharelado, ambas com suas especificidades e atuações preparam o profissional para atuar em diferentes realidades. Ambas itinerários formativos demandam muita leitura. Porém enquanto a licenciatura o profissional lida mais com relações interpessoais e leva muito trabalho para casa, o bacharel lida mais com tarefas burocráticas e precisa ter boas relações profissionais para trabalhar em equipe (networking).

     3.  Bacharelado – Sociólogo

    Os sociólogos possuem uma formação em bacharelado em sociologia ou em Ciências Sociais. Os formados nestas duas áreas são chamados de sociólogos, enquanto os formados em ciências sociais são também chamados de Cientistas Sociais.  Esses profissionais são formados para compreender processos sociais por meio de pesquisas que podem ser utilizadas por órgãos públicos ou privados.

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    Exemplo de grade curricular bacharelado.

    3.1- Algumas possibilidades profissionais

    Serviço público – Carreiras de analista de vários órgãos da administração pública direta e indireta.

    Iniciativa privada – Pesquisador em diversas áreas de interesse privado, além de consultorias e levantamentos para planejamento e exceção de  políticas de moradia, saúde e demais áreas. Costuma atuar em levantamento de perfil socioeconômico e análise de impacto socioeconômico juntamente com equipe multiprofissional como assistentes sociais.

    3.2- Principais instituições de representação

    Federação Nacional dos Sociólogos  FNS – Congrega vários sindicatos de sociólogos e tem caráter sindical.

    Sociedade Brasileira de Sociologia  SBS – e Congrega vários pesquisadores e professores de pós graduação, tem caráter acadêmico e tem como requisito mínimo mestrado para ingresso.

    Clique aqui e saiba como emitir seu registro profissional de sociólogo.

     

    4. Licenciatura – Professor de Sociologia

    Já os cursos de licenciatura preparam os profissionais para atuação na docência no ensino médio. Apenas por meio desta formação você poderá atuar como professor nesta etapa do ensino. Tanto os bacharéis como os licenciados podem atuar como docentes do ensino superior, desde que tenham mestrado e/ou doutorado.

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    Exemplo de grade curricular licenciatura.

    4.1- Algumas possibilidades profissionais

    Serviço público – Professor do Magistério Básico estadual e municipal, professores do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, incluindo Institutos Federais, Colégios de aplicação, colégios polítécnicos, colégios militares e instituições do magistério básico federal.

    Iniciativa privada – Atuação como professor de iniciativa privada, professor de cursinhos e cursos virtuais.

    4.2- Instituições de representação

    Associação Brasileira do Ensino de Ciências Sociais – Atua nacionalmente em prol do fortalecimento do ensino de Ciências Sociais no Brasil.

    Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – Consolidou-se como entidade federativa e como principal via de organização do sindicalismo docente

    5- Mapa conceitual de atuação profissional

     

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    Curso de sociologia – Baltar, 2013

     

    6- Onde estudar?

