Dia das Mulheres

Eu repudio o Dia Internacional da Mulher!
Errata: ao invés de “espaciais”, ler-se “especiais”.
 
Mulheres, não aceitem os parabéns por esse dia!
“A dominação masculina está de tal maneira ancorada em nosso inconsciente que não a percebemos mais, de tal maneira afinada com nossas expectativas que dificilmente conseguimos repô-la em questão” (Pierre Bourdieu, 2010).

Cristiano Bodart

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

2 Comments Deixe um comentário

  1. Pelo menos neste dia um grande número de pessoas estão atentas e abertas a receber/fazer este tipo de reflexão o que não ocorre no dia-a-dia.

  2. Olá Cristiano…

    Escrevo para responder de maneira bem sucinta as suas colocações.
    O Dia da Mulher, como em muitos meios é veiculado na atualidade, realmente é uma expressão machista da sociedade. Propagandas que dizem coisas como: "Mulher, você que é mãe, cozinheira, empresária, designer, cabeleireira, administradora, dona de casa, esposa, agricultora, motorista…….." – Realmente reafirma ainda mais os "deveres" da mulher impostos.

    No entanto, não podemos nos ater exclusivamente ao que a mídia burguesa, os partidos burgueses, as empresas colocam em seus discursos e propagandas. O Dia da Mulher é sim um dia importante para a luta das mulheres por direitos e por uma transformação profunda.

    Infelizmente, os oprimidos em nossa sociedade necessitam lutar por espaços como esses para conseguir construir de forma mais efetiva sua luta. Se rejeitarmos o Dia da Mulher como uma conquista do movimento feminista que os opressores tentam distorcer, rejeitamos automaticamente diversas outras vitórias de oprimidos – a exemplo, as cotas para afrodescendentes nas universidades.

    Vitórias históricas dos movimentos não podem ser tratadas de forma leviana. Por mais que a distorção dos opressores em relação aos ganhos dos oprimidos seja sempre intensa… é necessário que busquemos as respostas dos movimentos à essas distorções – não ficando assim reféns, mais uma vez, de quem nos oprime.

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História do Café com Sociologia

O blog foi criado por Cristiano Bodart em 27 de fevereiro de 2009. Inicialmente tratava-se de uma espécie de “espaço virtual” para guardar materiais de suas aulas. Na ocasião lecionava em uma escola de ensino público no Estado do Espírito Santo. Em 2012 o Roniel Sampaio Silva, na ocasião do seu ingresso no Instituto Federal, tornou-se administrador do blog e desde então o projeto é mantido pela dupla.

O blog é uma das referências na temática de ensino de Sociologia, sendo acessado também por leitores de outras áreas. Há vários materiais didáticos disponíveis: textos, provas, dinâmicas, podcasts, vídeos, dicas de filme e muito mais.

Em 2019 o blog já havia alcançado a marca de 9 milhões de acessos.

O trabalho do blog foi premiado e reconhecido na 7º Edição do Prêmio Professores do Brasil e conta atualmente com milhares de seguidores nas redes sociais e leitores assíduos.

Seguimos no objetivo de apresentar aos leitores um conteúdo qualificado, tornando os conhecimentos das Ciências Sociais mais acessíveis.

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