A segregação é um fenômeno social que se refere à separação de grupos ou indivíduos com base em características específicas, como a raça, etnia, classe social, gênero, orientação sexual, entre outras. Essa prática tem como objetivo manter o poder e a hegemonia de determinados grupos sobre outros, resultando em desigualdades sociais e discriminação.
De acordo com Michelle Alexander, em seu livro “A Nova Segregação”, a segregação racial nos Estados Unidos não acabou com a abolição da escravidão, mas sim, se transformou em novas formas de discriminação, que se perpetuam até os dias de hoje. A autora destaca que o sistema de justiça criminal é uma das principais ferramentas utilizadas para a manutenção da segregação racial nos Estados Unidos.
Segundo Alexander, o sistema de justiça criminal nos Estados Unidos é um exemplo de como tal separação se manifesta na sociedade. Ela argumenta que a chamada “Guerra às Drogas”, iniciada nos anos 1980, foi usada como uma ferramenta para justificar a repressão da população negra e latina. Essa política resultou em um grande aumento no número de prisões, sobretudo de pessoas de cor, e contribuiu para a criação de uma nova casta de indivíduos marginalizados e discriminados.
Outro exemplo de segregação é a urbana, que se manifesta na separação de grupos sociais em diferentes bairros ou regiões da cidade. Essa prática é resultado de processos históricos de exclusão e desigualdade, e perpetua a separação entre diferentes grupos sociais, limitando as oportunidades e possibilidades de desenvolvimento de alguns indivíduos.
A segregação também pode ocorrer com base na orientação sexual, como no caso da homofobia, que se manifesta na discriminação de pessoas LGBTQIA+ e na restrição de seus direitos. A homofobia pode levar à segregação de indivíduos com base em sua identidade de gênero, impedindo a sua plena participação na sociedade.
Para combater a segregação, é preciso reconhecer a existência desses fenômenos e buscar alternativas que promovam a igualdade e a inclusão social. Isso inclui a promoção de políticas públicas que combatam a discriminação e a exclusão social, a criação de espaços de diálogo e troca entre diferentes grupos sociais e a conscientização da sociedade sobre os efeitos negativos da segregação.
Para conscientizar os alunos sobre a importância de combater a segregação e promover a igualdade social, sugere-se a realização de uma atividade prática em sala de aula. O professor pode solicitar aos alunos que realizem uma pesquisa sobre a história da segregação racial no Brasil e as suas consequências para a sociedade.
Referências:
ALEXANDER, Michelle. A nova segregação. Boitempo Editorial, 2018.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Artmed Editora, 2012.
LEMOS, Ronaldo de Almeida. Segregação socioespacial: conceito, causas e consequências. In: Anais do XII Encontro Nacional da ANPUR. 2007. Disponível em: https://www.anpur.org.br/encontro2007/app/webroot/files/filebank/anais/ANPUR2007_0221.pdf. Acesso em: 06 maio 2023.
NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e Serviço Social. Cortez Editora, 2012.