    Nome Estado Pública ou privada
    Universidade de São Paulo (USP) SP Estadual
    Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) RJ Federal
    Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) SP Estadual
    Universidade de Brasília (UNB) DF Pública
    Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) MG Federal
    Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) SP Privada
    Universidade Federal do Paraná (UFPR) PR Federal
    Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) SP Estadual
    Universidade Federal Fluminense (UFF) RJ Federal
    Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) RS Federal
    Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) PE Federal
    Universidade Estadual de Londrina (UEL) PR Estadual
    Universidade Federal da Bahia (UFBA) BA Federal
    Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) SP Federal
    Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) SC Federal
    Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) RJ Estadual
    Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO) RJ Privada
    Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) RS Privada
    Universidade Federal de Uberlândia (UFU) MG Federal
    Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) MG Federal
    Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS) MG Privada
    Universidade Federal do Ceará (UFC) CE Federal
    Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) SP Federal
    Universidade Estadual do Ceará (UECE) CE Estadual
    Universidade do Vale do Rio Dos Sinos (UNISINOS) RS Privada
    Universidade Federal de Goiás (UFG) GO Federal
    Universidade Estadual de Maringá (UEM) PR Estadual
    Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) RN Federal
    Universidade Federal do Piauí (UFPI) PI Federal
    Universidade Federal da Paraíba (UFPB) PB Federal
    Universidade Federal do Pará (UFPA) PA Federal
    Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) PB Federal
    Universidade Federal do Maranhão (UFMA) MA Federal
    Universidade Estadual do Vale do Acaraí(UVA) CE Estadual
    Universidade Federal de Viçosa (UFV) MG Federal
    Universidade Federal de Sergipe (UFS) SE Pública
    Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) ES Federal
    Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) RN Estadual
    Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) MT Pública
    Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) PE Federal
    Universidade Federal de Alagoas (UFAL) AL Federal
    Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) BA Estadual
    Escola de Sociologia E Política de São Paulo (ESP) SP Privada
    Universidade do Estado da Bahia (UNEB) BA Estadual
    Universidade Estadual do Piauí (UESPI) PI Estadual
    Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS) SP Privada
    Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) RJ Estadual
    Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) MA Estadual
    Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) RJ Federal
    Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) MS Federal
    Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) RS Federal
    Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) PR Privada
    Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) RS Federal
    Universidade da Amazônia (UNAMA) PA Privada
    Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) PR Estadual
    Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL) SP Privada
    Universidade Regional do Cariri (URCA) CE Estadual
    Universidade Federal do Amazonas (UFAM) AM Federal
    Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) BA Estadual
    Universidade de Pernambuco (UPE) PE Estadual
    Universidade Nove de Julho (UNINOVE) SP Privada
    Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) BA Federal
    Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) MG Estadual
    Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) MG Federal
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) CE Federal
    Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) SC Federal
    Universidade Cândido Mendes (UCAM) RJ Privada
    Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) PE Federal
    Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA) SP Privada
    Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) PR Federal
    Universidade Federal do Acre (UFAC) AC Federal
    Universidade Federal do Sul E Sudeste do Pará (UNIFESSPA) PA Federal
    Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) PA Federal
    Fundação Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) RS Federal
    Universidade Federal de Roraima (UFRR) RR Federal
    Escola Superior de Ciências Sociais (FGV) RJ Privada
    Instituto Federal de Educaação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) MG Federal
    Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) RO Federal
    Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) MG Estadual
    Instituto Federal de Educação, Ciência E Tecnologia do Paraná (IFPR) PR Federal
    Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT) TO Federal
    Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão (FAINTVISA) PE Privada
    Fundação Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) MS Federal
    Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) AP Federal
    Instituto Federal de Educação, Ciência E Tecnologia de Goiás (IFG) GO Federal
    Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) MT Estadual
    Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) SC Privada
    Instituto Superior de Ciências Aplicadas (ISCA) SP Privada
    Universidade do Contestado (UNC) SC Municipal
    Universidade de Caxias do Sul (UCS) RS Privada
    Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) SC Privada
    Faculdades Integradas Campo-Grandenses (FIC) RJ Privada
    Centro Universitário Das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) SP Privada
    Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) SC Privada
    Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ) SC Privada
    Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) SC Privada
    Universidade Regional de Blumenau (FURB) SC Municipal
    Faculdade Guarapuava (FG) PR Privada
    Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) RS Privada
    Universidade Estadual de Roraima (UERR) RR Estadual
    Centro Universitário Sant Anna (UNISANT ANNA) SP Privada
    Faculdade São Fidelis (FSF) RJ Privada
    Faculdade de São Bernardo do Campo (FASB I) SP Privada
    Centro Universitário Para O Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (UNIDAVI) SC Municipal
    Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) MS Estadual
    Faculdade Sagrada Família (FASF) PR Privada
    Universidade da Região da Campanha (URCAMP) RS Privada

     

  • Curiosidade é característica básica pra quem quer ser sociólogo

    Curiosidade é característica básica pra quem quer ser sociólogo

    ser sociólogo é ser sobretudo um curioso

    A jornalista Miriam Ramos recebeu no estúdio da Rádio USP a professora Eva Blay, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

    Coordenadora do Escritório USP Mulheres, Eva é socióloga e falou sobre sua trajetória, explicou quais as áreas de estudo e campos de atuação do sociólogo e respondeu dúvidas dos ouvintes sobre a profissão.

    “A sociologia é muito ampla. Ela se preocupa com tudo que acontece na sociedade do ponto de vista das relações sociais”, afirmou. Ela acredita que a curiosidade faz parte do perfil do sociólogo, que pode optar pela carreira acadêmica ou pelo mercado.

    Ouça o programa na íntegra e conheça melhor a carreira de sociólogo:

    Bloco 01

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    Bloco 02

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    Bloco 03

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    A proposta do Abrace uma Carreira é divulgar e tirar dúvidas sobre as profissões. Em cada edição, especialistas relatam suas experiências e respondem às perguntas de jovens estudantes. Participam ainda estudantes da área que compartilham suas expectativas ao abraçar uma carreira e a realidade que enfrentam para concretizar esse sonho.

    O programa vai ao ar na Rádio USP- 93,7 MHz, toda quinta-feira às 13 horas, com reprise aos domingos às 16 horas.

    Sugestões e perguntas podem ser enviadas aos emails [email protected] ou [email protected]

    Originalmente publicado em: https://jornal.usp.br/universidade/curiosidade-e-caracteristica-basica-para-quem-quer-se-tornar-sociologo/

  • Morre Istvan Mészaros, um dos maiores filósofos marxista

    Morre Istvan Mészaros, um dos maiores filósofos marxista

    Istvan Mészaros: Vida e obra

    meszaros cara

    Istvan Mészaros, filósofo marxista, escritor e militante, nascido em Budapeste, na Hungria, em 1930, falece em 01 de outubro de 2017, vitima de falência múltipla de órgãos, decorrente de dois derrames que avançaram para um agravamento fatal.

    István Mészáros cursou Filosofia na Universidade de Budapeste, onde foi assistente de György Lukács no Instituto da Estética. Após o levante de outubro de 1956 deixou seu país, exilando-se na Itália, onde trabalhou na Universidade de Turim. Foi professor nas universidades de Londres (Inglaterra), St. Andrews (Escócia) e Sussex (Inglaterra), além de na Universidade Nacional Autônoma do México e na Universidade de York (Canadá). Em 1977, retornou à Universidade de Sussex, recebendo em 1991, nessa universidade, o título de Professor Emérito de Filosofia. Se afastou das atividades de docente em 1995, ano que foi eleito membro da Academia Húngara de Ciências.

    22089569 1486216844749233 6927283248657015952 nMéritos:

    Mészáros é reconhecido como um dos principais intelectuais marxistas contemporâneos e recebeu, entre outras distinções, o Deutscher Memorial Prize, em 1970, por A teoria da alienação em Marx, o título de Pesquisador Emérito da Academia de Ciências Cubana, em 2006, e o Premio Libertador al Piensamiento Crítico, em 2008, concedido pelo Ministério da Cultura da Venezuela, por sua obra O desafio e o fardo do tempo histórico. Atualmente vive em Ramsgate, na Inglaterra.

    No Brasil:

    Teve diversas obras traduzidas para o português, dentre elas: Para além do capital (2002), O século XXI(2003), O poder da ideologia (2004), A educação para além do capital (2005), O desafio e o fardo do tempo histórico (2007), Filosofia, ideologia e ciência social(2008), A crise estrutural do capital (2009), Estrutura social e formas de consciência, v. I e II (2009 e 2011), Atualidade histórica da ofensiva socialista (2010), A obra de Sartre (2012), O conceito de dialética em Lukács (2013) e A montanha que devemos conquistar (2015).

    Mais recentemente, ele dedicava-se à sua nova obra “Para Além do Leviatã, uma profunda análise crítica sobre o Estado (prevista para ser publicada, no Brasil, pela editora Boitempo).

     

    Obras publicadas

    • Attila József e l’arte moderna, 1964 (em italiano)
    • Marx’s Theory of Alienation, 1970 (em inglês). Publicado no Brasil como Marx: a teoria da alienação. Zahar, 1979, e Teoria da alienação em Marx. Boitempo, 2006 (em português).
    • Aspects of History and Class Consciousness, 1971, editor (em inglês).
    • The Necessity Of Social Control, 1971. Isaac Deutscher Memorial Lecture (em inglês). Publicado no Brasil como A necessidade do controle social. Ensaio, 1996 (em português).
    • Lukács Concept of Dialectic, 1972 (em inglês). Publicado no Brasil como O conceito de dialética em Lukács. Boitempo, 2013 (em português).
    • Neo-colonial Identity and Counter-consciousness: Essays in Cultural Decolonisation, 1978 (com Renato Constantino) (em inglês).
    • The Work of Sartre: Search for Freedom, 1979 (em inglês). Publicado no Brasil como A obra de Sartre: Busca da liberdade e desafio da História. Boitempo, 2012 (em português).
    • Philosophy, Ideology and Social Science: Essays in Negation and Affirmation, 1986 (em inglês). Publicado no Brasil como Filosofia, ideologia e ciência social. Ensaio, 1996. (em português).
    • Produção destrutiva e Estado capitalista. Ensaio, 1996 (em português).
    • The Power of Ideology, 1989; nova edição em 2005 (em inglês). Publicado no Brasil como O Poder da ideologia, Boitempo, 2004. (em português).
    • Beyond Capital: Toward a Theory of Transition, 1994 (em inglês). Publicado no Brasil como Para além do capital. Boitempo, 2003 (em português).
    • A Educação para além do Capital. Boitempo, 2005 (em português).
    • Socialism Or Barbarism: Alternative To Capital’s Social Order: From The American Century To The Crossroads, 2001 (em inglês). Publicado no Brasil como O Século XXI – Socialismo ou barbárie?. Boitempo, 2004 (em português)
    • The Challenge and Burden of Historical Time: Socialism in the Twenty-First Century, 2008 (em inglês). Publicado no Brasil como O desafio e o fardo do tempo histórico: O socialismo no século XXI. Boitempo, 2007 (em português).
    • Filosofia, ideologia e ciência social: Ensaios de negação e afirmação. Boitempo, 2008 (em português).
    • The Structural Crisis of Capital (2009) (em inglês). Publicado no Brasil como A crise estrutural do capital. Boitempo, 2009 (em português).
    • Historical Actuality of The Socialist Offensive (2009) (em inglês). Publicado no Brasil como Atualidade histórica da ofensiva socialista: Uma alternativa radical ao sistema parlamentar. Boitempo, 2010 (em português).
    • Social Structure and Forms of Consciousness, Volume I: The Social Determination of Method (2010) (em inglês). Publicado no Brasil como Estrutura Social e Formas de Consciência VOl. 1. Boitempo, 2010 (em português).
    • Social Structure and Forms of Consciousness, Volume II: The Dialectic of Structure and History (2011) (em inglês). Publicado no Brasil como Estrutura Social e Formas de Consciência VOl. 2. Tradução: Rogério Bettoni. Boitempo, 2011 (em português).
    • A montanha que devemos escalar. Boitempo, 2014 (em português).

     

     

    Participação de Mészaros no Roda Viva em 2002:

  • ABECS lança periódico especializado em ensino de Ciências Sociais

    ABECS lança periódico especializado em ensino de Ciências Sociais

    A ABECS acaba de publica o primeiro número do periódico “Cadernos da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais” (CABECS).

    Site da Revistahttps://abecs.com.br/revista/index.php/cabecs/ 

    >>>>> Sumário <<<<<

    Apresentação

    Cristiano das Neves Bodart, Thiago Ingrassia Pereira

    Relato de Experiência

    Juliane Bertuzzi
    Claudia Kathyuscia Bispo de Jesus

    Artigos

    Lucas Marcelo Souza
    Maria Cristina Stello Leite
    Ana Amelia de Paula Laborne, Simone Maria dos Santos
    Amurabi Oliveira
    Gustavo Cravo, Fabio Medina
    Valci Melo
    Cristiano das Neves Bodart, Gleison Maia Lopes
    Andréia Orsato, Márcia Ondina Vieira Ferreira
    Helena Clarisse Marques Cruz
    Leandro Raizer, Juliano Möller Rodrigues, Célia Elizabete Caregnato
    Fabrício Souza Sampaio

    Entrevista

    Thiago Ingrassia Pereira
    capa menor
    Capa
  • A ABECS promove abaixo assinado em defesa do ensino de Sociologia e Filosofia

    A ABECS promove abaixo assinado em defesa do ensino de Sociologia e Filosofia

    cdd2447b6806e0a01128bed5f4080435A Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS) deliberou promover um abaixo assinado em defesa da permanência da obrigatoriedade do ensino de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio. O mesmo será entregue as autoridades políticas envolvidas na votação da reforma do Ensino Médio.

    Colabore com essa luta. Assine a petição que está disponível AQUI 

    Desta forma, a Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS) expressa seu repúdio à exclusão da obrigatoriedade do ensino de sociologia e filosofia do nível médio brasileiro. Esta ação iniciada pela Medida Provisória (MP) 746/2016 insere um conjunto de reformas na etapa final da educação básica sem diálogo com as associações científicas e especialistas em educação. É uma reforma arbitrária e que excluí disciplinas fundamentais para o desenvolvimento do pensamento crítico, humanístico e da cidadania. Nós, abaixo‐assinados, manifestamos nossa indignação com a tramitação aligeirada e autoritária do Governo do Sr. Michel Temer em relação à reforma do ensino médio e defendemos a continuidade do caráter obrigatório da sociologia e filosofia no ensino médio. Por fim, cabe ressaltar que a formação escolar não é apenas para uma profissionalização, ou para o mercado ou como uma técnica, mas é algo para a vida em geral.